A1 Side Street - 5:38 A2 Southern Breeze (Für Barbara) - 6:03 A3 Balance - 4:42 A4 Asyl - 3:31 B1 Vierwetterhaus - 2:55 B2 First Theme - 3:51 B3 Quasimodo Man - 7:26 B4 Snail Dance - 5:05
Musicians: Bass – Uli Krug Drums – Stefan Leidig Guitar, Vocals – Ede Janson Keyboards, Engineer – Wolfgang Steiger Percussion – Michael Weil Trombone, Vocals – Paul Schütt
Banda alemã de vários gêneros do final dos anos 1970. O Atrium tocava um jazz-rock leve e variado e um prog funky semelhante aos LPs posteriores do Cry Freedom e de várias outras bandas alemãs da época.
Chegamos em nossa semana dedicada ao André Matos ao meu disco favorito de toda carreira do cantor. Hoje falaremos desta obra de arte chamada Time to Be Free, primeira obra solo de André.
Em 2007 teve início a carreira solo de André Matos. Chegou um momento na carreira do André em que ele decidiu que deveria seguir sozinho, ao invés de ficar saltando de banda em banda. Na época, eu até cheguei a brincar, dizendo, meu, ele já saiu do Viper, do Angra, do Shaman, agora só vai faltar ele sair da própria banda solo dele! E o que aconteceu foi que enquanto ele tocava a carreira solo dele, ele acabou fazendo um breve retorno no Viper, e recentemente retornou com o Shaman, fazendo seu último show com a banda uma semana antes de sua fatídica parada cardíaca. Rumores apontavam que ele planejava até mesmo talvez fazer um breve retorno ao Angra, mas infelizmente isso nunca mais vai acontecer.
Enfim, a partir de 2007, Matos estava disposto a se libertar das amarras de uma banda e seguir carreira solo. E o nome de seu primeiro disco solo, reflete justamente esse sentimento, Time to Be Free, ou seja, é hora de se libertar e seguir. Claro que isso não impediu de ele trazer uns amigos a bordo com ele, como os irmãos Mariutti, e até mesmo o seu antigo parceiro Pit Passarel em algumas composições, o que corrobora mais ainda minha teoria de que toda música que o Pit escrevia no Viper provavelmente tinha o dedinho do Matos lá, pelo menos aqui ou ali.
E o que os fãs do cantor tiveram neste primeiro lançamento solo dele, aliás, o melhor disco solo que ele lançou em sua carreira de longe, é exatamente aquilo que todos esperam: heavy metal melódico com muita força e refinamento. Se inicia todo pomposo com a intro "Menuett", termo de música erudita para 'minueto', uma composição erudita que é dançada a passos curtos. Mas ela já desemboca para a primeira porrada do álbum, a maravilhosa "Letting Go", e é seguida com outra paulada chamada "Rio", essa última ganhou até prêmio de melhor composição de heavy metal daquele ano, e não a toa. Outra das minhas favoritas do disco é "Remember Why", que tem uma abertura sensacional, toda atmosférica, e uma sessão instrumental intermediária sensacional. Essas músicas todas trazem vários traços da própria carreira do Matos enquanto integrava suas bandas, hora soando mais como Angra, outras vezes mais como Shaman, depende do momento, ou seja, é um disco que resume Matos muito bem.
Eu poderia parar por aqui e simplesmente te dizer para ir ouvir o disco, mas vou te dar mais razões! Ainda temos outros belos destaques, como a linda balada "Face the End", o excelente metal progressivo da faixa título "Time to Be Free", que passeia com ótima desenvoltura por diversas quebradas de ritmo e orquestrações, uma faixa realmente épica. Ainda tem grandes surpresas no fim do disco: primeiramente, Matos aqui faz uma prodigiosa e fantástica reinterpretação da música "Moonlight", que ele escreveu e gravou no Viper em 1989, e a rebatiza aqui de "A New Moonlight". Minha única crítica é que não tem o piano inicial a lá Beethoven, coisa mais linda da original, mas a reinterpretação em si é realmente de cair o queixo. A versão japonesa do disco também tem uma versão muito bem executada de "Separate Ways (Worlds Apart)", sucesso do Journey nos anos 80 reinterpretado aqui magistralmente pelo André. Mas a faixa que fecha o disco normal, a sensacional "Endeavour" é a minha grande favorita, porque o arranjo épico dela e o fechamento magistral praticamente cinematográfico me causa arrepios quando escuto.
De todas as formas possíveis, escolhi este disco para compor a semana especial que estou fazendo do André não foi a toa, pois ele realmente sintetiza o André de todas as formas possíveis. O disco soa como se André estivesse aguardando sua vida toda para gravá-lo, e realmente quando você escuta, fica de queixo caido com os arranjos, a excelente produção e cada composição dele te toca de um jeito. É uma obra do Matos que eu recomendo absolutamente, com força, a força dos agudos em sua voz, e cá entre nós amigo, é o disco que eu recomendo os não-iniciados a irem atrás antes de tudo.
Nos próximos dois dias, não teremos resenhas. Ao invés disso, eu farei duas matérias especiais. Uma para relembrar mais algumas coisas importantes da carreira do Matos, e outra para homenagearmos nosso grande baterista Paulo P.A. Pagni, do RPM, que também faleceu recentemente. E no dia do Rock, terei uma surpresa para vocês. Fiquem ligados!
Time to Be Free (2007) (André Matos)
Tracklist: 01. Menuett 02. Letting Go 03. Rio 04. Remember Why 05. How Long (Unleashed Away) 06. Looking Back 07. Face the End 08. Time to Be Free 09. Rescue 10. A New Moonlight (regravação de "Moonlight", do Viper) 11. Endeavour Bônus - versão japonesa: 12. Separate Ways (Worlds Apart) (cover Journey)
Selos: Avalon / Marquee Inñ
Banda:
André Matos: voz, piano André Hernandes: guitarra Hugo Mariutti: guitarra Luis Mariutti: baixo Fábio Ribeiro: teclado Rafael Rosa: bateria
Discografia:
- The Turn of the Lights (2012) - Mentalize (2009) - Time to Be Free (2007)
Falta dois dias para o dia do Rock, e agora eu vou me ocupar em listar algumas coisas aqui para que a gente conclua esta grande homenagem em memória de nosso querido André Matos.
O intuito desta matéria não é listar aqui todos os trabalhos que André Matos participou na sua carreira, mas sim listar aqueles que eu considero os principais, os melhores, aqueles que você deve conhecer. Existe muita coisa que ele fez além de sua própria carreira, seja solo, seja com suas bandas, ele sempre aceitava convite de artistas menores, ou de outras grandes bandas para fazer uma breve participação, ou mesmo integrar um superprojeto. O cara era realmente muito versátil. Desta forma, abaixo eu vou relacionar esses trabalhos e tentar justificar porque você deve ir atrás deles, ok?
Pois bem, vamos lá. Nos últimos quatro dias, eu resenhei um disco de cada uma das bandas que o cara passou, então tivemos aí Viper, Angra, Shaman, e também um disco da própria carreira solo dele. Mas eu preciso falar de uma música muito importante que foi um fator que dividiu a carreira dele em antes e depois dela.
É a música que se tornou o martírio de todo e qualquer vocalista de heavy metal.
A música que somente os "escolhidos" podem cantar.
Quem é fã, sabe do que eu tô falando:
"...so, Carry On, there's a meaning to life which someday we may find..."
A tranquilidade no olhar de quem chega no agudo absoluto!
Para quem não conhece, esta é "Carry On", música do primeiro álbum do Angra, o Angels Cry. Esta música é uma das mais difíceis de se cantar NO MUNDO, porque o Matos se utiliza de uma técnica vocal que puxa os agudos ao máximo de sua voz. Ele tinha uma voz privilegiada também, conseguia alcançar agudos de uma forma impressionante sem fazer o esforço que nós, meros mortais, fazemos. Pode conferir outros vocalistas que passaram pelo Angra, como Edu Falaschi, ou até o atual, Fabio Lione, excelentes cantores, sem dúvida, mas procurem por aí e notem o esforço que fazem para cantar "Carry On"! Com a voz descansada e em forma, até conseguem chegar lá, mas desgastada, é um suplício! Eu canto de forma amadora, não tenho treino vocal, com minha voz descansada e limpa, consigo chegar nos agudos finais fazendo muito esforço, mas não é minha configuração vocal para esta música. E olha que sou barítono, ou seja, tenho um certo privilégio nos agudos, mas o André era fenomenal, coisa de outro mundo! Você até engasga quando chega no agudo máximo da música, se é que chega, ele chegava lá numa boa. E é por isso que esta música se tornou o martírio do metal mundial e André passou a ser respeitadíssimo... e até mesmo zoado em certos momentos, como é o caso da banda-comédia Massacration.
Ele ficou tão conhecido por esta música, que começou a ser cobrado por onde quer que fosse: "André, canta "Carry On"! André, dá um agudo!" E assim nasceu a lenda. Apenas veja o vídeo abaixo e impressione-se!
Virgo - Matos / Paeth (2001)
Pois bem, feita essa referência acima, vamos agora falar de outros discos e projetos que ele fez. Existe um disco pouco conhecido dele que se trata de uma parceria com o produtor Sascha Paeth que ele fez para escrever um disco de Rock. Este disco recebeu o nome de Virgo, porque ambos os caras são do signo de virgem, então resolveram que o nome seria esse, e foi lançado em 2001.
É um projeto que nada tem a ver com heavy metal. Está muito mais puxado para o Rock mesmo, com influências de Queen, U2, Van Halen e similares. Alguns bons destaques são as faixas "To Be", "Crazy Me", "Baby Doll", "Discovery" e "Fiction", perceba, quando estiver ouvindo, que todas elas são de estilos meio diferentes, ou seja, há uma boa variedade de estilos. É uma ótima chance de ouvir Matos cantar algo diferente do seu habitual metal melódico.
In Paradisum - Symfonia (2011)
Outro projeto do Matos digno de menção é o In Paradisum, bom disco de metal melódico que ele fez com o guitarrista finlandês Timo Tolkki em 2011, ex-membro da clássica banda Stratovarius e atualmente na banda Avalon. Tratava-se de um supergrupo que ficou conhecido como Symfonia, porque ambos o Timo e o André tem essa característica de gostar de inserir elementos eruditos em suas composições. Eu pessoalmente gosto muito mesmo desse disco, porque sou fã de Stratovarius, e a proposta desse projeto entre ele e o Matos foi realmente um som que seria uma junção de Angra com Stratovarius, e eles conseguiram exatamente isso! Eu simplesmente adorei! Não sei se considero um clássico ou não, mas eu gosto muito de ouvir, porque remete muito ao estilão do Stratovarius, claro, não sempre, se você quiser conhecer o Stratovarius mesmo, amigo, vá ouvir discos como Destiny, Visions ou Infinite, que são verdadeiras obras clássicas do metal melódico clássico. Mas que eu acho um disco excepcionalmente bem feito e produzido, eu acho, sem sombra de dúvida! Gosto demais de escutar faixas como "Fields of Avalon", "Come by the Hills", "Santiago", a épica "In Paradisum" ou "I Walk in Neon", que são as que mais me remetem àquele som vintage do Stratovarius, e quem for fã de longa data vai notar isso também.
Estes são seus projetos paralelos. Para finalizar, vamos tratar das participações que ele fez em trabalhos importantes e conhecidos.
The Metal Opera - Avantasia (2001)
The Metal Opera Pt. II - Avantasia (2002)
O mais notório foi no supergrupo alemão Avantasia, capitaneado por Tobias Sammet, vocalista da banda Edguy, mais especificamente nos primórdios do projeto Avantasia. Matos participou de dois excelentes trabalhos de ópera metal que formam uma só ideia, a The Metal Opera, partes I e II.
Estes trabalhos contam uma história de fantasia cujo protagonista interpretado na história pelo Sammet, Gabriel Laymann, que mora em uma abadia dominicana do séc. XVII, descobre o reino de Avantasia após ler um livro proibido em uma biblioteca e ser vítima de uma caça às bruxas, então ele se vê resoluto a ir para este reino que fica em uma outra dimensão temporal. Matos interpreta aqui o personagem Elderane, um elfo que habita Avantasia, e por essa razão ele aparece somente nas ocasiões em que a trama se passa dentro deste reino. Na parte I, Matos é co-vocalista nas faixas "Inside", a clássica "Sign of the Cross" e "The Tower", que tem um final altamente épico. Na parte II, ele participa da épica abertura "The Seven Angels", e das speed metal "No Return" e "Chalice of Agony".
The Wicked Symphony - Avantasia (2010)
Este projeto era para durar somente de 2001 a 2002, mas após anos, em 2007, Sammet resolveu que iria reativar o Avantasia para mais discos e mais histórias. Então em 2008 Matos volta com o grupo para cantar uma faixa do disco The Wicked Symphony, de 2010, chamada "Blizzard on a Broken Mirror", o disco é a parte 2 de uma trilogia composta por este disco, The Scarecrow e Angel of Babylon. Esta foi a última vez que Matos gravou junto do Avantasia. Uma semana antes de morrer neste ano, Matos fez o show com o Shaman e correu fazer uma última participação num show do Avantasia, dividindo o palco com Sammet e cantando "Reach Out for the Light". Foi sua despedida final.
A Leste do Sol, Oeste da Lua - Sagrado Coração da Terra (2000)
Mas enfim, antes que eu fique melancólico, vamos terminar falando de algumas breves participações importantes que não podemos deixar passar. A primeira é no projeto Sagrado Coração da Terra, cujo dono, o violinista Marcus Viana destila um Rock Progressivo brazuca de primeiríssima qualidade. O grupo de Viana teve início em 1979, e em 2000, Matos foi convidado a cantar em duas faixas do disco A Leste do Sol, Oeste da Lua, a belíssima "Bem-Aventurados" e a tocante e maestral "Terra". Vou confessar uma coisa, não riam: eu sempre vou às lágrimas quando ouço essas músicas. São verdadeiras obras de arte que contemplam o belo de uma forma sem igual! Sagrado Coração da Terra sempre foi minha banda favorita de Progressivo brasileiro, e ter Matos fazendo essa sensacional participação acrescentou à obra um toque ainda mais majestoso do que o grupo já é normalmente. É ouvir e se encantar já de cara! Além, é claro, de ser uma ótima chance de ouvir Matos cantar em português, coisa que ele raramente fez na carreira.
E pra fechar, destaco a breve e discreta participação na música "Talon's Last Hope" que ele fez na ópera metal Aina - Days Of Rising Doom, lançada em 2003, destaco também a participação célebre e inesquecível que ele fez no disco ao vivo do Dr. Sin, 10 Anos Ao Vivo, cantando a música "Fire" ao lado do Andria Busic também em 2003, e finalmente a participação no disco All My Life, disco de 2007 do Viper, a primeira banda dele. Na época, o vocalista Ricardo Bocci estava à frente do grupo brasileiro, mas Pit Passarel convidou Matos para cantar na música "Love Is All". Não achei o disco essa Coca-Cola toda, e a música que o Matos canta também não tem aquela mesma atmosfera e pegada de clássico que as antigas, mas é bonitinha, e vale pela ocasião do breve retorno do filho pródigo. Há ainda mais de 20 e tantas participações especiais que o Matos fez em outros projetos, mas estes aqui são os essenciais e, na minha opinião, os que mais merecem ser lembrados.
E assim terminamos. Esta foi a maneira que encontrei de deixar a ferida da morte do André Matos sangrar para que eu pudesse me recuperar. Lembrar da obra dele, e fazer com que outras pessoas, especialmente mais jovens, também a conhecessem.
Fiz isso, porque na música "Letting Go", de seu primeiro disco solo, Matos diz algo que eu considero muito verdadeiro:
"There´s a reason why we live and die (Há uma razão pela qual nós vivemos e morremos) In the end only our footprints stay behind..." (No final, apenas nossas pegadas ficarão para trás...)
Tudo que fazemos aqui neste mundo, nunca é só para nós. Vão haver pessoas aqui após a gente morrer, vendo o que deixamos, avaliando, admirando, criticando, tomando posse até. Desta forma, queremos partir tendo deixado as pegadas mais bonitas. Haverão aqueles dias em que não deixaremos impressões muito belas, porque somos humanos no final, e André não é exceção, há coisas da carreira dele que eu não mencionei aqui justamente por causa disso. Mas essas são ínfimas, comparado à toda beleza que ele nos deixou, e que vocês puderam admirar comigo durante esta semana. Muito obrigado para todos que leram até aqui. Amanhã trarei um especial para homenagearmos o P.A., baterista do RPM. Até lá!
Nesta semana do Rock, lembramos de artistas mortos recentemente e que mudaram o panorama musical. Eles partiram deste mundo, e viraram história, uma que nos orgulha contar aos mais jovens. Pois bem, hoje é dia de valorizarmos quem ainda está aqui entre nós, por isso, escolhi um artista que sondou a chance de sair de cena, mas resolveu ficar e nos alegrar mais um pouco. É o senhor David Coverdale, e o seu sempre bem-vindo Whitesnake.
Em 2015, o Whitesnake lançou um disco de reinterpretações de clássicos que o David Coverdale gravou na sua época de Deep Purple. Já em turnê, ele sondou a chance de se aposentar após este álbum, mas para nossa alegria, ele resolveu retornar e nos apresentar um novo disco de músicas inéditas! Eu até falei na época para o cara esquecer essa ideia de aposentadoria, porque ele ainda se encontrava em plena forma e podia ainda nos presentear com muitas chapuletadas musicais! Dito e feito! Flesh & Blood, o novo trabalho do Whitesnake lançado dia 10 de Maio, é uma nova coleção de clássicos do rock que Coverdale e sua turma nos trazem, e eu digo isso com muita alegria!
E a minha maior alegria, é que o grupo não deixou de ser ele mesmo. Se você pegar o disco para ouvir, você ouvirá exatamente um disco do Whitesnake, sem alterações ou adaptações. É apenas mais um álbum do grupo, com todos aqueles maneirismos, aquela fúria, as guitarras rufantes e a bateria estrondosa, tudo junto com a voz rouca e potente de Mr. Coverdale nos deliciando com o mais puro Hard Rock. Eu particularmente estou adorando essas parcerias entre Coverdale, Reb Beach e o baterista Tommy Aldridge, estão rendendo alguns dos maiores hits dignos de serem classificados como clássicos do grupo.
Já na primeira faixa ele nos cumprimenta com a música "Good to See You Again". E é verdade, é sempre um prazer ver Coverdale de novo com sua trupe! E taca porrada e chute na porta. Há também a ótima "Shut Up & Kiss Me", que foi o primeiro single que saiu do disco em videoclipe, uma faixa alegre e pegajosa.
Tem também aquelas estilo Thin Lizzy, que são arrastadas e fazem você bater muita cabeça, como a ótima "Hey You (You Make Me Rock)", e o que eu mais aprecio nessas músicas é aquela melodia forte de fundo, aquele riff de guitarra intermitente que você passa até a cantarolar na cabeça.
É o exemplo da também excitante "Trouble is Your Middle Name", uma faixa que praticamente beira aquele estilão do ZZ Top, bel estilo bluezão, mais rápida e com riffs rufantes, uma beleza para curtir numa estrada com o vento na cabeça. Praticamente todas do Whitesnake são naquele estilão do blues, mas tem umas que são mais blues do que outras. Outro exemplo é a ótima e rápida "Get Up", um baita de um bluezão para curtirmos e pularmos feito doidos, ou então a própria faixa título "Flesh & Blood", em que Reb Beach dá um show de guitarra.
Tem aquelas que parecem saídas diretamente dos anos 80, como "When I Think of You (Color Me Blue)" (pense em "Here I Go Again"), ou a atmosférica "Heart of Stone" (pense em "Crying in the Rain"); e vejam só que surpresa, tem faixa até que remete àquele Whitesnake dos primeiros anos, em discos como o Lovehunter, por exemplo, é o caso de "Always & Forever".
Outras faixas como a ótima "Well I Never" ou a segunda do disco, "Gonna Be Alright" contém aqueles arranjos melódicos tão característicos do grupo que a gente adora e fica doido quando ouve, essa última no entanto eu pude perceber que o riff meio que me lembrou aquele estilão do Edu Ardanuy no Dr. Sin. Será que foi inspiração do Reb Beach na banda brasileira? Fica a pergunta!
E para quem se contentou com a versão normal do disco, ele termina com a bonita balada country "After All" e a boa "Sands of Time", que praticamente soa uma faixa mais metal, não uma faixa épica de fechamento como foi nos discos anteriores, mas satisfatória.
Na versão deluxe, mais algumas surpresas: num primeiro momento, faixas inéditas, como uma bonita faixa mais soul chamada "Can't Do Right For Doing Wrong" e o ótimo bluezão "If I Can't Have You". Num segundo momento, reprises com remixes diferentes das faixas "Gonna Be Alright", "Sands of Time" e "Shut Up & Kiss Me".
Mais uma vez eu fico feliz com o retorno de uma lenda do Hard Rock, o Whitesnake. E mais uma vez eu fico triste que a diversão tenha terminado tão rápido. Sou um grande fã do grupo e altamente influenciado pelo estilo vocal poderoso e pela música contagiante de Mr. Coverdale, fui minha vida toda, desde que me conheço por roqueiro, e isso nunca vai mudar. Para encurtar a conversa: curte Hardão? Classic Rock? Vai atrás desse novo discaço do Whitesnake, meu filho! É minha dica de novidade para você, seja velho ou novo, e terá uma nova leva de potentes faixas de Hard Rock da mais alta safra! Para quem é muito novo e conheceu o Whitesnake agora: pode começar deste disco aqui tranquilamente, e não deixe de conferir o restante da discografia! Mas fique avisado: uma vez que você ouviu Whitesnake pela primeira vez, meu caro, não tem como largar mais! Isso eu te garanto! Experiência própria.
Flesh & Blood (2019)
(Whitesnake)
Tracklist:
01. Good to See You Again 02. Gonna Be Alright 03. Shut Up & Kiss Me 04. Hey You (You Make Me Rock) 05. Always & Forever 06. When I Think of You (Color Me Blue) 07. Trouble Is Your Middle Name 08. Flesh & Blood 09. Well I Never 10. Heart of Stone 11. Get Up 12. After All 13. Sands of Time Deluxe edition: 14. Can't Do Right for Doing Wrong 15. If I Can't Have You 16. Gonna Be Alright (X-Tendo Mix) 17. Sands of Time (radio mix) 18. Shut Up & Kiss Me (video mix)
Selo: Frontiers Records
Whitesnake é: David Coverdale: voz Reb Beach: guitarra Joel Hoekstra: guitarra Michael Devin: baixo Michele Luppi: teclados, voz Tommy Aldridge: bateria
Discografia: - Flesh & Blood (2019) - The Purple Album (2015) - Made in Japan (2013) - ao vivo - Forevermore (2011) - Good to Be Bad (2008) - Restless Heart (1997) - Greatest Hits (1994) - compilação - Slip of the Tongue (1989) - Whitesnake (1987) - Slide It In (1984) - Saints & Sinners (1982) - Come an' Get It (1981) - Ready an' Willing (1980) - Lovehunter (1979) - Trouble (1978) - Snakebite (1978) - EP
Outro álbum feminista para adicionar ao lote anterior de "Jösses flickor", "Tjejclown", "Sånger om kvinnor" e o resto. Significado: letras com bastante mensagem; metros líricos desajeitados negligentes com a melodia; pastiches idiotas; vocais irritantes e muitas pessoas cantando ao mesmo tempo, estilo religioso. (Religião e política geralmente fazem a mesma coisa com a cabeça das pessoas de qualquer maneira, então por que não...). Em termos de som, é um pouco mais habilidoso do que as manifestações políticas/feministas padrão, um pouco mais em direção a " Sessornas sånger ". Algumas músicas são OK-ish, como a faixa-título e o rock semi-folk de "Visa i 70-tal", mas como na maioria dos álbuns desse tipo, há uma vibração de culto que rapidamente se torna insuportável, a menos que você faça parte do culto. Músicas curtas, geralmente com duração de 1 a 2 minutos, mas se isso parece esperançoso para você, lembre-se de que são 19...
Relevância internacional: ***O trio de Malmö Great Ad só conseguiu lançar dois 45's durante sua existência, ambos no selo Scam, famoso (ou infame) pelo raríssimo LP "Made In Rock" do Solid Ground . Com os singles lançados em pequenas edições de 100 cada, em 1975 e 1976, respectivamente, eles também são raridades gigantescas. Ambos os singles são apresentados no lançamento de arquivo do Subliminal Sounds, "Deep Down Death", enriquecido com gravações mais primitivas, mas na maior parte com som OK (especialmente na categoria "porão") feitas antes da banda se separar como um quinteto ainda mais confiante devido ao recrutamento militar.As quatro faixas de singles abrem a compilação com hard rock clássico de meados dos anos 70 com movimentos progressivos. Mas é o material inédito que realmente revela o potencial do Great Ad e explica por que eles já foram apelidados de "a banda mais violenta do norte da Europa". Riffs pesados e solos de guitarra desequilibrados a ponto de transgressivos, além de vocais surpreendentemente convincentes! A fidelidade ainda enfatiza a crueza inerente da banda que os diferencia de várias outras bandas de hard rock da época que podem ter tido peso, mas não necessariamente coragem. O Great Ad tinha os dois, e às vezes eles conseguiam criar um som ameaçador e intimidador que quase me faz pensar no Blue Cheer em seu apogeu. Não em estilo, mas em poder.Há muitos álbuns que deveriam ter sido mantidos para sempre reféns do esquecimento e não foram relançados. E há muitas fitas de arquivo que nunca deveriam ter sido escavadas de qualquer abismo pútrido de onde se originaram. Esse certamente não é o caso de "Deep Down Death". A questão aqui não é por que isso foi lançado. A questão aqui é por que isso não foi lançado antes. Se o destino não tivesse outros planos para Great Ad, eles poderiam ter sido lendas. De certa forma, eles foram. Levamos apenas quase 40 anos para descobrir.