quarta-feira, 24 de julho de 2024

Andalucia, Hoy (1977)


Disco de compilação de canções de protesto interpretadas por uma formação andaluza chamada Grupo Tarteso, interpretando canções como Hijos del Pueblo, La Internacional, A las Barricadas ou En la plaza de mi Pueblo , embora também possamos encontrar as versões originais das canções de Juan Antonio Muriel: Poder andaluz e Entre la Cal y el Cubo . Publicado pela gravadora Olympo.










Canciones de Lucha (1977)


Álbum de compilação de canções vingativas, como muitas da época (1977-1978) publicada anonimamente. As músicas que compunham essas compilações se repetiam uma para a outra, nesta cantam, entre outras, La Internacional, En la Plaza de mi Pueblo, El Cantar tiene Sentido, Hemos Dicho Basta e En España las Flores , estas últimas dois foram publicados como singles. Publicado pela gravadora Impacto.

MUSICA&SOM







Airto Moreira - "Seeds of the Ground" ou "The Natural Sounds of Airto" (1971)


Capa original, de 1971, e a da reedição
em CD, de 1994
“Airto tem um curto período de tempo [nos Estados Unidos] e já tem um impacto importante aqui. Sua influência, expressões criativas e sons inovadores têm sido fortemente sentidos por muitos de nossos principais músicos. O som único de Airto beneficia-se fortemente da compreensão da necessidade de melhores métodos de comunicação – uma necessidade que ele sente que pode ser respondida através da música”. 
Bob Small, produtor musical

A virada dos anos 60 para os 70 foi um momento especialmente frutífero para músicos brasileiros no mercado internacional. Após uma primeira leva de compositores, cantores, instrumentistas e arranjadores descobertos pelos gringos por conta da bossa-nova, vários outros aproveitaram o prestígio já estabelecido da musica brasileira no exterior para abrir novas frentes. O principal destino: Estados Unidos. É quando talentos como Hermeto PascoalDom Um RomãoJoão Donato e Eumir Deodato, entre outros, partem de mala e cuia para residir naquele que é maior mercado da música no mundo.

Caso de Airto Moreira. O já experiente percussionista catarinense, que, no Brasil, havia integrado os célebres trios Sambalanço (com César Camargo Mariano e Humberto Cláiber) e Sambrasa – ao lado de Hermeto e Cláiber –, além do igualmente icônico Quarteto Novo – novamente ao lado do “Bruxo”, mas também contando com Theo de Barros e Heraldo do Monte. Em 1967, participa do III Festival de Música Popular Brasileira, acompanhando Edu Lobo e Marília Medalha na interpretação da vencedora "Ponteio", a qual coassina com Edu o arranjo. Êxitos obtidos, o negócio era, agora, alçar outros voos.

Dono de um tempo rítmico que abarcava a sutiliza harmônica da bossa nova ao arrojo do jazz moderno, Airto, já em terras yankees, foi impulsionado definitivamente no disputado meio do jazz com a participação no referencial “Bitches Brew”, de Miles Davis, em 1969. Foi em apenas uma faixa (“Feio”), mas o suficiente para pô-lo no rol dos músicos da primeira linha. Tanto é que, um ano depois, veio o primeiro disco solo: “Natural Feelings”, pela Buddah Records, uma joia do jazz fusion com a cara daquilo que só um artista brasileiro é capaz de conceber mesmo longe de casa. Tão melhor que o álbum de estreia, no entanto, é “Seeds of the Ground”, de 1971, onde Airto, acompanhado do inseparável Hermeto (piano, teclados, violão e flauta), responsável pelas composições e arranjos, da magnífica Flora Purim aos vocais, do mago do baixo acústico Ron Carter e a maestria de Sivuca (violão e acordeom), deságua toda a sua inventividade enraizada na cultura brasileira mas conectada com a vanguarda internacional. E ali eram o lugar e a hora perfeitas para deixar fluir esta nova música.

“Andei”, que abre “Seeds...” (também intitulado como "The Natural Sounds of Airto"), deixa bem clara a proposta. Trata-se de um baião nordestino, que inicia com o som característico do Brasil: o de um berimbau. Em seguida, a potente bateria de Airto entra, carregando consigo toda a banda e os próprios vocalizes, formando uma sonoridade cheia e quase funkeada. O baixo de Ron, brasileiríssimo, dialoga com o berimbau. Ainda, a flauta de Hermeto completa a intensa atmosfera com aqueles solos que somente ele sabe extrair. Um “cartão de visitas” irrepreensível. Além disso, como classificar uma peça ímpar como esta? Um baião-fusion? Um brazilian-groove? Ou um ethnic-funk? É o talento do músico brasileiro dando um nó no sempre tão inovador jazz.

A incrível “O Sonho” traz pela primeira vez no disco a voz de Flora, esposa de Airto. A abertura onírica e dissonante, que remete ao abstratismo de Gil Melle e Don Cherry, logo se resolve em um jazz modal em que Airto e Hermeto estão especialmente afinados, um na bateria e o outro no piano elétrico – este último que, aliás, manda ver num longo e inspirado improviso. E Flora, então?! Que performance! Sua voz desenha com naturalidade a complexa e variante linha melódica, mudando de escalas e tons e, principalmente, dando unidade a este devaneio sonoro. Além de tudo isso, Flora ainda inventa de soltar gritos e sussurros pra lá de sensuais ao final da faixa. Caramba! De arrepiar.

Airto como a esposa e cantora Flora Purim e o parceiro
Hermeto: união de craques da música brasileira nos EUA
Na sequência, vem a bucólica e soturna “Uri”, que, pela atmosfera sertaneja e idílica, bem poderia compor a trilha de algum filme ou peça teatral baseada em uma obra da Guimarães Rosa. O violão sustenta a base, enquanto Airto intercala diversos instrumentos de percussão (chocalhos, tímpano, temple block e outros). A voz do coautor Googie e a de Flora, especialmente, que vai do agudo ao grave num lance, convivem com contracantos, gritos e vocalizes. Outro craque brasileiro vivendo na terra de Charlie Parker, Sivuca, em uma de suas participações, solta notas densas do acordeom, ampliando o clima sombrio e contemplativo. Mais uma mostra da contribuição sui genneris do Brasil para a música moderna que se produzia no exterior àqueles idos.

O baião aparece novamente em “Papo Furado”, em que Airto, brilhante na instrumentalização da percussão junto com outro ilustre convidado, Dom Um Romão, divide vocais com Hermeto, este, segurando todas no violão. O mesmo pode-se dizer de Carter, que parece ter vestido gibão e entrado no forró. A romântica “Juntos”, noutro clima, exige mais uma vez de Flora habilidades vocais – as quais ela, claro, mostra dominar totalmente dado a grande cantora que é. O tom baixo, que pede cuidado na afinação, dá um charme todo especial ao número, o qual conta, como em “Andei”, com o solo de flauta de Hermeto. Uma febril balada jazz, que faz remeter a Sarah Vaughan dos anos de Columbia.

“Seeds...” encerra com duas versões de “O Galho da Roseira”, composição de Hermeto originalmente de 1941, que era cantada por seus pais durante os trabalhos da roça em sua infância no interior de Alagoas. Porém, não se trata apenas de dois takes lançados ao final do disco com pequenas diferenças entre si, haja vista que ficam quase irreconhecíveis de uma para a outra. A parte 1, bem fiel à estrutura original – visto que arranjada pelo próprio Hermeto –, traz já de início o acordeom de Sivuca em solfejos serenos junto com as vozes de Hermeto e Flora. Até que, então, entra o restante do time, com Ron impressionando em suas modulações típicas no braço do baixo, Dom Um diversificando as texturas (sinos, chocalho, reco-reco, temple block) e Hermeto fazendo suas “bruxarias”, como transformar um violão em rabeca. Mas em termos de violão, a criatividade da turma não para por aí, porque contam com as mãos mágicas de Sivuca, que larga a gaita para pegar a viola caipira, num dos solos mais brilhantes do disco. Hermeto, no entanto, não fica atrás em um novo improviso, agora, no eletric harpsichord, articulando um momento modal ao tema tipicamente rural.

“O Galho...”, que recebeu da crítica o título de uma das melhores de 1971, ganha, na versão 2, caráter de um típico jazz fusion, como o que Airto contribuiria a partir daquele ano na banda Return to Forever ao acompanhar o pianista norte-americano Chick Corea em um de seus melhores momentos da carreira. Airto, como na faixa anterior, deixa tudo para os companheiros Ron, Hermeto, Sivuca e Dom Um, que se soltam, fechando o disco com uma pegada mais jazzística impossível.

Depois de “Seeds...”, vieram outros projetos de prestígio de Airto, a contratação pelo cultuado selo CTI, a participação na legendária Weather Report e a formação de uma nova banda. Bastante ativo nas décadas seguintes e ainda hoje vivendo nos Estados Unidos, Airto virou, merecidamente, uma lenda do calibre de Wayne ShorterHerbie Hancock, Stanley Clarke, Keith Jarrett, George Benson, Jaco Pastorius e George Duke, parceiros com quem tocou. Mas o fato é que, por obra natural do destino, a fenomenal banda responsável por “Seeds...” nunca mais voltou a tocar junta. Isso faz com que o disco ganhe ainda mais importância por ter registrado um momento especial da música brasileira em que esta nada devia a qualquer outra que estivesse sendo produzida àquela época. Pelo contrário: estava dando exemplo e ensinando ao mundo um pouco de ginga, que só um brasileiro é capaz de oferecer.

***************

FAIXAS:
1. Andei (I Walked) - 2:40 
2. O Sonho (Moon Dreams) - 7:45 (Ray Evans/ Jay Livingston)
3. Uri (Wind) - 6:10 
4. Papo Furado (Jive Talking) - 3:29 
5. Juntos (We Love) - 3:22 (Hermeto/ Flora Purim)
6. O Galho Da Roseira (The Branches Of The Rose Tree) - 7:54
7. O Galho Da Roseira (The Branches Of The Rose Tree) Part II - 8:21
Todas as composições de autoria de Hermeto Pascoal, exceto indicadas






Air - "80º Below '82" (1983)

 

"'80° Below '82' foi o 'canto do cisne' do trio, um retorno ao formato e à magia dos primeiros anos. Como improvisador, Threadgill parecia criar um vocabulário e uma persona diferentes para cada instrumento que tocava. Todos eles compartilhavam uma paixão quase científica pela complexidade."
Piero Scaruffi,
historiador e crítico musical



Entre os discos que marcaram a minha história, está "80º Below '82", do trio Air, que não é o grupo francês. Este disco foi trazido para Porto Alegre pelo meu querido amigo David Barcellos, em 1982, a partir de uma lista feita por mim e pelo Mauro Magalhães.

O trio formado pelo saxofonista e flautista Henry Threadgill, pelo baixista Fred Hopkins e pelo baterista Steve McCall estava com tudo na época. A Down Beat só falava neles. É claro que aproveitamos a viagem do Davizinho pra Inglaterra, e ele trouxe esta maravilha pra gente. Gravei um cassete imediatamente e, quando surgiram os CDs graváveis, fiz uma cópia pra mim, que toquei muitas vezes no programa Sessão Jazz.

Como dizem os americanos, o interplay entre os caras é impressionante. O CD tem uma versão de "Chicago Breakdown", do Jelly Roll Morton, que vale o preço do disco. Infelizmente, o trio terminou. Em 1989, morreu o baterista McCall e, dez anos depois, o baixista Hopkins. Pra nossa sorte, o Threadgill está vivíssimo e esteve em São Paulo no Festival Jazz na Fábrica do SESC, em 2018, com seu grupo Zooid.

*********************

FAIXAS:
1. "Chicago Breakdown" (Jelly Roll Morton) – 7:58
2. "The Traveller" – 9:28
3. "80° Below '82" – 8:02
4. "Do Tell" – 9:50
Todas as composições de autoria de Henry Threadgill, exceto indicada





Hunstville - For the Middle Class (2006)

 

Abstrato, folk-jazz instrumental/post-rock de um trio norueguês. Sonhador, monótono, mas borbulhante de vida, For the Middle Class soa tanto improvisado quanto habilmente composto, e é provavelmente uma mistura dos dois. Um dos meus favoritos desde a era de ouro do blog de mp3.


Track listing:
1. The Appearance of a Wise Child
2. Serious Like a Pope
3. Add a Key of Humanity
4. Melon





Laughing Clowns - Mr Uddich-Schmuddich Goes to Town (1982)



Got a request for more Laughing Clowns, and I'll take any reason to listen to this amazing band. Here's their first album. Australian experimental punk/post-punk/whatever-you-wanna-call-it with the added layer of a small but cacophonous horn section.

Track listing:
1. In Front of Your Eyes
2. Come One, Come All
3. Laughter Around the Table
4. A Knife in the Head
5. Theme From 'Mad Flies, Mad Flies'
6. A Song of Joy
7. Mr Uddich-Schmuddich Goes to Town
8. When What You See





Grimlock - Crusher (2003)

Começando minha semana explodindo um monte de flexões com um Boston metalcore/beatdown com groove pesado. Se você quer um disco cheio de breakdowns irresponsavelmente pesados ​​precipitados por um Masshole bêbado dizendo coisas como "I'm a brand new man" ou "I'm king of the fucking jungle" ou "I will rise forever", você não pode fazer muito melhor do que Crusher . Mas, estatisticamente falando, você provavelmente não precisa.

Track listing:
1. Ritual of Steel
2. Mad Titan
3. Crusher
4. The Last Holy Fool
5. End of the Dream
6. Revolution (Return of the Power)





Destaque

Barbara Manning - In New Zealand 1998

  Fiel à sua forma colaborativa, este esforço "solo" de   Barbara Manning   é mais como um supergrupo transpacífico único de indie...