1976 – 1984 |
Bateria, percussão: Zé Eduardo Nazario Pianos e teclados: Lelo Nazario Contrabaixo: Zeca Assumpção, Rodolfo Stroeter Sax, flautas: Roberto Sion, Mauro Senise, Teco Cardoso Piano, piccolo, sax: Felix Wagner Trumpete: Márcio Montarroyos Percussão: Carlinhos Gonçalves |
Texto de Zé Eduardo Nazário retirado do seu site oficial, assim como a maioria das fotos.
Começos
O Grupo Um nasceu, embrionariamente, em 1976, período em que eu, Lelo e Zeca formávamos a assim chamada “cozinha paulista” de Hermeto Pascoal. Durante os períodos em que Hermeto se ausentava para algum trabalho fora do Brasil, ou mesmo quando não havia shows programados, o trio se reunia em minha casa, na Rua Teodoro Sampaio, bairro de Pinheiros. Foi no porão daquela casa que começamos a criar uma linguagem musical própria, diferenciada daquela que era desenvolvida no grupo de Hermeto. Naquela época, tanto a linguagem da música eletrônica e eletroacústica quanto o uso da percussão de ponta já nos eram habituais, de forma que todas as composições e arranjos possuíam uma identidade própria.
Em julho de 1976, ao lado de Luiz Roberto Oliveira, eu e Lelo realizamos no MASP o primeiro concerto de música contemporânea com sintetizador eletrônico (um ARP 2600) de que se tem notícia no Brasil. A instrumentação contava com piano acústico e elétrico, fita pré-gravada (lançada a partir de um gravador), bateria e percussão – o que incluía, entre outras coisas, objetos diversos que eram quebrados dentro de uma enorme bacia. Até pausa para o café durante a performance havia!
Essa linguagem aberta e contemporânea sempre foi utilizada no Grupo Um, que também gravou trilhas para filmes (longas-metragens e científicos) e música para balé (Transformations, do coreógrafo japonês Takao Kusuno). Em 1977, ao deixarmos efetivamente o grupo de Hermeto, fizemos nossa primeira sessão de estúdio, no Vice-Versa B, de propriedade do maestro Rogério Duprat, já contando com a participação de Roberto Sion no sax soprano e Carlinhos Gonçalves na percussão. A gravação era feita em poucas tomadas, com todos tocando juntos, simultaneamente, ou seja – sem play back – como manda a tradição. O trabalho ficou bastante bom, e tentamos em seguida levá-lo às gravadoras. Perdemos meses, recebendo sempre respostas negativas – continuando, entretanto, a ensaiar e a produzir material novo, realizando algumas apresentações.
a. MARCHA SOBRE A CIDADE
O trabalho com Egberto Gismonti que se iniciou em 1977 me obrigou a abandonar o projeto do Grupo Um por algum tempo, em função das viagens, ensaios, gravações…Ao retornar da turnê “Tropical Jazz Rock”, em maio de 1979, me desliguei finalmente do “Academia de Danças” e voltei a trabalhar com Lelo e Zeca, organizando outra sessão de gravação no mesmo Vice-Versa B, em São Paulo (que era tudo que nosso dinheiro podia pagar). Mauro Senise foi convidado, Carlinhos Gonçalves foi mantido, e dessa sessão (26 e 27 de setembro de 1979 – registrada quase efetivamente “ao vivo”: o lado “A” inteiro foi gravado em uma tomada!), surgiu o primeiro trabalho de música instrumental independente lançado no Brasil que se tenha notícia, o disco Marcha Sobre a Cidade, em uma modesta tiragem de 1000 cópias.
A estréia do trabalho foi no Teatro Lira Paulistana, que depois se tornaria o núcleo dos grupos independentes, fazendo história no Brasil durante os anos 80. Marcha Sobre a Cidade recebeu críticas excelentes (vide os recortes de jornais e revistas neste site) e foi apresentado para um público considerável, nas principais capitais brasileiras. Em 1983 o álbum foi lançado na França, pela gravadora Syracuse (capa diferente da original), onde o grupo realizou uma turnê (visitando também a Suíça), tendo participado do Festival de Jazz de Grenoble e tocado nas cidades de Toulouse, Montpellier e Paris – onde gravou um concerto no Studio 106 da Radio France e se apresentou na conhecida casa de jazz “New Morning”, além de ter gravado com o cantor e compositor francês Frederic Pagés o disco “Chansons Mètisses” – finalizando a turnê em Genebra.
Enfim, ao concluir Marcha Sobre a Cidade, primeiro disco independente de música instrumental lançado no Brasil, ao lado de meu irmão Lelo e dos parceiros Zeca Assumpção, Carlinhos Gonçalves e Mauro Senise, e com a repercussão que o trabalho alcançou de imediato, eu me sentia como se tivesse passado pelo buraco de uma agulha, ou como se iluminássemos um caminho escuro, abrindo uma picada pela qual outros poderiam também passar, se quisessem seguir por aquela trilha, que se tornaria uma nova estrada para lograr um objetivo maior, algo de muita beleza, com montanhas, riachos e cachoeiras, uma paisagem linda. Este lugar, ainda não explorado, situava-se além da fronteira do permitido, que era fortemente guardada pelos “baluartes” e “arautos” do colonialismo provinciano, que só abriam as portas para os que chegassem do exterior, mesmo que tivessem saído daqui, voltando depois com o selo de “importado”, para que pudessem ser “legalizados” e aceitos no meio artístico e no show business, principalmente em se tratando de música instrumental.
A experiência frustrante que tivemos com o boicote da música eletroacústica “Mobile / Stabile” no 1º. Festival de Jazz de São Paulo em 1978 (os organizadores do evento desligaram a fita pré-gravada durante nossa apresentação, obrigando-nos a parar de tocar e deixar o palco, sob a falsa alegação de estarmos ultrapassando o tempo permitido, enquanto artistas estrangeiros faziam apresentações intermináveis e ninguém os interpelava…) demonstrou claramente o corporativismo das gravadoras e da crítica “especializada”, que faziam parte de um “júri” na ocasião, tentando impedir a todo custo que chegasse ao ouvido das pessoas um “produto” que não lhes pertencia, que não compreendiam ou que os desagradava.
Ao contrário do que pudessem imaginar, houve uma grande repercussão com protestos em jornais e revistas de circulação nacional, fazendo com que o jogo virasse. Assim, passamos de “vilões” a “mocinhos”, com a imprensa nos procurando para conhecer a música que estávamos fazendo, que estimulava outros músicos e conquistava um público crescente após um período obscuro de nossa história, sobretudo para a música instrumental no Brasil.
Nesse envolvimento e compromisso com a música, surgiram novos companheiros, vibrando com a mesma intensidade e se aproximando de nós com uma vontade muito grande de fazer parte daquilo que estávamos realizando com originalidade e criatividade, renovando e representando uma evolução (ainda que em tempos de censura e repressão) em relação à música instrumental das décadas anteriores, e não um “revival” ou simples imitação, tão comuns no meio musical.
b. REFLEXÕES SOBRE A CRISE DO DESEJO
O ano de 1980 foi muito frutífero e gratificante para nós, porque mostramos nossas caras com nossos próprios nomes, sem a tutela ou o manto protetor de ninguém, fosse músico ou produtor. Estávamos conseguindo que as pessoas ouvissem e apreciassem nossa música “louca”, pois mesmo sem a entender de imediato, sentiam que havia uma grande riqueza e complexidade harmônica, melódica e rítmica, conseqüência de muito trabalho feito com alegria e energia positiva, e tocada com a habilidade de quem praticava a todo vapor, com o melhor condicionamento físico, mental, espiritual, em plena forma e no calor do momento.
Os músicos do Grupo Um tiveram mais visibilidade, o que gerou boas oportunidades para todos. Carlinhos Gonçalves recebeu um convite para tocar na Austrália, alargando seu horizonte profissional, permanecendo com sucesso por lá por muitos anos. Zeca Assumpção optou por mudar-se para o Rio de Janeiro, em vista das boas propostas de trabalho que surgiram. Em seu lugar ficou seu melhor aluno, que acompanhava de perto nossas apresentações, tornando-se a opção natural para substituir o grande baixista e amigo que por tantos anos esteve ao nosso lado nos palcos e na vida. O nome desse músico é Rodolfo Stroeter, que permaneceu conosco até a dissolução do grupo em 1984.
Felix Wagner também se juntou ao Grupo Um. Nascido na Alemanha e vivendo desde adolescente no Brasil (anos depois, radicou-se naquele país), paralelamente ele integrou com Lelo e Rodolfo o Symmetric Ensemble (dois pianos e um baixo). Músico talentosíssimo, Felix é compositor e toca piano, clarineta e vibrafone. No início de 1981 o Symmetric viajou para realizar uma série de concertos pela Europa, e coube a mim continuar o trabalho do Grupo Um durante aquele período. Além de Mauro Senise, participaram o pianista Nelson Ayres e os baixistas Evaldo Guedes em algumas oportunidades e Paulinho Soveral em outras, mantendo o grupo em atividade.
Ao retornarem dessa viagem, decidimos iniciar o trabalho para a gravação de nosso segundo disco, com novas composições que Lelo vinha desenvolvendo, algumas das quais durante a turnê com Felix e Rodolfo, que receberam novo tratamento com a inclusão da bateria e da percussão, e a magnífica colaboração de Mauro Senise nos sopros. Incluímos ainda Mobile / Stabile (aquela do Festival) e Vida, uma composição minha.
Desta vez optamos pelo Estúdio JV, dos músicos Vicente Sálvia e Edgard Gianullo, em São Paulo, que tinha um bom equipamento e contava com um excelente técnico, Sérgio Kenji Okuda (Shao-Lin), jovem mas com bastante experiência e atento às nossas necessidades para colher o melhor resultado possível. Em dois dias conseguimos gravar todo o material.
O disco “Reflexões sobre a Crise do Desejo” foi considerado pela revista Manchete um dos dez melhores álbuns de 1981, além de conquistar elogios em resenhas dos mais conceituados críticos de música da época, colocando a produção independente no mais destacado patamar até então atingido por qualquer músico ou grupo instrumental no Brasil.
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c. FLOR DE PLÁSTICO INCINERADA
Concluindo com a “Flor de Plástico Incinerada” esse período de oito anos de música com o Grupo Um iniciado em 1976, devo dizer que ficou a satisfação de ter realizado essa obra de cuja memória trago comigo as melhores recordações, a começar pela convivência que tive com todos os músicos que dele fizeram parte, que foi produtiva, intensa e motivadora, desenvolvida através de um processo de criação que era sempre muito divertido, gerando uma aura positiva, que permeou toda a nossa trajetória, e que continua viva até hoje, no meu trabalho do dia a dia.
Iniciava-se então o que chamo de “fase colorida” do trabalho do grupo, a começar pela capa do terceiro LP. Ao contrário das anteriores, “A Flor de Plástico Incinerada” tem sua capa em dois tons de azul. Depois de nossa apresentação em Salvador, no Teatro Castro Alves, eu costumava dizer por brincadeira que a capa do nosso disco se parecia com o mar da Bahia em dia claro e ensolarado!
Esse LP foi gravado em outubro de 1982, época que marcou o início de uma transição em nossas carreiras, em primeiro lugar por nos ter sido oferecido o custeio da gravação e da produção gráfica do novo disco pelo selo “Lira Instrumental”, criado por um acordo entre o Teatro Lira Paulistana em parceria com a gravadora Continental e artistas que vinham apresentando trabalhos com regularidade na programação do teatro localizado à Rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros, São Paulo.
Isso se devia ao notável crescimento dos grupos de música instrumental, que passaram a ser vistos como um “filão” comercialmente explorável. Nesse mesmo pacote foi a mim oferecido também o custeio da gravação e produção gráfica de meu primeiro disco solo, “Poema da Gota Serena”, que foi realizada no mesmo estúdio (J.V.) e no mesmo período em que foram feitas as gravações de “A Flor de Plástico Incinerada”. Além disso, foram oferecidas também as passagens para a nossa turnê européia, onde seria lançada a versão francesa do LP “Marcha sobre a Cidade” pela gravadora parisiense “Syracuse” .
Além da turnê pela Europa, que ocorreu nos meses de março e abril de 1983, simultaneamente aos lançamentos de “Marcha sobre a Cidade” na França, no Brasil eram lançados “A Flor de Plástico Incinerada” e meu primeiro trabalho solo “Poema da Gota Serena”. Além disso, o Grupo Um participou de várias apresentações no Brasil, dentre elas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, 3º. Festival de Música Instrumental da Bahia, Show de Aniversário da Cidade de São Paulo, Museu de Arte de São Paulo (MASP), Show na Praia de São Vicente, Teatro Lira Paulistana, entre outros.
Foi um grande salto qualitativo em nossas carreiras, que naquele momento alcançaram o objetivo proposto, pelo reconhecimento ao trabalho realizado pelo Grupo Um com seus discos e shows, e pela efetiva colaboração na criação de um cenário muito mais promissor para a música instrumental no Brasil, não só em função do grande número de novos grupos que se formaram a partir de então, lançando seus próprios discos e originando uma nova geração de instrumentistas que podiam enfim sonhar novamente com a possibilidade de sobreviver com os frutos de seu trabalho artístico (o que alguns verdadeiramente conseguiram), mas também estimulando artistas renomados que se encontravam anestesiados ou adormecidos por acomodação ao sistema imposto, a retomarem projetos na área da música instrumental, que com o tempo passaram a florescer novamente.
Nesse terceiro LP houve também uma mudança na nossa formação. Teco Cardoso substituiu Mauro Senise, impossibilitado de vir a São Paulo com a freqüência necessária, e apesar da grande afinidade pessoal e musical que tínhamos, Teco preencheu de forma soberba essa lacuna, substituindo à altura nosso grande amigo músico, participando da gravação como convidado e permanecendo conosco até a dissolução do grupo. Felix Wagner, em razão de trabalhos paralelos em que estava envolvido, participou também da gravação como convidado.
Após a realização de “A Flor de Plástico Incinerada”, sentimos que o momento de transição havia chegado, pois todos nós estávamos, de alguma forma, produzindo trabalhos em diferentes situações musicais, e percebemos a necessidade de seguir nossos próprios caminhos, tão naturalmente como havíamos sentido a necessidade de realizar o trabalho com o Grupo Um, assim como um rio que se divide em seus afluentes, mas quis o destino que nos encontrássemos novamente, o mesmo quarteto formado por Lelo, Teco, Rodolfo e eu, com participação especial de Marlui Miranda, entre 1991 e 1998, com o nome de “Pau Brasil”. Dessa parceria, além de concertos, turnês e gravações, nasceu o premiado cd “Babel”, lançado no Brasil, Estados Unidos e Europa.
Ao escrever essas linhas, recordando a música daquele período, ao lado dos irmãos Lelo, Zeca Assumpção, Carlinhos Gonçalves, Mauro Senise, Marlui Miranda, Márcio Montarroyos, Roberto Sion, Teco Cardoso, Felix Wagner, Rodolfo Stroeter, gostaria de agradecer aos músicos e a todos os que acompanharam de perto nossas apresentações e vêm apreciando nossas gravações, trazidas novamente aos ouvintes, interessados e estudiosos, graças ao excelente trabalho realizado pela Editio Princeps, ao atualizar e reafirmar a posição galgada pelo Grupo Um na História da Música Instrumental Brasileira.
A Volta:
A vanguarda do jazz brasileiro – Alexandre Agabiti Fernandez Nos tempos que correm – marcados pela regressão cultural, pelo cinismo descarado, pela colonização do desejo, em que os adjetivos tomaram o lugar dos substantivos –, a simples existência deste disco é uma proeza. Gravado no dia 20 de agosto de 2015 no Teatro do Sesc Pompeia, diante de uma plateia atenta e afetuosa, é o registro da noite memorável que marcou a volta do Grupo Um aos palcos depois de um hiato de 30 anos. Seu lançamento – pouco mais de um ano depois daquela noite – assinala outro fato marcante: os 40 anos da fundação do Grupo Um, provavelmente a mais radical afirmação da liberdade e da originalidade musical entre nós. Lelo Nazario e Zé Eduardo Nazario – os irmãos fundadores – e todos os músicos que contribuíram com o grupo ao longo dos anos criaram um amálgama único que expande os limites da experiência musical. Inventaram uma linguagem que combina o jazz fusion, o free jazz, a música erudita – com ênfase na música eletrônica e eletroacústica – e a riqueza da percussão afro-indígena, que nem por isso deixa de incorporar instrumentos de outras culturas. A resultante dessa proposta de vanguarda é sumamente inovadora, pois trabalha os parâmetros musicais “primários” (melodia, harmonia e ritmo) – que definem a organização sintática da música – e os “secundários” (timbre, dinâmica) com o propósito de criar uma sonoridade nova, marcadamente urbana (portanto, cosmopolita), que ignora fronteiras e hierarquias, em que o sintetizador, as tablas indianas e as fitas magnéticas pré-gravadas têm a mesma importância. Aos substantivos “liberdade” e “originalidade” usados acima para caracterizar a música do Grupo Um, se junta um terceiro: “densidade”. A música do Grupo Um não se entrega facilmente à fruição. Tem muita entropia, muita informação. Por isso solicita empenho do ouvinte. Mas quando a familiaridade se instala, o prazer é proporcional a esse comprometimento. O Grupo Um construiu sua reputação com shows – no Brasil e na Europa – e com os três LPs que gravou, felizmente reeditados em CD: “Marcha Sobre a Cidade” (1979) – pioneiro entre os discos de produção independente –, “Reflexões Sobre a Crise do Desejo” (1981) e “A Flor de Plástico Incinerada” (1982), todos muito bem recebidos pelo público e pela crítica especializada da época. A pequena mas significativa discografia cresce agora com este CD, que mostra o Grupo Um no esplendor de sua forma. Lelo (teclados e processos eletrônicos) e Zé Eduardo (bateria e percussão) pertencem ao restritíssimo clube de instrumentistas com dicção pessoal, donos de um fraseado claramente identificável. A esse grupo pertencem, por exemplo, Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti, Naná Vasconcelos, Bill Evans, Ornette Coleman, John Coltrane, Thelonious Monk e Anthony Braxton. Além disso, Lelo e Zé Eduardo tocam juntos desde sempre, o que os levou a desenvolver uma verdadeira comunhão. Com sólida formação e extensa trajetória, o saxofonista e flautista carioca Mauro Senise, que participou dos dois primeiros LPs, é uma referência nesses instrumentos no Brasil. O multi-instrumentista e compositor alemão Felix Wagner – que aqui toca clarinete baixo e teclados – é outro antigo colaborador perfeitamente à vontade nessa permanente ebulição que é a música do grupo. Outro alemão, o contrabaixista Frank Herzberg estreia no Grupo Um no posto ocupado por nada menos que Zeca Assumpção, um dos maiores nomes do contrabaixo brasileiro. Herzberg impressiona pela ampla paleta de recursos expressivos, com o arco ou pizzicato, e pela sonoridade cheia. As dez composições do CD – a maior parte escrita por Lelo Nazario – apresentam um recorte interessante da produção do Grupo Um, com ênfase no repertório de “Marcha Sobre a Cidade”, integralmente revisitado. “Mobile/Stabile” e “Sonhos Esquecidos” foram gravadas, respectivamente, em “Reflexões Sobre a Crise do Desejo” e “A Flor de Plástico Incinerada”, enquanto “Velho Mundo Novo” figura no CD “Amálgama” (2014), do Duo Nazario, e “Fragmentum” é uma composição inédita de Felix Wagner. Para os fãs mais antigos, o CD é um registro histórico; para as novas gerações, é uma excelente introdução ao universo das sonoridades do Grupo Um, cheio de fúria, lirismo e rigor.
TracklistHide Credits
1 | [B(2)10-0.75-K.78]-P(2)-[O(4)/8-0.75-K77] | 7:25 |
2 | Sangue De Negro | 4:33 |
3 | Marcha Sobre A Cidade | 10:23 |
4 | A Porta Do ”Sem Nexo” | 9:52 |
5 | 54754-P(4)-D(3)-0 | 3:06 |
6 | Dala
| 4:00 |
Bonus Tracks | ||
7 | N’daê | 2:50 |
8.1 | Festa Dos Pássaros | 11:10 |
8.2 | C(2)/9-0.74-K.76 |
Credits
- Drums, Percussion – Zé Eduardo Nazario
- Electric Bass – Zeca Assumpção
- Electric Piano – Lelo Nazario
- Executive Producer – Marcelo Spindola Bacha
- Percussion – Carlinho Gonçalves
- Soprano Saxophone – Roberto Sion (tracks: 8)
- Soprano Saxophone, Alto Saxophone, Flute – Mauro Senise (tracks: 1 to 7)
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Grupo Um – Reflexões Sobre A Crise Do Desejo…/ – 1981
LP lançado de forma independente em 1981. Reeditado em CD pela Editio Princeps em 2005
Tracklist
1 | O Homem De Wolfsburg | 5:03 |
2 | America L | 6:33 |
Vida | (6:55) | |
3.1 | A. N’Daê | |
3.2 | B. Dadão | |
4 | Mobile / Stabile | 7:26 |
5 | Reflexões Sobre A Crise Do Desejo | 6:58 |
Bonus Tracks | ||
6 | Mata Queimada | 5:58 |
7 | O Homem De Wolfsburg (Alternate Take) | 2:02 |
8 | Reflexões Sobre A Crise Do Desejo (Alternate Take) | 5:52 |
Credits
- Acoustic Bass – Zeca Assumpção (tracks: 6)
- Bass – Rodolfo Stroeter
- Drums, Percussion, Flute – Zé Eduardo Nazario
- Electric Piano, Clarinet – Felix Wagner
- Executive Producer – Marcelo Spindola Bacha
- Piano – Lelo Nazario
- Soprano Saxophone – Roberto Sion (tracks: 6)
- Soprano Saxophone, Alto Saxophone, Flute – Mauro Senise
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Grupo Um – A Flor De Plastico Incinerada – 1982
LP lançado pelo selo Lira Paulistana em 1982
TracklistHide Credits
1 | A Flor De Plastico Incinerada (I)
| 7:08 |
2 | Duo | 4:22 |
3 | ZEN | 6:43 |
4 | A Flor De Plastico Incinerada (II) | 12:26 |
5 | Sonhos Esquecidos (…Para L.C.) | 7:16 |
… Bônus | ||
6 | Olhos De Plexiglass (Inédita) | 3:56 |
7 | Sonhos Esquecidos (1° Take) | 7:03 |
8 | A Flor De Plastico Incinerada (II) (1° Take) | 1:32 |
Companies, etc.
- Manufactured By – Sonopress-Rimo da Amazônia Indústria e Comércio Fonográfica Ltda.
- Mastered At – Utopia Studio, Brazil
Credits
- Acoustic Bass – Rodolfo Stroeter
- Clarinet, Marimba – Felix Wagner
- Composed By – Lelo Nazario (tracks: 1, 4 to 8), Rodolfo Stroeter (tracks: 2), Zé Eduardo Nazário* (tracks: 3)
- Drums, Percussion, Xylophone – Zé Eduardo Nazário*
- Executive-Producer – Marcelo Spindola Bacha
- Graphics – Rodrigo Araujo*
- Keyboards, Electronics, Mastered By, Graphics, Photography By – Lelo Nazario
- Photography By – Beto Freitas, Dimitri Lee, Mychko Alezander, Paulo Vasconcellos
- Woodwind – Teco Cardoso
Notes
Gravado em 09/10 e 30/31 de Outubro de ‘82 O texto que antecede ‘A Flor de Plástico Incinerada (I)’ é de autoria de Luiz Nazario |
Áudio / Efeitos especiais | Sergio Shao Lin, Edelho Gianullo | |
Road-manager | Alberto ‘Batata’ Monteiro | |
Capa | Lelo Nazario |
Grupo Um – Uma Lenda Ao Vivo – 2016
Gravado ao vivo no show do Festival no Jazz na Fábrica em 20 de agosto de 2015
TracklistHide Credits
1 | [B(2)/10-0.75-K.78]-P(2)-[0(4)/8-0.75-K77] | 6:52 |
2 | Sangue De Negro
| 4:04 |
3 | Marcha Sobre A Cidade | 15:29 |
4 | A Porta Do “Sem Nexo” | 9:52 |
5 | Dala
| 6:02 |
6 | 54754-p(4)-d(3)-0 | 4:50 |
7 | Fragmentum
| 5:05 |
8 | Mobile/ Stabile | 11:01 |
9 | Sonhos Esquecidos | 8:30 |
10 | Velho Mundo Novo | 3:54 |
Credits
- Acoustic Bass – Frank Herzberg
- Bass Clarinet, Keyboards – Felix Wagner
- Drums, Percussion – Zé Eduardo Nazario
- Executive-Producer – Irati Antonio
- Keyboards, Electronics, Producer, Mixed By, Mastered By – Lelo Nazario
- Saxophone, Flute – Mauro Senise
Notes
All compositions Lelo Nazario except as indicated
Released by Selo Sesc (Brazil, 2016).
Zé Eduardo Nazario, Mauro Senise e Lelo Nazario. 1979