quarta-feira, 17 de julho de 2024

Discografias Comentadas: Kiss – Parte I

 

Discografias Comentadas: Kiss – Parte I

De tempos em tempos surgem bandas que nos lembram um dos mais nobres motivos que motivam moleques a formar seu próprio grupo de rock: diversão! Poucos desses grupos perduram durante décadas, menos ainda são aqueles que passam esse tempo produzindo música da melhor qualidade, daquelas que se tornam clássicos inesquecíveis, que embalam gerações de roqueiros… Dessas, uma das maiores – e mais bem sucedidas – é o Kiss! Eles estavam se lixando para a guerra do Vietnã, não tinham a menor pretensão de mudar o mundo nem criar longas suítes musicais progressivas.

Formada no começo dos anos 70, a banda chamou de cara a atenção pelo visual: spandex preto, tachinhas, muito brilho e o fator principal: todos mascarados, com as caras pintadas de branco, cada um com detalhes coloridos representando um personagem. O vocalista e baixista Gene Simmons (nascido Chaim Weitz, em Israel – 1949) adotou a identidade do “Demon”. Seu parceiro na criação do grupo, Paul Stanley (Stanley Harvey Eisen, Nova York – 1952) vocalista e guitarrista, transformou-se em “Starchild”. Completando o time, o guitarrista e vocalista Ace Frehley (Paul Daniel Frehley, Nova York – 1951), que se transformou no “Space Ace”, além do vocalista e baterista Peter Criss (George Peter John Criscuola, Nova York – 1945), “The Catman”. Atuando primeiramente no circuito de clubes de Nova York, não demorou muito para que o quarteto estourasse, tornando-se em poucos anos um estrondoso sucesso, graças não só ao fator visual (como defendem os detratores) mas principalmente às inúmeras canções de qualidade que produziram, principalmente nos anos 70.


Kiss [1974]

Lançado no segundo mês de 1974, o primeiro disco dos quatro mascarados, ná época de seu lançamento atingiu uma modesta 87ª posição na parada de discos do semanário norte-americano Billboard. Visando alavancar as vendas, Neil Bogart, responsável pela gravadora Casablanca Records (então selo do grupo), mandou novamente o grupo para o estúdio, com a ideia de gravar o cover de “Kissin’ Time”, famosa na versão de Bobby Rydell, em 1959. Apesar de falhar nos charts, a música inflou as vendas do álbum quando de seu relançamento (contra a vontade do grupo), seis meses depois. Constam nesse disco algumas das músicas preferidas dos fãs do grupo, assim como canções que se tornariam clássicas nos anos seguintes, como “Strutter”, “Firehouse”, “Deuce”, “Nothin’ to Lose” e “Black Diamond”. Kiss, é um dos mais legais discos de estreia da história do rock, a começar pela capa, chupada na cara de pau de With the Beatles (1963), do quarteto de Liverpool.


Hotter Than Hell [1974] 

Ainda em 1974, chegou às lojas Hotter Than Hell. Na mesma linha do anterior, mas com performances e produção um pouco melhores, o disco traz mais músicas que se tornariam clássicos e/ou prediletas dos fãs. “Parasite”, a balada “Goin’ Blind”, “Let Me Go, Rock ‘n’ Roll” e a faixa-título são bons exemplos. Apesar de contar com músicas fortes e um maior esmero na produção, Hotter Than Hell fracassou comercialmente devido ao fim do contrato de distribuição Casablanca/Warner. Mesmo assim, devido à força de boa parte do repertório do disco, suas músicas fizeram sucesso tanto nos shows do grupo – que cada vez mais reunia mais gente – quanto entre os fãs, que, assim como o debut, abraçaram Hotter Than Hell com entusiasmo.


Dressed to Kill [1975]

“Rock and Roll All Nite”. Provavelmente não exista sujeito na face da terra que não tenha escutado – ou ouvido falar – pelo menos uma vez essa música. Considerada por Paul e Gene (esse longe de ser exatamente um sujeito modesto) o “hino do rock ‘n’ roll”, a música é realmente contagiante e ganchuda, mas daí a ser “O” hino, é discutível. No mínimo, não é o único destaque do disco, no entanto. “C’mon and Love Me”, “She” e “Rock Botom” também disputam  tapa a tapa seu lugar no coração dos fãs. Longe de ser um estrondoso sucesso na época, assim como os dois discos anteriores, Dressed to Kill chegou à 32ª posição nas paradas. Mas o Kiss estava a um pequeno passo de ganhar o merecidíssimo reconhecimento…

Kiss alive!

Destroyer [1976] 

Depois do álbum duplo ao vivo Alive!, de 1975, a coisa mudou de figura para o quarteto. Seus três discos de estúdio até então começaram a vender pra caramba, atingindo altas posições nas paradas, o grupo começou a capitalizar ainda mais em cima de sua imagem, e a grana e a fama começaram a fluir em níveis gigantescos. Foi nesse ínterim, que em setembro do ano seguinte, a banda lançou o ambicioso Destroyer.

Produzido por Bob Ezrin (Alice Cooper), o disco é um tremendo avanço em relação aos anteriores no que tange à produção, gravação, performance e composições. Ezrin incluiu cordas, pianos, orquestra e até um coro infantil para dar um climão no disco. As músicas, todas excelentes, fazem de Destroyer um clássico do rock ‘n’ roll, e um dos prediletos dos fãs da banda. Ouve-se os pouco mais de 30 minutos da bolacha sem pular nenhuma faixa, já que todas são dignas de nota. “God of Thunder” (a cara de Simmons, que canta a faixa, mas que foi composta por Stanley), “Beth” (balada ao piano e cordas, com vocal emocionante de Criss), “Do You Love Me” (pra lá de contagiante!), a maravilhosa “Detroit Rock City” (uma das melhores músicas da história), e “Shout It Out Loud” (com a dupla Simmons/Stanley dividindo os vocais) se tornaram presença obrigatória em shows do grupo, mas “King of the Night Time World”, “Great Expectations” (com o tal coro infantil), “Flaming Youth”, e “Sweet Pain” não são menos fortes, fazendo de Destroyer um disco todo ótimo, viciante e divertidíssimo! OBRIGATÓRIO!


Rock and Roll Over [1976]

Ainda em 1976, mais um dico dos mascarados. Sem a produção extravagante de Ezrin, o álbum é mais direto que Destroyer, mas não tão cru quanto o debut, por exemplo. Foi daqui que saiu a bela balada “Hard Luck Woman”. Originalmente, Stanley planejava que Rod Stewart (sim, ele mesmo) cantasse a música, mas Simmons insistiu que Criss deveria tomar conta do microfone. Bingo! “Hard Luck Woman” (guiada por um belo violão de 12 cordas) foi um sucesso. Mas como o negócio do Kiss sempre foi mesmo o rock ‘n’ roll, temos aqui as empolgantes canções típicas da banda: “Calling Dr. Love” (com Simmons nos vocais) e “I Want You” foram – ao lado da balada supracitada – os maiores sucessos do disco, mas ainda temos as ótimas “Take Me”, “Making Love” e a subestimada “Love ‘Em And Leave ‘Em”, fazendo de Rock and Roll Over outra bola dentro da banda.


Love Gun [1977]

Talvez o melhor disco depois de DestroyerLove Gun é quase tão forte quanto, e já começa destilando energia em “I Stole Your Love”, outra das melhores músicas da banda. Daqui também saíram alguns dos maiores clássicos do grupo, como por exemplo a faixa-título – outra maravilha digna da mais alta nota, comparada à “Detroit Rock City”, de Destroyer – “Christine Sixteen” e “Shock Me” (com vocais a cargo de Ace Frehley). Mesmo não tendo o mesmo status das citadas, as outras músicas presentes no disco também são ótimas, fazendo de Love Gun outra pérola do grupo. Na turnê de divulgação desse álbum foi gravado mais um disco duplo ao vivo, apropriadamente intitulado Alive II (1977), outro estrondoso sucesso.


Dynasty [1979]

Com a popularidade cada vez maior e vendas estratosféricas, nada poderia parar o Kiss. A não ser eles mesmos… Egos inflados, abuso de drogas (lícitas e ilícitas) e disputas internas criaram fissuras na banda, fazendo com que os integrantes – principalmente Frehley e Criss -almejassem carreiras solo. Para impedir que a banda rachasse de vez, os quatro integrantes chegaram a um acordo e resolveram lançar discos solo de cada integrante, contando com músicos de apoio de acordo com a vontade de cada membro, em 1978. Ainda assim, ficava claro na capa dos álbuns que se tratavam de álbuns de integrantes da banda, incluindo o logo do Kiss. Ânimos aparentemente arrefecidos, novamente entraram em estúdio para gravar mais um álbum, Dynasty. Apesar de não ser um disco ruim, o álbum claramente deixa transparecer o desgaste do grupo à época. Para se ter uma idéia, Criss toca apenas em uma faixa do disco, deixando as outras a cargo de Anton Fig (que viria a tocar com o próprio Ace Frehley tempos depois). Algumas músicas sobreviveram ao teste do tempo, como a balada “Sure Know Something” e “I Was Made For Lovin’ You”, com fortes influências da disco music, mas o fato é que Dynasty fica muito aquém do que o quarteto havia feito até então.


Kiss na época de Dynasty.

Unmasked [1980]

O derradeiro prego no caixão da formação original do Kiss. Se por um lado Criss não gravou nenhuma faixa do disco (Anton Fig segurou as pontas de novo), o desinteresse de Frehley atingia níveis quase insuportáveis, fazendo somente o necessário, e olhe lá! De longe o álbum mais fraco da discografia do Kiss até então, pouco, muito pouco vale uma ouvida mais atenta no excessivamente pop Unmasked, como por exemplo “Talk to Me”. “Shandi”, uma baladinha pop açucarada ainda foi lançada como single, mas nada que salvasse o álbum de afundar, com razão, aliás… Unmasked é tão delgado em termos de qualidade, que muito pouco pode ser dito, senão para malhar o álbum.


Music From “The Elder” [1981] 

Com Criss efetivamente fora desde o ano anterior, Stanley e Simmons trouxeram Eric Carr (nascido Paul Charles Caravello), que assumiria a persona de “The Fox” para ocupar o posto de baterista. A inclusão de Carr, um baterista tecnicamente muito superior a Criss, aliás, não foi a única mudança… Simmons e Stanley supunham que simplesmente voltar às raízes mais pesadas e diretas da banda, depois do direcionamento assimadamente mais pop dos dois discos anteriores não seria o suficiente para fazer a banda estourar novamente.

Para tanto, os músicos acreditavam que o Kiss precisava de um novo rumo – incluindo sonoridade e visual – mais “artístico” e maduro. Convocando novamente Bob Ezrin para a produção do disco, a primeira obra conceitual do grupo, esse carregou nas orquestras e corais, enquanto o quarteto, por sua vez, carregou menos no visual e cortou os cabelos. Mesmo Music from “The Elder” não sendo exatamente um disco ruim, se distanciou demais do que os fãs estavam acostumados e esperavam da banda. Isso, somado à mudança até mesmo brusca na questão visual, levaram o disco ao fracasso comercial e a ser duramente criticado pelos admiradores. Mesmo com algumas ótimas composições, como “A World Without Heroes”, “Only You” e “The Oath”, Music From “The Elder” acabou – por seu direcionamento demasiado avant-garde para os padrões do Kiss – virando um daqueles discos cult, odiado por muitos e amado por outros.


Creatures of the Night [1982] 

Com o fracasso de vendas, críticas e aceitação – por parte dos fãs – do disco anterior e a popularidade muito em baixa, o Kiss só teria um jeito de se reerguer: lançar um álbum com a cara do grupo, bem rock ‘n’ roll e mais direto, se livrando das experimentações e pretensões artísticas que nada tinham a ver com o espírito do quarteto. Tendo isso em mente, Simmons e Stanley uniram forças com o produtor Michael James Jacson para criar Creatures of the Night.

Provavelmente um dos discos mais pesados do Kiss, conta com canções excelentes, como a abertura destruidora com a faixa-título (uma das melhores canções da banda), a clássica e onipresente “I Love It Loud” (talvez a segunda música mais conhecida do grupo, logo depois de “Rock And Roll All Nite”), a balada “I Still Love You” (onde Stanley dá um show de vocal e interpretação) e o fechamento com a pesada e esmagadora “War Machine”, só para citar algumas mais conhecidas. Assim como Destroyer (guardadas as devidas proporções, evidentemente), de seis anos antes, Creatures of the Night é um ótimo disco no todo, e é aquisição obrigatória.

Trata-se também do último disco no qual Ace Frehley foi creditado, tanto como músico participante quanto em imagens presentes no álbum. Mesmo assim, isso ocorreu apenas por questões de contrato e marketing, uma vez que o excelente Vinnie Vincent (nascido Vincent John Cusano) tomou conta das guitarras com maestria, fazendo uma ótima dupla com Carr, que quebra tudo no disco, chegando a impressionar. Vincent chegou a adotar a persona de “Ankh Warrior”, utilizando a maquiagem do símbolo egípcio correspondente na turnê de divulgação do disco – que aliás passou pelo Brasil, reunindo público recorde. Mesmo com o sucesso e a boa aceitação do disco, era claro que o Kiss havia chegado em um ponto de transição do qual não havia mais volta, e a maior mudança – extra música – do grupo, até então, viria logo em seguida. 

Discografias Comentadas: Kiss – Parte II

 Discografias Comentadas: Kiss – Parte II

Com o fracasso de Creatures Of The Night em levar a banda de novo ao topo das paradas nos Estados Unidos, uma mudança se fazia necessária. E essa mudança seria radical: depois de nove anos de mistério sobre os rostos dos membros da banda, o grupo decidiu abandonar as maquiagens que os fizeram famosos, e em setembro de 1983 uma entrevista foi ao ar na MTV onde a banda aparecia pela primeira vez de cara limpa. E assim, um novo capítulo na KISSTORY tinha início.


Lick It Up [1983]

Se visualmente a mudança da banda tinha sido radical, musicalmente as diferenças entre Lick It Up e seu antecessor, Creatures Of The Night, eram poucas. Apostando em um hard rock pesado, beirando o heavy metal em diversos momentos, o grupo começou a fase sem máscaras com um disco sólido e vigoroso, repleto de boas músicas. A abertura com “Exciter” e seu riff cavalgado não deixa pedra sobre pedra. O lado demoníaco de Gene se mostrava presente em “Not For The Innocent”, que tem uma aura maligna e sacana.

Já Paul deixa a sua marca no grande hit do disco, a faixa-tít, e em uma das melhoras baladas do grupo, “A Million To One”. Entretanto, apesar da boa performance de todos os músicos, quem rouba a cena no álbum é mesmo o “novo” integrante, Vinnie Vincent. Efetivado na banda na turnê de Creatures Of The Night, ele foi co-autor de oito das dez músicas do disco, e brilha com riffs e solos fenomenais, como na sensacional “Fits Like A Glove”, que se tornaria uma constante nos shows do grupo nos anos 80. Apesar de seguir o mesmo estilo que o disco anterior, Lick It Up foi capaz de recolocar o KISS nas paradas de sucesso dos Estados Unidos, mostrando que a estratégia de retirar as maquiagens havia dado certo.


Animalize [1984]

Com a saída de Vinnie Vincent, o KISS foi buscar mais um guitarrista para dar continuidade a carreira, e o escolhido foi Mark St. John, um guitarrista mais técnico e refinado que Vincent, que tinha uma pegada mais agressiva e caótica. Contudo, ao contrário de seu antecessor, Mark não teve muito envolvimento na composição das faixas do novo álbum, Animalize. Produzido por Paul Stanley, o disco marcou o começo de uma fase na qual Gene Simmons se afastou um pouco do grupo, investindo mais em sua carreira em Hollywood. Como resultado, as músicas de sua autoria são bem mais fracas que as presentes em discos anteriores, e a única que se destaca é a maravilhosa “While The City Sleeps”.

Entretanto, as faixas compostas por Paul são todas muito boas, como as pesadas “I’ve Had Enough (Into The Fire)” e “Under The Gun”, que seguiam a linha mais heavy metal dos dois discos anteriores; a Led Zeppeliana “Get All You Can Take”; a emotiva e adorada pelos fãs mais die-hard “Thrills In The Night”; e o grande sucesso do disco, “Heaven’s On Fire”. Devido principalmente a boa repercussão da última, Animalize acabou se tornando o disco com maior vendagem da banda nos anos 80, ainda que, para muitos fãs, seja inferior aos dois anteriores.


Asylum [1985]

Aproveitando o bom momento iniciado com Lick It Up e continuado com Animalize, o KISS mudou pouca coisa em sua sonoridade para o lançamento seguinte, Asylum. Efetivando Bruce Kulick como guitarrista solo, a banda manteve a mistura entre músicas mais pesadas e heavy metal e outras mais hard rock e com maior apelo comercial, seguindo a onda hair metal californiana, no novo álbum. A abertura com “King Of The Mountain” mostra todo o talento de Eric Carr, além de também ter um belo refrão. “Anyway You Slice It” e “Secretly Cruel” são as melhores composições de Gene Simmons no disco, e apesar de bem diferentes entre si, ambas têm aquela pegada rock n roll safada da qual Gene sempre foi mestre.

O lado mais pesado e rápido do grupo aparece em “I’m Alive” e “Love Is A Deadly Weapon”, repletas de bumbos duplos de Eric Carr. Asylum teve ainda três singles / videoclipes, para as músicas “Who Wants To Be Lonely”, “Uh! All Night” e “Tears Are Falling”, todos mostrando o visual supercolorido que a banda utilizava na época. Enquanto as duas primeiras não tiveram muita repercussão, “Tears Are Falling” se tornou uma das favoritas dos fãs, sendo incluída em todas as turnês da banda até a reunião da formação original, e ressuscitada em 2004 na Rock The Nation Tour.


Crazy Nights [1987]

Apesar do sucesso de “Tears Are Falling”, Asylum não levou a banda de volta ao status de supergrupo que a mesma tinha em meados dos anos 70 como Paul e Gene planejavam. Para atingir tal objetivo, o produtor Ron Nevison, responsável por ressuscitar a carreira do Heart e levá-los ao topo com o single “What About Love” alguns anos antes, foi recrutado. O resultado desta parceria foi Crazy Nights, que trazia uma sonoridade bem mais leve, polida, recheada de teclados, e que praticamente abandonava a pegada heavy metal presente nos discos anteriores.

O disco tem inicio com o single “Crazy Crazy Nights”, uma música animada e para cima, que teve grande repercussão no Reino Unido. Outro grande momento é “Ill Fight Hell To Hold You”, com uma bela performance de Bruce Kulick e Paul Stanley no auge como cantor. Gene brilha em “Hell Or High Water” e “Thief In The Night”, que, apesar da produção exagerada, têm a sua cara. Há ainda as execelentes “When Your Walls Come Down” e “Turn On The Night”, que seguem uma linha hard rock mais melódica e são donas de belos refrões. Como nem tudo são flores, “Bang Bang You” e “No No No” estão entre as piores músicas já gravadas pela banda, e têm todos os clichês e excessos típicos dos anos 80. “Reason To Live” é a balada do disco, e apesar de adorada por parte dos fãs, está longe de ser uma das minhas favoritas, com suas camas de teclado a la “What About Love”, do Heart. Apesar de todo esforço e investimento em sua produção, Crazy Nights não teve a repercussão esperada por Paul e Gene, vendendo praticamente a mesma quantidade de cópias que os três discos anteriores.


Hot In The Shade [1989]

Em 1989, Gene Simmons e Paul Stanley começaram a, separadamente, reunir material para um novo disco do Kiss. Com a colaboração de muitos parceiros externos, as músicas escolhidas para o novo álbum resgatavam a sonoridade mais rock and roll da banda, abandonando boa parte dos excessos pop do disco anterior, Crazy Nights. A abertura com “Rise To It” deixa essa opção bem clara, com guitarras bem à frente na mixagem, e um refrão marcante. Gene até tenta recuperar sua imagem malvada com músicas pesadas como “Betrayed” e “Boomerang”, mas se dá melhor nas músicas mais sacanas, como “Love Is A Slap In The Face” e “The Street Giveth And Street Taketh Away”.

Eric Carr canta pela primeira vez em um disco da banda em “Little Ceasar”, com um belo desempenho vocal. Mas são as composições de Paul que são as responsáveis pelos melhores momentos do disco. “Silver Spoon” consegue ser rock e grudenta ao mesmo tempo, com um refrão contagiante e a participação de um coral gospel. “King Of Hearts” tem um levada inesquecível, uma letra típica do vocalista e uma performance vocal sensacional. Contudo, os grandes destaques do disco são “Hide Your Heart”, que apesar de não ter conseguido altas posições nas paradas se tornou uma das favoritas dos fãs; e “Forever”, que estorou em todo o mundo, sendo inclusive incluída na trilha sonora da novela Rainha da Sucata, e apresentou a banda a uma geração que nem era nascida quando Alive! foi lançado, em 1975. Infelizmente, Hot In The Shade seria o ultimo disco gravado por Eric Carr, que faleceu devido a um câncer em 1991.


Revenge [1992]

Se Hot In The Shade apontava uma “volta às raízes” para o KISS, em Revenge essa tendência foi solidificada. Apostando em uma sonoridade mais pesada, baseada em riffs de guitarra, e em um visual mais agressivo, com couro e rebites, o disco soava como uma mistura do material dos anos 70 com o peso de Creatures Of The Night. Tudo isso ficava evidente no primeiro videoclipe do álbum, “Unholy”, que tinha um riff magistral e mostrava um Gene Simmons tão assustador quanto o Demon dos anos 70.

Produzido mais uma vez por Bob Ezrin, responsável por Destroyer The ElderRevenge tinha ainda mais um convidado ilustre, Vinnie Vincent, co-autor de três faixas, incluindo a supracitada “Unholy”. Gene trouxe ainda a safada “Domino”, uma cópia quase nota por nota de “Nasty Nasty”, do Black N Blue; “Spit” e “Thou Shall Not”, todas excelentes. Paul colaborou com “Take It Off”, “Heart Of Chrome” e “I Just Wanna”, além da bela balada “Everytime I Look At You”. Havia ainda o cover de Russ Ballard “God Gave Rock And Roll To You II”, que conta com backing vocals de Eric Carr, e uma homenagem ao mesmo com “Carr Jam 1981”, com um solo do saudoso baterista. Apesar de extremamente bem recebido pela crítica e pelos fãs, Revenge não teve uma boa vendagem nos EUA, e nenhum hit do porte de “Forever”. Após a turnê do disco e do lançamento do álbum tributo Kiss My Ass, boatos sobre uma reunião da formação original do grupo passaram a ganhar muita força…


Carnival Of Souls: The Final Sessions [1997]

Entre 94 e 95, antes da confirmação da turnê de reunião com a formação original, Paul Stanley, Gene Simmons, Bruce Kulick e Eric Singer estavam trabalhando em um novo disco de estúdio, com previsão de lançamento para o início de 1996. Com a confirmação da reunião, tal disco foi engavetado, entretanto, não demorou muito e cópias piratas do mesmo começaram a aparecer. Então, mesmo com a reunião a todo vapor, em 1997 o disco foi lançado, com o nome de Carnival Of Souls: The Final Sessions. O álbum mostrava um Kiss mais soturno e menos festivo, influenciado pela sonoridade da onda grunge, diriam alguns. Contudo, ainda assim há diversos bons momentos no disco, como as pesadas “Jungle” e “Master & Slave”, ambas de Paul Stanley, e “Hate” e “Seduction Of The Innocent”. Entretanto, não espere escutar a sonoridade clássica da banda aqui, uma vez que o disco soa muito mais como o Soundgarden  ou até mesmo como o Black Sabbath dos anos 70. Outros destaques são a linda balada “I Will Be There”, escrita por Paul para seu filho, e “I Walk Alone”, cantada por Bruce Kulick.


Pyscho Circus [1998]

Com o sucesso da turnê de reunião, os fãs ficaram ansiosos pelo lançamento de um novo disco de inéditas com a formação clássica da banda. E este sonho foi realizado com o lançamento de Psycho Circus, em 1998. Contudo, anos depois se descobriria que a participação de Ace Frehley e Peter Criss no disco teria sido muito limitada, e que a maior parte dos solos de guitarra e linhas de bateria teriam sido gravadas por Tommy Thayer e Kevin Valentine, respectivamente.

Musicalmente, Psycho Circus se mostrava bastante irregular, com os melhores momentos do disco sendo de responsabilidade de Paul Stanley e Ace Frehley. A faixa-título se tornaria um novo clássico para a banda, e as outras músicas de Stanley, como “Raise Your Glasses” e “I Pledge Allegiance To The State Of Rock & Roll” também são excelentes. Ace brilha na única música de sua autoria incluída no álbum, a sensacional “Into The Void”. Contudo, as composições de Gene Simmons, como “Within” e a balada “We Are One”, não empolgam, exceto pela boa “You Wanted The Best”, de autoria do baixista, mas cantada pelos quatro membros. Peter Criss canta ainda a balada “I Finally Found My Way”, que também deixa a desejar. Como curiosidade, vale registrar que Alice Cooper chegou a cogitar processar Paul Stanley por plágio na faixa “Dreamin”, que realmente é muito parecida com “I’m 18”, de Alice. O caso foi resolvido com um acordo entre as partes.


Sonic Boom [2009]

Onze anos após Psycho Circus e depois de inúmeros discos ao vivo, DVDs e turnês, o Kiss finalmente voltava aos estúdios, e pela primeira vez com a formação Paul Stanley, Gene Simmons, Tommy Thayer e Eric Singer. Prometido por Gene Simmons como um disco simples de rock ‘n’ roll, como a banda fazia nos 70, “carne com batatas”, sem experimentações ou invenções, o disco revisita todas as fases da carreira da banda, obtendo ótimos resultados. “Modern Day Delilah” tem um riff que lembra a fase Revenge, enquanto “Russian Roulette” remete aos bons momentos de Gene em Creatures Of The Night. Já “Danger Us” e “Never Enough” fazem a alegria dos fãs da fase oitentista da banda, e a última chega a lembrar “Nothing But A Good Time”, do Poison. O lado sacana de Gene aparece em “Yes I Know (Nobody’s Perfect)” e “Hot And Cold”, que lembram o material composto pelo baixista nos anos 70, como “Calling Dr. Love” e “Ladies Room”. Há ainda uma faixa de Stanley cantada por Eric Singer, a ótima “All For The Glory”, e uma composta e cantada por Tommy Thayer, “When Lightning Strikes”.

O disco se encerra com “Say Yeah”, de Stanley, que tem um refrão inesquecível. Apesar de alguns fãs não gostarem de ver Tommy e Eric com as maquiagens de Ace e Peter, Sonic Boom mostrou que esta formação ainda tem lenha para queimar, e um novo álbum, Monster, é prometido para o ano que vem.



“A Hard Day’s Night” (Parlophone, 1964), The Beatles

 


Em 1964, os Beatles finalmente alcançaram o topo da popularidade. Desde o lançamento de WithThe Beatles no ano anterior, o quarteto já havia conquistado não apenas os corações dos britânicos, mas também toda a Europa.

A Beatleamania atravessou o Atlântico e conquistara os Estados Unidos, onde o single de "I Want To Hold Your Hand" liderou as paradas por sete semanas, mostrando que a invasão britânica estava em pleno vapor. Tamanha era a sua popularidade que, na primeira semana de abril de 1964, os Beatles ocuparam todas as cinco primeiras posições na parada da Billboard, além de mais sete títulos no Hot Hundred. Conquistado o mercado americano, a febre da Beatlemania se disseminou pelo resto do planeta. O quarteto de Liverpool dominava as paradas de sucesso mundiais e a cultura pop como nenhum outro grupo antes.

Apesar do estrelato alcançado, os Beatles não diminuíram o ritmo frenético de trabalho. Logo após a bem-sucedida primeira visita aos Estados Unidos, com duas performances memoráveis ao vivo no Carneggie Hall e uma no Washington Coliseum, e três aparições eletrizantes no programa de Ed Sullivan, os rapazes já estavam de volta à Inglaterra para as filmagens do primeiro longa-metragem da banda.

Dirigido por Richard Lester e filmado em preto e branco, o filme A Hard Day’s Night acompanha um dia na vida dos Beatles que se prepara para um show de televisão, mas também vivencia uma série de aventuras e situações engraçadas. Com uma linguagem visual inovadora e uma edição rápida, o filme captura a energia da Beatlemania, apresentando performances ao vivo de várias músicas do álbum homônimo da banda.

A Hard Day’s Night, o filme, estreou em julho de 1964, e foi muito bem recebido pela crítica. No Brasil, o filme foi batizado de Os Reis do Iê, Iê, Iê!, numa alusão ao “yeah, yeah, yeah”, de “She Loves You”, já que uma parcela da crítica brasileira entendia que o tipo música que os Beatles faziam era “iê,iê,iê”.

O trabalho exaustivo com as filmagens do longa-metragem, entre março e junho de 1964, foram conciliadas em paralelo à gravação de material para um novo álbum como também para a trilha sonora do filme.

Com o final das gravações do novo álbum e das filmagens do longa-metragem, os Beatles partiram para a sua primeira grande turnê mundial que incluiu destinos como Dinamarca, Suécia, Holanda, Inglaterra, Hong Kong, Austrália e Nova Zelândia, num total de trinta apresentações. Curiosamente, entre os dias 4 e 13 de junho de 1964, nos shows da Dinamarca, Holanda e uma apresentação na cidade Adelaide, Austrália, Ringo Starr foi substituído temporariamente pelo baterista de estúdio Jimmie Nicol. Ringo foi diagnosticado com amigdalite e fora internado num hospital em Londres. A partir de 14 de junho, Ringo reassumiu o seu posto na banda, prosseguiu com a turnê a partir de um show em Melbourne, na Austrália.

O álbum A Hard Day’s Night foi lançado em 10 de julho de 1964, quatro dias depois da estreia do filme homônimo nos cinemas. No final de março, foi lançado o single de "Can't Buy Me Love", que liderou as paradas de singles de Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Irlanda, Nova Zelândia, África do Sul, Holanda, França e Suécia, e foi um dos singles mais vendidos na década de 1960 com mais de seis milhões de cópias vendidas em todo o mundo.

O diretor filme A Hard Day's Night, Richard Lester
(terceiro da direita para a esquerda) e os Beatles.

Terceiro álbum de estúdio dos Beatles, A Hard Day’s Night possui treze faixas, sete delas fazendo parte da trilha sonora do filme de mesmo nome estrelado quarteto britânico. Foi o primeiro álbum dos Beatles a trazer um repertório composto apenas canções da dupla Lennon-McCartney.

Diferente da versão britânica, a versão americana foi lançada nos Estados Unidos um mês antes da estreia do filme, com capa diferente e com o título acompanhado do subtítulo “original motion Picture sound track” (“trilha sonora original do filme”). E não apenas isso, a versão americana trouxe apenas doze faixas, sendo que quatro delas em versões instrumentais orquestrais de canções de Lennon e McCartney arranjadas por George Martin.

A versão brasileira de A Hard Day’s Night foi lançada mais tarde, em janeiro de 1965, com canções e capa iguais às da versão britânica. Porém, na capa da versão brasileira, o azul foi trocada pela cor vermelha e com o título Os Reis do Iê, Iê, Iê que foi também intitulado o filme no Brasil.

O álbum abre com a faixa-título, cujo título (numa tradução livre “uma noite de um dia difícil") surgiu a partir de uma fala dita por Ringo Starr numa entrevista para um radialista americano em 1964, numa pausa das filmagens do longa-metragem A Hard Day’s Night sobre um dia exaustivo de filmagens: “Fomos trabalhar, trabalhamos o dia todo e trabalhamos a noite toda. Cheguei ainda pensando que era dia, suponho, e disse: 'Foi um dia difícil… ' e olhei em volta e vi que estava escuro, então disse: 'Noite!' Então chegamos a "A Hard Day's Night". Foi a partir dessa fala que John Lennon teve a ideia de escrever uma canção com essa expressão.

A faixa que dá nome ao álbum começa com uma sensacional acorde seguido do refrão já no início da canção. Os versos escritos por Lennon tratam um indivíduo que trabalha duro dia e noite para garantir o dinheiro necessário para comprar coisas que sua mulher gosta.

Um sensacional solo de gaita tocado por John Lennon abre a faixa "I Should Have Known Better", um pop rock sobre um rapaz que admira a garota que ama e espera que ela o ame na mesma intensidade.

Com vocais compartilhados entre John Lennon e Paul McCartney, “If I Fell” é uma canção de amor escrita por Lennon que teria um certo caráter autobiográfico. Na época, Lennon estava casado com Cynthia, porém vinha tendo casos extraconjugais. A letra versa sobre um homem que expressa preocupação e vulnerabilidade ao considerar-se apaixonado por uma garota, ao questioná-la se ela lhe será fiel e não o irá fazer sofrer. No entanto, o eu lírico dá a entender que ele, embora apaixonado por essa garota, ainda é comprometido com outra pessoa e vive um relacionamento mal resolvido: “Então eu espero que você veja / Que eu gostaria de te amar / E que ela / Vai chorar / Quando souber que estamos juntos”.

“I'm Happy Just to Dance With You” traz George Harrison nos vocais principais, embora composta por Lennon e McCartney, que por sua vez, nas gravações, fizeram apenas os vocais de apoio. A letra traz a ingenuidade e o romantismo de um jovem rapaz que de tão apaixonado pela garota que ama, apenas dançar com ela já lhe seria o suficiente torná-lo feliz.

Os Beatles em uma das cenas clássicas do filme A Hard Day's Night.


"And I Love Her" é um bolero estilizado dos Beatles que traz Ringo Starr tocando bongô. Embora assinado como Lennon-McCartney, os versos teriam sido escritos por Paul para a sua então namorada, a atriz Jane Asher, apesar dele anos mais tarde ter negado. O eu lírico expressa à sua garota um amor que nunca morrerá.

Em “Tell Me Why”, percebe-se alguma inspiração no doo-wop. A canção, apesar do ritmo descontraído, trata sobre um relacionamento em crise de um casal. Em meio tantos desentendimentos, lágrimas e mentiras, o eu lírico ainda se mostra disposto a tentar resolver a situação salvar uma relação tão desgastada.

Fechando o lado do 1 do álbum, o megahit "Can't Buy Me Love", canção lançada em single antes do álbum e que foi um fenômeno em vendas. Este pop rock se refere à ideia de que o amor não pode ser comprado com dinheiro ou bens materiais. Escrita por Paul McCartney, a letra se refere ao amor como algo genuíno, mais valioso do que qualquer bem material.

“Any Time At All” abre o lado 2 do álbum, é rock de versos românticos, mas destaca que numa relação a dois, deve haver também apoio e companheirismo nos momentos mais difíceis. Na canção country “I'll Cry Instead”, John Lennon canta sobre um sujeito desprezado pela a garota que ele amava, e faz um esforço para superar essa grande frustração. "Things We Said Today" é uma canção sobre confiança e lealdade numa relação a dois, e a convicção de que quando o amor entre duas é intenso, é capaz de resistir ao tempo e às adversidades. No rock’n’roll "When I Get Home", o eu lírico expressa a sua felicidade para voltar para casa e rever a sua amada, abraçá-la e declarar todo o amor que sente por ela. “You Can't Do That” faz referência a ciúme e um amor possessivo de um sujeito que não admite que sua namorada converse com nenhum rapaz.

O álbum finaliza com “I’ll Be Back”, uma balada pop à base de violões sobre um romance tumultuado, marcado por idas e vindas, onde o eu lírico expressa sua determinação em voltar após ter o coração partido pela pessoa que ele ama, embora também advirta a ela pessoa a não causar mais dor.

A Hard Day’s Night alcançou o 1º lugar na parada e álbuns da Billboard, nos Estados Unidos. Liderou também a parada de álbuns da Austrália, Alemanha Ocidental, Finlândia e Reino Unido.

Comercialmente, o álbum teve um desempenho brilhante: 4 milhões cópias vendidas somente nos Estados Unidos. Enquanto isso, no Reino Unido, o álbum vendeu mais de 300 mil cópias e 100 mil cópias no Canadá.

Em 1965, os Beatles conquistaram o prêmio Grammy de “Melhor Performance de Grupo Vocal” pela canção “A Hard Day’s Night”.

O público ainda “digeria” o álbum e o filme A Hard Day’s Night quando foi surpreendido no final de 1964 com o lançamento de um novo álbum dos Beatles, o Beatles For Sale, gravado nos intervalos das turnês.  O álbum reflete essa fase movimentada, apresentando uma mistura de músicas originais e covers, além de mostrar uma mudança em direção a músicas mais maduras e introspectivas.

Faixas:

Versão britânica (todas as faixas são de autoria de Lennon - McCartney)

Lado 1

  1. "A Hard Day's Night"               
  2. "I Should Have Known Better"           
  3. "If I Fell"           
  4. "I'm Happy Just to Dance with You"               
  5. "And I Love Her"         
  6. "Tell Me Why"             
  7. "Can't Buy Me Love" 

Lado 2

  1. "Any Time at All"        
  2. "I'll Cry Instead"          
  3. "Things We Said Today"         
  4. "When I Get Home" 
  5. "You Can't Do That" 
  6. "I'll Be Back" 

 

Versão americana (todas as faixas são de autoria de Lennon - McCartney)

Lado 1

  1. "A Hard Day's Night"               
  2. "Tell Me Why"             
  3. "I'll Cry Instead"          
  4. "I Should Have Known Better" (Instrumental, George Martin & sua Orquestra)      
  5. "I'm Happy Just to Dance with You"               
  6. "And I Love Her" (Instrumental, George Martin & sua Orquestra) 

Lado 2

  1. "I Should Have Known Better"           
  2. "If I Fell"           
  3. "And I Love Her"         
  4. "Ringo's Theme (This Boy)" (Instrumental, George Martin & sua Orquestra)      
  5. "Can't Buy Me Love" 
  6. "A Hard Day's Night" (Instrumental, George Martin & sua Orquestra)

 

The Beatles: John Lennon (vocais, violões, guitarras elétricas, gaita , guitarra elétrica, piano em “Things We Said Today”), Paul McCartney (vocais, baixo, piano em "When I Get Home", sino de vaca em "You Can't Do That"), George Harrison (vocais; guitarra solo (seis e doze cordas) e violões) e Ringo Starr (bateria e percussão).


"A Hard Day's Night" (vídeo original)

 

"I Should Have Known Better" 

"If I Fell" 

"I'm Happy Just To Dance With You"

 

"And I Love Her" 

"Tell Me Why" 

"Can't Buy Me Love" (vídeo original)

 

"Any Time At All"

 

"I'll Cry Instead"

 

"Things We Said Today"

 

"When I Get Home" 

"You Can't Do That" 

 

"I'll Be Back"


Nelson Gonçalves - Caminhemos - Nelson Gonçalves Interpretando Músicas de Herivelto Martins (1957)

 


Homenagem de Nelson Gonçalves ao Jubileu de Prata (25 anos de carreira) do compositor Herivelto Martins.

Faixas do álbum:
01. Caminhemos
02. Ela Me Beijou
03. Teu Erro
04. Amigo
05. Palmeira Triste
06. Se é Pecado
07. Apogeu
08. Transformação




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