sábado, 2 de março de 2024

Cactus - Restrictions (1971)

 



Restrictions, terceiro álbum do grupo, lançado no ano de 1971 matem a mesma linha dos dois discos anteriores, o disco começa com a faixa titulo, que por sinal é um dos pontos fortes do álbum, assim como as faixas “Sweet Sixteen” e “Evil” uma das faixas mais agressivas feita pela banda, a versão inspiradíssima de “Token Chokin” , tudo isso misturado com pitadas de boogie e country, resultando em mais dois grandes álbuns de hard-rock setentista. Porém, talvez devido a pouca repercussão destes álbuns na época, novamente brigas internas acabaram fazendo com que Rusty e Jim McCarty saíssem da banda em 1972.

1- Restrictions
2- Token Chokin'
3- Guiltless Glider
4- Evil
5- Alaska
6- Sweet Sixteen
7- Bag Drag
8- Mean Night In Cleveland

- Rusty Day: vocals, harmonica
- Jim McCarty: guitar
- Tim Bogert: bass, background vocals
- Carmine Appice: drums, percussion, background vocals







Cactus - `Ot `N´ Sweaty (1972)

 



Então foram chamados para o vocal o cantor Peter French, egresso do Atomic Rooster, que também tinha participadp do grupo Leaf Hound, e mais dois músicos de Detroit, o tecladista Duane Hitchings e o guitarrista Werner Frittzchings. Com essa formação gravam mais um álbum, o "Ot’n’Sweaty".

O lado A do disco vinha com um bom trecho de uma apresentação energética da banda no Festival de Mar Y Sol realizado em Porto Rico (!) em 3 de Abril de 1972. O lado B continha algumas excelentes faixas de estúdio, na mesma linha dos álbuns anteriores, destaque para Bendroom Mazurka e Bad Stuff.

Porém, brigas internas desta vez acabam de vez com a banda, Appice e Bogart resolvem de vez concretizar o seu projeto inicial de uma superbanda ao lado de Jeff Beck, o Beck Bogert & Appice. O tecladista Duane Hitchings ainda tentou formar uma banda chamada New Cactus Band.

1- Swim
2- Bad Mother Boogie
3- Our Lil Rock-N-Roll Thing
4- Bad Stuff
5- Bringing Me Down
6- Bedroom Mazurka
7- Telling You
8- Underneath The Arches

Peter French: vocals
- Werner Fritzschlings: guitar
- Duane Hitchings: keyboards
- Tim Bogert: bass, background vocals
- Carmine Appice: drums, percussion, background vocals



Egberto Gismonti - Works [1984]

 




No seu 15º aniversário, o selo ECM lança 10 coletâneas e Egberto foi um dos artistas escolhidos. Suba o volume.


A1 Lôro
A2 Raga
A3 Ciranda Nordestina
B1 Magico
B2 Maracuta
B3 Salvador







Egberto Gismonti - Dança dos Escravos [1989]

 



Na véspera da data de lançamento de mais um disco - "A Dança dos Escravos", Egberto Gismonti ganharia destaque na edição de 17/12/89 do jornal O Globo, numa entrevista em que fala de seu novo trabalho. Seria o segundo disco lançado pelo músico naquele ano. A matéria, intitulada "Samplers fora da tomada", é assinada por Helio Muniz:

"Egberto Gismonti tirou os samplers da tomada e está lançando um LP sem acompanhamentos eletrônicos. Em 'A Dança dos Escravos' as engenhocas high-tech foram banidas. O disco é de Egberto Gismonti e seu violão, está pronto há sete meses, foi gravado na Suécia e lançado em toda a Europa. Aqui no Brasil, 'A Dança' chega às lojas amanhã, com 200 mil cópias vendidas, segundo a EMI-Odeon.

Apesar da expectativa de sucesso, Gismonti não vai fazer nenhuma turnê nacional para divulgar este que é o seu segundo lançamento em menos de um mês. O primeiro foi 'Kuarup', com a trilha sonora do filme de Ruy Guerra, que ele considerou 'uma ação entre amigos'.

Completando 21 anos de carreira, Gismonti diz que a trilha é um dos trabalhos mais bonitos de sua vida, mas admite ser parcial quando faz coisas com os amigos. E em 'Kuarup', Gismonti é amigo de todo mundo. Antonio Callado foi o primeiro a entrar no circuito, em 1968, quando lançou o romance 'Quarup' e pediu ao compositor para musicar o livro. Depois chegou Ruy Guerra, que encomendou a trilha sonora. Por último, veio Mário de Aratanha, dono da Kuarup Discos, gravadora que lançou o LP.

São grandes as diferenças entre os dois trabalhos. Enquanto em 'Kuarup' há duas orquestras - uma é a Transarmônica D'Amla D'Omrac, modo como Egberto chama seus samplers e computadores - na 'Dança dos Escravos' o músico optou pela simplicidade. Para Gismonti, cada trabalho nasce de uma forma diferente, não há fórmulas ou caminhos a serem seguidos:

- 'A Dança' é meu primeiro disco com violão puro, e estou muito ligado nele. Mas não significa que vou trabalhar sempre assim. Meu próximo disco pode ser completamente diferente. Gosto de experimentar e adoro os instrumentos eletrônicos.

Os compromissos internacionais não deixam muito espaço em sua agenda. Ele viaja para os Estados Unidos e Canadá no final de março, numa grande turnê. Volta em julho, toca por aqui e em outubro vai ao Japão e à Austrália.

- O desgaste existe, mas me divirto muito também. Numa hora, desço no aeroporto de Tóquio, com violão do lado, depois estou no piano na Austrália. Isso é gozado. E não me impede de compor, porque faço música em qualquer canto, não tenho frescura para criar.

Egberto Gismonti é o artista brasileiro que mais faz shows no exterior e um dos mais respeitados pela crítica internacional. Apesar disso, ele diz que quanto mais viaja pelo mundo, mais se considera um cidadão de Carmo, um lugarejo perdido na fronteira do Rio de Janeiro com Minas Gerais:

- Lá eu me sinto reconhecido sem precisar fazer nada. Sou só um sujeito que conhece todo mundo e é lembrado como o 'filho de mestre Antonio'. Essa é a minha forma meio irracional de encarar certas coisas. Aliás, tem horas em que o racionalismo só atrapalha.

A conversa volta sempre para o tema preferido de Egberto: os amigos.

- Considero o filme o melhor do mundo e a trilha sonora uma das melhores coisas que fiz porque estava entre amigos. Para mim, amigo não erra nunca, tudo o que eles fazem é o melhor que existe.

Num ano normal, Egberto Gismonti faz quase 200 shows pelo mundo inteiro. Ele não considera muito, mesmo para quem garante detestar o esquema do show business. A explicação é muito simples. Depois de conseguir da EMI os direitos de comercialização de seus discos no exterior, ele tem que tocar mais. Quando termina um trabalho, o esquema de lançamento envolve mais de 20 países:

- Eu não faço música para a maioria. Meus discos atingem um consumidor específico, uma minoria. Tenho que chegar junto desse público em todos os cantos do mundo. E sendo dono dos direitos de comercialização eu mesmo tenho que vender o trabalho.

Ele acredita que esse será o método do futuro. As grandes gravadoras vão transformar em distribuidoras levando o mercado fonográfico a se especializar mais, com os autores fornecendo o trabalho pronto. "


A1 2 Violões (Vermelho)
A2 Lundu (Azul)
A3 Trenzinho Do Caipira (Verde)
A4 Alegrinho (Amarelo)
B1 Dança Dos Escravos (Preto)
B2 Salvador (Branco)
B3 Memoria E Fado (Marrom)









Lovely Luna – Lovely Luna (2000/ Guerssen)

 

Algo me diz que este álbum foi único. Ele teve dois irmãos posteriores, mas isso é outra coisa. Duo de músicos inquietos e capazes da Corunha, que começaram a colaborar por volta de 1995. Um então desconhecido Xoel López, (guitarra acústica e elétrica, gaita, cazoo, percussão e piano), ex-Covers, Elephant Band e Deluxe. Então futura estrela pop indie. E Félix Arias (vocal, violão e guitarra espanhola), ex-Guru Deva. Pessoas do Kozmic Muffin colaboraram Possivelmente a melhor banda psicológica e progressiva deste país nos anos 90. Até três deles aparecem aqui. Julio González (guitarra e backing vocals), Enrique Otero (piano, Hammond e mini-Moog) e Pablo Rega (baixo). 



Foi a única que cantaram em inglês. O lado A foi gravado em 1997 e o lado B foi feito em 2000. Conclui-se que foi um projeto a ser desenvolvido sem pressa, entre intervalos de outras atividades. Foi publicado pela marca Lleida Guerssen, mais conhecida como especialista em resgate de joias do passado. 500 cópias, somente vinil. Algo louco, para aquela época. Destinado a esses malucos.

Tanto a capa quanto a contracapa davam uma ideia da música contida. Sensação hippie de filosofia ativista boêmia e caminho de cabra para sua reflexão. “Feel it” já levou você ao folk rock psicológico londrino do final dos anos 60, assim como fez com os Jayhawks. A acústica respira sobriedade e agora antiguidade. "Many Times" era uma música que poderia ter sido tocada no clube Les Cousins, referindo-se ao Soho em 1969. Um proeminente Hammond permite elementos psicopatas em "Looking at the World", com possível homenagem à Incredible String Band. A percussão country e elétrica também os aproxima de Laurel Canyon. "Sitting in my Tree" captura a positividade libertária da América. “All is You” é totalmente dylanesco, embora as vozes sejam mais cuidadosas (desculpem por ter feito bem, críticos). É uma pequena joia em um baú cheio deles.

Da mesma forma, “Cover me” exerce uma certa influência de McCartney, com piano e vozes em irremediável obediência. Boa instrumentação de teclado e percussão. 

Três anos se passarão até que a segunda face seja feita. “Há um Lugar” é o primeiro aviso de evolução, qualidade sonora e energia elétrica. Eles ainda são dois amantes de estradas rochosas sem fim, mas tudo elevou a fasquia. Coesão, solidez e experiência. Há uma diferença apreciável. Eles quase se parecem com o Mercúrio aqui! 

As essências acústicas que cheiram a discoteca do Trovador regressam, em “Amanhã não será um dia ensolarado”. Eles só usam acústica e cantam maravilhosamente. Eles "propõem" alguns outtakes à la Crosby & Nash, e os alcançam. Mas será mais parecido com Neil Young em “But I Know”. Mais um passo de gigante num delicado procedimento estilístico. Eles conectam instrumentos para "The Word" em outra maravilha de surpreendente grosseria elétrica que lembra Moby Grape, Clover ou Mad River. “Three Words (Blue Eyed Girl)” injeta um belo veneno wah wah em uma almofada acústica macia de vocais nostálgicos. Delicioso langor que termina em caos.



 Finaliza com “See How they Fly” em mais uma exposição coral retro-hippie de verdadeira reflexão. Quatro anos se passarão até que “The Things No One Should See” chegue. Eles já cantam em espanhol. É outra coisa. Outra história. "Adorável Luna" é única. Em primeiro lugar, muito calmo.


           

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                    Jorge Mautner - "Para iluminar a cidade" [1972]

Jeff Lynne & The Idle Race The Lost Radio Sessions

 




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