terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

BONGA

 



José Adelino Barceló de Carvalho, mais conhecido como Bonga Kwenda - ou só Bonga - é de longe o mais famoso nome do semba angolano. 

A música africana que no Brasil virou samba, lá em Angola virou semba - e de facto os dois géneros são muito parecidos. O nome vem de masemba, que significa umbigada - o passo de dança primitivo que deu origem a toda uma cultura de música e dança urbana em Angola, que hoje em dia, além do próprio semba, também inclui o kuduro e a kizomba. 
Quando era pequeno, era o que corria mais rápido entre os amigos das favelas onde vivia. 
Em 1966, com 23 anos de idade, depois de ter alcançado os maiores títulos de Angola em 100, 200, e 400m, a sua entrada em Portugal dá-se aquando de um convite do Sport Lisboa e Benfica, que se deveu às suas múltiplas vitórias nos campeonatos em Angola. O objectivo deste convite é a prática semi-profissional de atletismo. É entre 1966 e 1972 que Bonga atinge por sete vezes o estatuto de campeão e permanente recordista de atletismo: onze internacionalizações nos 400 metros, nos 200 e 400 metros na taça da Europa de 1967,  nove nos 4 x 400 metros e seis nos 200 metros, além de várias vitórias em torneios, tal como o prémio de Viseu em 1968 (400 metros), o Torneio Toddy em 1969  (100 metros), o II Grande Prémio das Festas de Santo António, etc…
Em suas viagens, fez contacto com vários angolanos exilados e portugueses insatisfeitos com o Estado Novo de Portugal: e graças a toda essa movimentação política foi obrigado a se exilar em Roterdão, na Holanda, onde em 1972 gravou seu primeiro disco, Angola '72.
Foi o suficiente para que fosse emitida uma ordem de prisão para ele em Angola, e nos próximos anos teve de continuar seu exílio pela Europa e pelos Estados Unidos, onde começou a desenvolver sua carreira internacional, com o objectivo de fazer a música africana conhecida e respeitada no resto do mundo ocidental.
Em 25 de Abril de 1974, no dia da Revolução dos Cravos que acabou com a ditadura de Portugal, lança seu segundo disco: Angola '74.
Quando no ano seguinte a Angola conquista sua independência, Bonga pôde voltar, aclamado como símbolo de liberdade e de luta pela igualdade e respeito.

São esses os dois primeiros discos gravados em exílio, na longa carreira musical de Bonga.
1972 - Angola '72

1974 - Angola '74


1975 - Raízes

1976 - Angola 76

1978 - Racines

1980 - Kandadu
 
1983 - Kualuka Kueto

1984 - Marika

1985 - Sentimento

1987 - Massemba

1988 - Reflexão

1989 - Malembe Malembe
 
1990 - Diaka

1991 - Jingonça e Paz em Angola

1992 - Gerações

1993 - Mutamba
1994 - Fogo na Kanjica

1995 - O Homem do saco


1996 - Preto e Branco

1997 - Roça de Jindungo

1998 - Dendém de Açúcar

1999 - Falar de Assim

2001 - Mulemba Xangola

2003 - Kaxexe

2004 Maiorais

2009 - Bairro

2011 - Hora Kota 

Ultimamente se tem falado muito sobre Angola, não sobre música, mas devido ao luso-angolano Luaty Beirão que esteve 36 dias em greve de fome.

Como estas coisas são tão desagradáveis, não podia terminar este texto "Com uma lágrima ao canto do olho".





TERESA SALGUEIRO

 



Maria Teresa de Almeida Salgueiro, nasceu em Lisboa a 8 de Janeiro de 1969. 
Em 1986, com apenas 17 anos, integra o mais famoso grupo Português de sempre no estrangeiro – Madredeus.
Entre 1987 e 2007, com os Madredeus, vendeu mais de cinco milhões de discos em todo o mundo. 


Participou, também, como actriz principal, na longa metragem de Wim Wenders, intitulada “Lisbon Story”.


2006 - Em paralelo com a actividade do grupo, edita o álbum “Obrigado” (2006) que reúne participações com vários artistas como José Carreras, Caetano Veloso, Angelo Branduardi, entre outros. 





2007 - Grava dois álbuns em parceira com o Septeto João Cristal (Você e Eu) e com o Lusitânia Ensemble (La Serena) em que explora universos musicais diversos demonstrando a sua versatilidade  enquanto intérprete. Manteve, com estes dois projectos e durante dois anos, uma actividade regular de concertos na Europa, Brasil e México.


Ainda em 2007 e a convite do compositor polaco Zbigniew Preisner participa como voz solista no álbum “ Silence Night and Dreams”. Com este concerto, que teve a sua estreia no Teatro da Acrópole, em Atenas, subiu ao palco em várias cidades europeias, como Paris, Londres ou Płock.


2009 - Enquanto artista independente, em Agosto de 2008, com a ideia de recolher um repertório que retratasse as diferentes épocas, tradições, regiões e costumes Portugueses, reúne-se novamente com o Lusitânia Ensemble e assim nasceria em 2009 o disco “Matriz”, cujos concertos percorreram a Europa e África.


2012 - Sai para o mercado discográfico o álbum "O Mistério". Para a produção deste disco, convidou António Pinheiro da Silva, com quem partilhou os primeiros dez anos de gravações e concertos da sua vida, para co-produzir este novo disco.
Durante o mês de Agosto de 2011, retiram-se para o Convento da Arrábida, no ambiente envolvente da Serra, e montam um estúdio de gravação onde registam os dezassete temas que dão origem ao álbum “O Mistério”.


2013 - Lança "Cânticos da Tarde e da Manhã", editado no Seminário de S. Paulo em Almada.
Nele tomam parte:
Teresa Salgueiro (voz) / Carisa Marcelino (acordeão de concerto) / Óscar Torres (contrabaixo) / Participação especial de seminaristas de Almada.

«Os dois grandes tempos diários de oração da Igreja católica – Laudes, pela manhã e Vésperas, à tarde – iniciam-se com hinos, que neste disco são denominados “cânticos”. Trata-se de textos poéticos que a liturgia universaliza, enquanto que as melodias são assinadas por reputados compositores de música sacra. Parte dos poemas de Laudes e Vésperas foram adoptados em todo o mundo, embora tenham sido traduzidos e adaptados em cada país, enquanto que outros são originários de escritores nacionais, cruzamento presente neste CD, que inclui poetas da grande tradição cristã universal e autores maiores de várias épocas da literatura portuguesa».


Este trabalho discográfico, foi apresentado aos penafidelenses, no dia 10 de Novembro de 2015, pelas 21h na Igreja Matriz.
Vamos ficar com a versão da canção "Senhora do Almortão" de Zeca Afonso, na voz cristalina de Teresa Salgueiro, com o adufe em fundo para apenas compassar as frases.




ANAMAR



Ana Maria Alfacinha de Brito Monteiro nasceu na cidade de Lisboa. 
Estreou-se nos palcos aos 17 anos. Frequentava a Escola de Teatro do Conservatório Nacional e decidiu partir com um amigo para Paris com destino a Londres. Acaba por ir parar à Suécia onde fica 9 meses. Em Gotemburgo forma uma banda punk, os Odd Combo, que cantavam em inglês.
É aí que passa a ser conhecida por Anamar. 
Vai finalmente para Londres para logo depois regressar à Avenida de Roma e ao Conservatório. 
Entretanto foi Anotadora da RTP e abriu uma loja.
Em 1982 começou como porteira do Frágil onde esteve até 1985.


1983  - Grava, para a editora Fundação Atlântica, o álbum "Cartas de Portugal", com a direcção musical de Pedro Ayres Magalhães e com letras de autoria de nomes como Miguel Esteves Cardoso e Paulo Bidarra. O disco não chega a ser publicado sendo editado apenas um single com os temas "Baile Final" e "Lágrimas".


1986 - «Amar por Amar» (máxi Ama Romanta)
É o disco mais marcante para mim, porque foi feito com muito poucos meios, muito depressa, com gente muito talentosa, numa mistura que na altura era bastante imprevisível.


1987 - É lançado o álbum "Almanave", uma edição da Polygram, onde aparece uma nova versão de "Canção do Mar". 
Para promover o álbum, que chegou a disco de prata, foi agendado um concerto a solo no dia 13 de Novembro, no Coliseu de Lisboa.



1989 - Regressa aos discos com o álbum "Feia Bonita" que contou com a direcção musical de José Peixoto e participações de Nuno Rebelo e do guitarrista Mário Delgado. 
O disco inclui temas como "Feia Bonita", "Ilha" e "Afinal". 
Anamar foi mãe, e a sua carreira artística passou para segundo plano. A partir daí as suas aparições públicas tornaram-se raras



1997 - É editado pela BMG o álbum "M" com produção de André Louro de Almeida (ex-Croix Sainte). 
Este projecto é apresentado num concerto que decorreu na Estufa Fria, em Lisboa.


2002- Ao Vivo - com Pilar, Né Ladeiras e Anamar
No final de 2000, a convite de Tiago Torres da Silva, realizam-se os dois concertos "SMS8" em colaboração com Pilar e Né Ladeiras. O disco com as gravações desse concerto, "Ao Vivo - com Pilar, Né Ladeiras e Anamar", é editado em 2002 pela Zona Música.


2003 - A Universal (ex-Polygram) lança em Maio deste ano o disco "Afinal", uma antologia com 17 temas da sua carreira discográfica.


2004 - O disco "Transfado" foi editado pela CNM em Outubro de 2004. O disco subintitulado "Fado Tango e Alma Lusa" conta com Daniel Schvetz no piano, Luís Petisca na guitarra portuguesa e Ricardo Cruz no contrabaixo e percussão.

  
2013 - Anamar regressa com um disco homónimo, e que terá no seu alinhamento as canções Roda e Não É Pecado
Em comunicado Anamar escreveu:
"Perguntas porque volto à música? antes de mais porque sim, porque algo em mim falta cumprir e aí me dou inteira.
Porque tenho o palco no corpo e trago a alma na voz.
Porque no acto da criação amo e vibro desmedida.
Porque há mar por navegar e caminho a desbravar.
Porque há tanto a abraçar e visões a inspirar. Porque em mim fado é amar, criar, e libertar.
Porque boa gente o deseja e há vida a celebrar. Voltar à música sim, por tudo e mais por todo o mundo, tudo dar".

Vamos ficar com uma versão pop da canção Barco Negro de Amália Rodrigues pela excelente voz de Anamar.




NANÃ SOUSA DIAS

 



Nasceu em Torres Vedras em 1957. 
Desde muito cedo demonstrou interesse pela música, influenciado pelo pai, tios e avô, músicos amadores. 
Aos 12 anos começa a aprender guitarra, que troca pela flauta transversal aos 19 anos. 
Pouco tempo depois começa a interessar-se pela Bossa Nova e pelo Jazz, tendo começado a tocar com alguns amigos com quem se desloca frequentemente a Lisboa e Estoril para assistir a concertos e "jam sessions", nos festivais e clubes de Jazz (Hot Clube, Louisiana, Zodíaco, etc).
Aos 22 anos, compra um saxofone tenor dos anos 40 e começa a aprender, como autodidacta,  a tocar esse instrumento.
Em 1980 começa a estudar harmonia e a compor alguns temas. 

Lena d'Água & a Atlântida, abril 1982
(Luís Pedro Fonseca, Lena d'Água, Tó Cordeiro, Zeca Neves,
Carlos Fortuna, Necas e Nanã Sousa Dias)

Torna-se músico profissional em 1981 passando a integrar a "Banda Atlântida" de Lena d'Água. 
Sai da "Banda Atlântida" em 1983, aceitando o convite de Rui Veloso para integrar a sua banda.


O primeiro disco que grava com Rui Veloso é o álbum "Guardador de Margens".


1984 - É editado o álbum homónimo dos Bit, grupo formado por Nanã Sousa Dias, Manuel Paulo Felgueiras, Paleka, Zeca Neves e Luís Stoffel.
Entretanto, é convidado por Luís Villas-Boas a tocar em várias edições do Festival de Jazz de Cascais, Estoril e Lisboa.


1986 - O seu primeiro disco a solo, "Ousadias", foi editado em Dezembro de 1986. No disco, produzido por Zé Carrapa e pelo próprio Nanã Sousa Dias, colaboraram os músicos Zé Nabo, Zé Carrapa, Ramon Galarza e Renato Jr. Em1998 este disco "Ousadias" foi reeditado no formato CD.


1988 - Foi editado o álbum "Aqui Tudo Bem".
Entretanto participa na banda sonora da série de televisão "Claxon" para a qual compôs o genérico.



1994 - Nesse ano lançou um álbum com "Temas de Natal", e produziu o disco "Salsetti" de Bernardo Sassetti.


1995 - Lançou pela etiqueta Groove, subsidiária da Movieplay, um disco de homenagem a Tom Jobim denominado "Tom Maior".


1996 - A Movieplay editou o disco "Os Melhores Temas de Natal". Ao alinhamento do disco de 1994 foram acrescentadas revisões dos temas "Silver Bells" e "Christmas Songs".
E nestas batidas entre o Jazz e o pop, vamos recordar Nanã Sousa Dias em Natal dos Simples de José Afonso.




Gonçalo Pereira - gonçalopereira@g_spot

 





Gonçalo Pereira
gonçalopereira@g_spot
2003
Instrumental Hard Rock

Tracklist:


01. T3 Intro
02. T@ Zond?
03. Retrosaria Tricot
04. Pastel De Nata
05. Contratempo (Damaia Blues)
06. The Hipnotizer
07. Dirty Suits
08. Sessao Geleia
09. Antes De Comecar
10. Contigo Ou Sentigo
11. Skratchklit On Shuffle Street
12. Parto Facil
13. Palhaco Pobre (Ai O Meu Bone)
14. Trip To Kabul




Heróis do Mar - Heróis do Mar 1981

 




Heróis do Mar
Heróis do Mar
1981
New Wave Synthpop


Tracklist:


1.Brava Dança Dos Heróis
2.Amantes Furiosos
3.Magia Papoila
4.Salmo
5.Bailai
6.Olhar No Oriente
7.Mar Alto
8.Saudade






Destaque

Carlos Dafé - “Pra que Vou Recordar” (1977)

“A refavela/  Revela o passo/  Com que c aminha a  geração/  Do black jovem/  Do Black Rio/  Da nova dança no salão”.  Gilberto Gil, da letr...