sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Edguy – Vain Glory Opera [1998]

 



Características substanciais diferenciam o Edguy desse álbum para o que temos hoje em dia. Primeiramente, a formação da banda ainda era um quarteto, com Tobias Sammet acumulando a função de baixista junto aos vocais. Em segundo lugar, a sonoridade tinha os dois pés fincados no Power Metal europeu. De igual, a competência em criar melodias fáceis e cativantes, daquelas que a gente escuta uma vez e não esquece mais. E nesse ponto, a evolução em Vain Glory Opera é monstruosa se compararmos com o trabalho anterior, Kingdom Of Madness. Não à toa, este é o disco que começou a despertar atenção para o grupo em todo o mundo.

A produção do disco ficou a cargo de Timo Tolkki, até então no Stratovarius. Ele também participou gravando um solo de guitarra em “Out Of Control”. A faixa também conta com Hansi Kursch (Blind Guardian) nos vocais, assim como na música que dá nome ao play. Ambas fazem parte dos setlists das apresentações até hoje. O trabalho contou com a participação do baterista de estúdio Frank Lidenthal, já que a banda não tinha um membro efetivo para a função naquele momento. Nas fotos de divulgação – incluindo o encarte –, Felix Bohnke já aparecia como integrante oficial.


Destacam-se também a sequência de abertura com “Until We Rise Again” e “How Many Miles”, além da veloz “Fairytale”, aquele bom e velho clichê, sempre necessário e efetivo. O momento mais suave fica por conta da bela “Scarlet Rose”. No encerramento, um cover para “Hymn”, do Ultravox, uma prévia da versatilidade que o grupo mostraria com o passar do tempo – especialmente por parte de seu vocalista e líder, que exploraria novos caminhos com o projeto Avantasia. Vain Glory Opera é o primeiro indicativo de que o mundo estava prestes a conhecer uma das bandas mais criativas de um estilo que muitas vezes peca pela repetição exaustiva.

Tobias Sammet (vocals, bass, keyboards)
Jens Ludwig (guitars)
Dirk Sauer (guitars)
Frank Lidenthal (drums)

01. Overture
02. Until We Rise Again
03. How Many Miles
04. Scarlet Rose
05. Out Of Control
06. Vain Glory Opera
07. Fairytale
08. Walk On Fighting
09. Tomorrow
10. No More Foolin'
11. Hymn



Andre Matos – Time To Be Free [2007]

 



Antes de entrar no segundo milênio, três integrantes do Angra – Andre MatosLuís Mariutti e Ricardo Confessori – deixaram o grupo por diferenças pessoais com o empresário Antônio Pirani, se uniram a Hugo Mariutti, guitarrista e irmão de Luís, e formaram o Shaman. O novo grupo viveu o suficiente para lançar dois ótimos álbuns, “Ritual” e “Reason”, mas novamente diferenças empresariais separaram os caras. Confessori continuou com o projeto enquanto os outros três deram no pé.

Mas a saída do Shaman não abalou a carreira de Andre Matos. Pelo contrário: logo após abandonar o barco, o vocalista anunciou o início de sua carreira solo, tendo os irmãos Mariutti na sua banda de apoio, além de André HernandesRafael Rosa e Fabio Ribeiro, respectivamente guitarrista, baterista e tecladista. A estreia dessa nova banda nos palcos ocorreu em grande estilo, no Live N' Louder de 2006, e pouco depois o debut Time To Be Free” foi lançado.

Os momentos orquestrados e eruditos misturados com Heavy Metal estão mais presentes em “Time To Be Free”, visto o feedback de Andre, formado em regência musical e piano erudito. As influências de ritmos brasileiros e world music são bem menores, diferente dos tempos no Angra e Shaman. Os músicos escolhidos cumprem muito bem suas funções, com destaque ao virtuoso baterista Rafael Rosa.

O disco fez bastante sucesso, alcançando a segunda posição das paradas japonesas e francesas, bem como a quarta nos charts russos. A música Rio ganhou o prêmio de melhor canção de Heavy Metal no Worldwide Prize Music Awards de 2008. Outros destaques vão para Face The EndLetting Go e How Long (Unleashed Away), esta co-escrita pelo renomado Roy Z. Sobrou espaço até para homenagens ao seu pai Steve Perry (vai dizer que não são iguais?), com o cover de Separate Ways (Worlds Apart), do Journey.

01. Menuett
02. Letting Go
03. Rio
04. Remember Why
05. How Long (Unleashed Away)
06. Looking Back
07. Face The End
08. Time To Be Free
09. Rescue
10. A New Moonlight
11. Endeavour
12. Separate Ways (Worlds Apart) - Journey cover

Andre Matos – vocal, piano
André Hernandes – guitarra
Hugo Mariutti – guitarra
Luis Mariutti – baixo
Rafael Rosa – bateria
Fabio Ribeiro – teclados





Metallica - Garage Inc. [1998]

 



Caça-níquel? Homenagem? As duas coisas? Sim. Ou não. É uma questão pontual, já diria o nobre narrador. O fato é que quando o assunto é covers, o Metallica sempre mandou muito bem. E Garage Inc veio em um momento muito conturbado junto aos fãs, graças aos controversos “Load” e “Reload”, discos que desagradaram os die-hard pela falta de peso – mas que hoje soam como um deleite se comparado ao que veio logo a seguir. Sendo assim, a banda resolveu descarregar toda a fúria contida nesse trabalho, além de apresentar a toda uma nova geração alguns artistas que só a turma do underground conhecia.

O primeiro CD traz versões gravadas especialmente para o lançamento. Além de algumas das preferidas da casa, escolhas óbvias para a ocasião, o grupo surpreendeu, trazendo artistas de diferentes vertentes musicais para o mundo metálico. E o resultado ficou excelente, com as músicas sendo executadas com personalidade e rispidez ímpares. Quem imaginaria que “Turn The Page”, de Bob Seger, seria uma música tão apropriada para o cenário do grupo? Mesmo o deslocado Nick Cave ganhou uma nova perspectiva na voz de James Hetfield. Mas é claro que o bicho pega mesmo quando Black Sabbath, Mercyful Fate, Thin Lizzy, Lynyrd Skynyrd e Blue Öyster Cult são lembrados.



Já a segunda bolachinha resgata as gravações dos EP’s “Garge Days Revisited” e “The $5.98 E.P.: Garage Days Re-Revisited”, além de B-sides lançados entre o fim dos anos 80 e início dos 90’s. Nessa parte, o Metallica oferece algumas pérolas perdidas da NWOBHM, especialmente de seus grandes ídolos do Diamond Head, que verdadeiramente devem a carreira ao quarteto – e os próprios reconhecem isso sem problemas nem constrangimento. Some a isso, cacetadas certeiras de formações díspares, como Queen e Anti-Nowhere League, que acabam fazendo sentido quando misturadas neste caldeirão sonoro.

Garage Inc vendeu mais de 5 milhões de cópias apenas nos Estados Unidos e algumas das canções seguem sendo executadas nos shows de maneira esporádica, especialmente as gravações mais antigas. Uma celebração para a banda e oportunidade de enriquecimento cultural para os fãs, que podem conhecer ou relembrar alguns grupos muito importantes da história do Rock, resgatados pelas mãos de Lars Ulrich e seus comparsas. E um sopro de esperança em uma época conturbada e irregular na caminhada do Metallica.

James Hetfield (vocals, guitar)
Kirk Hammett (guitar)
Jason Newsted (bass)
Lars Ulrich (drums)
Cliff Burton (bass on tracks 6 and 7 on CD 2)

Guests on “Tuesday’s Gone”

Pepper Keenan (Corrosion of Conformity)
Jerry Cantrell & Sean Kinney (Alice in Chains)
Jim Martin (Faith No More)
John Popper (Blues Traveller)
Gary Rossington (Lynyrd Skynyrd)
Les Claypool (Primus)

CD 1

01. Free Speech For the Dumb (Discharge)
02. It’s Electric (Diamond Head)
03. Sabbra Cadabra (Black Sabbath)
04. Turn the Page (Bob Seger)
05. Die, Die My Darling (The Misfits)
06. Loverman (Nick Cave)
07. Mercyful Fate Medley (Mercyful Fate)
08. Astronomy (Blue Öyster Cult)
09. Whiskey in the Jar (Thin Lizzy)
10. Tuesday’s Gone (Lynyrd Skynyrd)
11. The More I See (Discharge)

CD 2

01. Helpless (Diamond Head)
02. The Small Hours (Holocaust)
03. The Wait (Killing Joke)
04. Crash Course in Brain Surgery (Budgie)
05. Last Caress/Green Hell (The Misfits)
06. Am I Evil? (Diamond Head)
07. Blitzkrieg (Blitzkrieg)
08. Breadfan (Budgie)
09. The Prince (Diamond Head)
10. Stone Cold Crazy (Queen)
11. So What? (Anti-Nowhere League)
12. Killing Time (Sweet Savage)
13. Overkill (Motörhead)
14. Damage Case (Motörhead)
15. Stone Dead Forever (Motörhead)
16. Too Late Too Late (Motörhead)



Aerosmith – Get Your Wings [1974]

 



As vendas abaixo esperado do debut exigiam uma postura diferente do Aerosmith para o seu próximo disco. Não são todas as bandas que se tornam sucesso instantâneo e, no caso da trupe de Boston, o êxito comercial funcionou como uma verdadeira “escalada” para a fama.

Gravado de 1973 para 1974, “Get Your Wings” traz a mesma essência do antecessor, no entanto apresenta diferenças primordiais para que a própria banda conseguisse maior repercussão. Logo de cara, nota-se a melhor produção do registro, assinada por Jack Douglas, também responsável por produzir os próximos quatro discos. As composições têm maior identidade e Steven Tyler, finalmente, adotou o estilo de voz que o consagrou como um dos maiores vocalistas do Rock – apesar da nítida ausência de drives.



Musicalmente, a identidade foi encontrada quando se considera a linearidade do registro. Diferente de seu antecessor, “Get Your Wings” não é do tipo de disco que dá tiros para vários lados: o foco é o Hard Rock com pitadas de Blues e de Rock clássico, desde as timbragens dos instrumentos até as progressõs musicais empregadas. Talvez a única exceção à regra seja S.O.S. (Too Bad), por sua batida rápida, mas o estilo não foge das demais apenas pela aceleração.

A repercussão, novamente, não foi grande como se esperava. O disco atingiu uma modesta 70ª colocação nas paradas norte-americanas, entretanto Same Old Song And Dance chegou ao posto de número 54 nos charts gerais de singles. Apesar de sua qualidade diferenciada, “Get Your Wings” é mais reconhecido por ser um “laboratório” para o arrasa-quarteirões “Toys In The Attic”, lançado um ano depois. Os destaques do play vão para a clássica Same Old Song And Dance, o cover Train Kept-A-Rollin', a bela Seasons Of Wither e a divertida Woman Of The World.



01. Same Old Song and Dance
02. Lord of the Thighs
03. Spaced
04. Woman of the World
05. S.O.S. (Too Bad)
06. Train Kept A-Rollin'
07. Seasons of Wither
08. Pandora's Box

Steven Tyler – vocal
Joe Perry – guitarra, backing vocals
Brad Whitford – guitarra
Tom Hamilton – baixo
Joey Kramer – bateria, percussão

Músicos adicionais:
Michael Brecker – saxofone tenor em 1 e 8
Randy Brecker – trompete em 1
Stan Bronstein – saxofone barítono em 1 e 8
Jon Pearson – trombone em 1
Ray Colcord – teclados em 3





Yes live in Padova, Gran Teatro Geox, 08.05.2024 (a great gift by Albe)




 Tendo em conta que o espetáculo remonta a 8 de maio, é uma verdadeira jóia para partilhar com todos os amigos da Stratosphere e amantes do grande prog britânico. É verdade que o “histórico” Sim está agora limitado apenas a Steve Howe que, com as suas 77 molas, não dá sinais de abrandar. Claro que não nego que tenho uma pitada de inveja de Albe que assistiu a este grandioso concerto. Para quem como eu não esteve presente, como nas outras etapas da mini tour italiana (5 de Maio em Roma, 6 de Maio em Milão e 8 de Maio, precisamente, em Pádua) terão de se contentar, por assim dizer, com a gravação de áudio. E agora chegamos à tracklist.

Yes live in Padova, Gran Teatro Geox, 08.05.2024


TRACKLIST CD 1

01. Machine Messiah
02. It Will Be a Good Day (The River)
03. Going for the One
04. I’ve Seen All Good People
05. America (Simon & Garfunkel cover)
06. Time and a Word
07. Don’t Kill the Whale
08. Turn of the Century

TRACKLIST CD 2

09. South Side of the Sky
10. Cut From the Stars
11. The Revealing Science of God (Dance of the Dawn) / The Remembering (High the Memory) / The Ancient (Giants Under the Sun) / Ritual (Nous sommes du soleil)
12. Roundabout
13. Starship Trooper

VIDEO:

01. Roundabout
02. Steve Howe guitar solo


FORMAÇÃO:

Steve Howe - electric and acoustic guitars
Geoff Downes - keyboards, vocals
Jon Davisob - lead vocals
Billy Sherwood - bass
Jay Schellen - drums


'The Classic Tales Of Yes Tour' viu o grupo histórico apresentar ao vivo muitas de suas canções icônicas do influente e pioneiro catálogo de membros do Rock and Roll Hall of Fame, um repertório que abrange mais de 50 anos de história da música, bem como músicas de seu mais recente e aclamado álbum, 'Mirror Of The Sky', lançado em maio passado. O artista Roger Dean juntou-se ao passeio com uma exposição de arte relacionada (não sei se a exposição também esteve em exibição em Pádua). Dean vendeu mais de cem milhões de cópias de suas obras de arte magistrais em todo o mundo, que retratam paisagens evocativas de outro mundo. Um deles aparece na capa do álbum recente da banda. Por ocasião da digressão de 2024, Steve Howe, cuja associação ao YES começou em 1971 com a publicação do "The Yes Album" (antes dele houve Peter Banks), juntamente com Geoff Downes, membro da banda do Drama' de 1980 , se juntam a Jon Davison, vocalista do YES há mais de uma década (praticamente um clone de Jon Andreson). Completando a formação estão Billy Sherwood no baixo – escolhido pelo baixista original Chris Squire – e Jay Schellen – que trabalhou em estreita colaboração com o falecido Alan White – na bateria.





“Se houvesse a possibilidade de certificar grupos musicais com selo de qualidade, como acontece com a comida fina, o YES mereceria, sem dúvida, o do Prog, pois é uma banda com Denominação de Origem Garantida e Controlada. para confirmar o que se diz, há ainda a elevada qualidade musical da data de Pádua no Gran Teatro Geox na quarta-feira, 8 de maio digressão também no nosso país, onde experiências musicais particulares, sobretudo ao vivo, são cada vez mais raras. O de Pádua, no detalhe, foi um concerto demasiado esperado, visto que as contingências que o afectaram foram muitas: primeiro a pandemia. , depois algumas tristes vicissitudes da banda que foi planejada há quatro anos e que finalmente aconteceu no dia 8 de maio.


A vinda ao concerto foi mais uma agradável confirmação de que os YES levam adiante, com orgulho e tenacidade, a sua história impregnada de sonoridades que hoje parecem verdadeiramente a anos-luz de distância. O Prog, na verdade, parece cada vez mais ser música de uma época antiga. Não só para o público que segue, onde não tem um jovem com menos de 30 anos sequer pagando por isso; mas também pela filosofia que sustenta este mundo sonoro. A complexidade natural dos sons que caracterizam o clima se soma ao sentido e significado de uma experiência musical que exige paciência e escuta. YES é uma banda com um passado glorioso, que é parcialmente reconstituído neste concerto, com a execução de músicas retiradas de alguns dos discos mais significativos da sua longa produção, mas que sempre foi considerada de nicho, pelo menos no Bel Paese. 


O concerto em Pádua, fiel repetição do que foi realizado nas outras datas italianas, foi composto por um setlist de 13 músicas, todas com duração média de 8/9 minutos. Verdadeiros galopes com teclados, giros intermináveis ​​de bateria e longos solos de guitarra, interpretados por um verdadeiro ícone da música contemporânea, nomeadamente Steve Howe. O nosso tem 77 anos. Ele é magro como um trilho, com físico de idoso, tanto que se você o visse no semáforo, com a intenção de atravessar a rua, você tomaria medidas para ajudá-lo. E em vez disso…E em vez disso Howe toca por mais de duas horas, sem a ajuda de nenhum outro guitarrista. Ele sozinho sustenta todo o show, tanto como presença de palco quanto como espinha dorsal das músicas propostas, trocando pelo menos duas guitarras a cada apresentação, sem esquecer uma passagem com o Steel. Tudo com uma simples ajuda apenas para colocar as diversas guitarras, mais por respeito do que por necessidade real gerada por dificuldades reais, de um técnico fiel que o segue como uma sombra, e que sabe de cor cada movimento seu. Vê-los trabalhar de forma tão coordenada e em simbiose é quase comovente.


O concerto é um espetáculo bem calibrado, no qual há peças retiradas de discos de diferentes épocas. Os grandes clássicos, nomeadamente “Fragile” e “The Yes Album”, estão presentes com duas peças cada. Em particular o encerramento, confiado a "Roundabout" (de "Fragile") e "Starship Trooper" (de "The Yes Album"), que arranca aplausos de um público composto, nunca exagerado - exceto por alguns ultras do estádio assobiando como se não houvesse amanhã, ensurdecendo os que estavam na frente. Na sala havia um público preparado, culto e atento, formado por amantes e admiradores da banda, que concordaram, quase com rigor, em não usar muito o celular, conforme solicitado no início do show. 


O resto do concerto, como dissemos, é uma bela perfeição, construída e encenada por uma banda composta por membros que, em diversas funções, e em várias épocas, passaram a fazer parte do grupo, abraçaram plenamente a sua filosofia e sonoridade. mundo. A primeira parte do show é mais melódica, com tendências marcantes para o Prog Rock, com algumas concessões às baladas, gênero que leva Howe a exibir também as guitarras espanholas. 
Quando ele afina aquele violão e toca todas as cordas juntas, você inevitavelmente ouve o toque que caracterizou a parte central de “Innuendo” do Queen. “Going for the One” e “I’ve Seen All Good People” são pura diversão tanto para o ouvinte quanto para o guitarrista, que não só executa a tarefa com perfeição, como a enriquece com uma presença de palco que você não espera. um homem que aparece, quando sobe no palco, muito precário. Depois do cover de "America" ​​de Simon & Garfunkel, espaço para o Raw Prog, completo com uma suíte que determina o momento mais intenso daquele show. 


Nesse momento estamos todos com as mãos no ar, porque não podemos ficar parados diante de tantos sons que, executados todos juntos, enchem o Geox de Pádua. Percebemos que esta música hoje não só está fora do tempo, mas talvez sempre tenha estado, e é por isso que, apesar de alguns anos de sucesso mainstream, sempre permaneceu uma experiência musical limitada a fãs atentos. O encerramento, como já foi referido, está confiado a dois grandes clássicos, mas também a uma unidade de intenções maior do que aquela que caracterizou toda a actuação da noite. Será o valor intrínseco das duas músicas, ou será a consciência de que o show está chegando ao fim, mas o público está completamente conquistado e solta as rédeas. Sem exceder, ele acende, levanta-se e a centelha do Prog brilha novamente"


CONCLUSÕES
E aqui termino, fazendo algumas reflexões. Tenho certeza que Albe e todos aqueles que assistiram ao concerto terão sentido emoções lindas e fortes. Pessoalmente, sinto muito carinho por esta gloriosa banda para me permitir críticas pesadas. Porém, estamos inegavelmente perante uma “banda cover” do mais alto nível (e não é um caso isolado) que acompanha o único sobrevivente da banda histórica, o guitarrista Steve Howe, ainda dotado de uma técnica monstruosa. Com a saída de Jon Anderson, Bill Bruford e Rick Wakeman, com a saída de Chris Squire e Alan White, o que resta desta bandeira do rock progressivo inglês hoje? Queremos falar de Jon Davison, ex Glass Hammer, o último vocalista com voz praticamente idêntica à do outro Jon mais famoso? Faz sentido recriar a marca “YES” e o som dos anos 70 com figuras completamente novas? De 1969 até hoje, a formação do Yes foi reestruturada diversas vezes, por mil motivos, mas hoje, em 2024, pergunto-me se ainda faz sentido continuar com estas “operações de nostalgia” ou confinar as boas memórias à vasta produção discográfica. . Acho que vou ouvir "Yessongs" novamente. A questão é esta: ainda precisamos do Sim? Claro, é bom ouvir “Starship Trooper” ao vivo novamente com o maravilhoso “Wurm” na fila, mas infelizmente não dá para parar o relógio. Isto também se aplica a inúmeras outras bandas (dos Stones em diante) com músicos com quase 80 anos. O debate está aberto. Se eu fui muito mau, diga-me nos comentários. Por último, mas não menos importante, gostaríamos de agradecer a Albe pela sua preciosa colaboração. Olhando rapidamente no tubo e na web, parece-me que não vi este concerto publicado na íntegra. Isso é bom. Mais uma estrela de mérito para a Estratosfera. Boa audição, queridos amigos.





Van Morrison - Astral Weeks (1968 UK)




Astral Weeks foi publicado pela companhia discográfica WB Records em novembro de 1968 e gravado no Century Sound Studios de Nueva York durante três sessões entre setembro e novembro de 1968. Exceto John Payne, Morrison nunca havia tocado anteriormente com os músicos de jazz contratados para a captura, e as sessões começaram sem ensaios no estúdio de partituras. Com uma mistura de gêneros entre folk, jazz, blues e música clássica, supõe uma mudança total de direção em relação ao pop de Blowin' Your Mind!, seu álbum anterior. Astral Weeks é um menu definido por biógrafos e críticos musicais como um ciclo de canções ou um álbum conceitual, com letras descritas como «impressionistas e hipnóticos». Desde seu lançamento, você não entrou em nenhuma lista de sucessos, foi considerado um dos melhores discos da história do rock e apareceu em inúmeras listas dos melhores álbuns de todos os tempos: Rolling Stone no local no porto 19 da lista dos 500 melhores álbuns de todos os tempos, e figura na segunda posição de a lista dos cien melhores álbuns según Mojo. O historiador musical Andrew Ford comparou sua sofistificação musical e seu escasso sucesso comercial com a música clássica: «Ni inmediata ni evanescente. Astral Weeks venderá tantas cópias neste ano como hizo em 1968 e como hizo em todos os anos intermediários».


No início de 1968, Van Morrison sofreu problemas legais com a Bang Records, sua primeira companhia discográfica, que o manteve afastado de qualquer atividade musical, devido à repentina morte de Bert Berns, fundador do vendedor, por um infarto em 30 de dezembro de 1967. Antes de sua morte, Berns e Morrison experimentaram algumas vezes. Dificuldades criativas: o produtor pressionou Morrison para que ele orientasse sua carreira musical para um som mais pop, enquanto o músico desejava explorar novos terrenos musicais. Ellen Berns, viúva do empresário, até mesmo responsável por Morrison pela morte de seu marido e quando herdou a propriedade da Bang Records, não foi expulsa do estúdio, mas também foi contratada para tocar em clubes de Nova York por temor a represálias. Ilene descobriu que seu marido cometeu erros na hora em que apresentou toda a documentação para manter Morrison como cidadão britânico em Nova York, por ter aprovado a situação para entrar em contato com o Serviço de Imigração e Naturalização estadounidense e tentar deportá-lo. Depois de contrair casamento, o casal foi transferido para Cambridge (Massachusetts), onde pôde tocar em clubes sem medo de represálias. Morrison começou a tocar com um pequeno grupo cantando clássicos de blues, temas de Blowin' Your Mind! e canções de Them, mas ao marchar alguns membros do grupo e cair solo com o bajista Tom Keilbania, decidiram tentar um som mais acústico, e ambos começaram a tocar em clubes da área de Boston como dupla, com Morrison à guitarra acústica e Kielbania al contrabajo.​ O som acústico proporcionou «uma grande improvisação vocal e uma sensação mais livre e folk», nas palavras de Erik Hage. Pouco depois, Kielbania convidou o flautista de jazz John Payne para o clube onde tocou com Morrison, integrando-se ao grupo. O trio (Payne, Kielbania e Morrison) continuou oferecendo concertos durante quatro meses, enquanto Morrison começou a desenvolver os primeiros esboços de Astral Weeks.​ 


Durante a época, a empresa Warner Bros. Records começou a se interessar por Morrison com a esperança de firmar um contrato. Neste momento, a Warner Bros. teve um acordo com a Inherit Productions, comandada pelo representante Bob Schwaid e pelo produtor Lewis Merenstein.​ O segundo recebeu uma chamada da Warner Bros. outro ou novos produtores tinham ido ouvir Morrison pensando que iriam ouvir "Brown Eyed Girl", mas era outra persona con la misma voz». Merenstein ouviu Morrison pela primeira vez no Ace Recording Studio e gravou que, ao tocar a canção «Astral Weeks», «comencé a llorar. Simplesmente vibrou em minha alma, e você sabia que queria trabalhar com esse som”. Enquanto Merenstein conhecia Morrison, Schwaid começou a trabalhar para resolver problemas legais com a Bang Records. Algum tempo antes da Bang Records, Schwaid se libertou de suas obrigações contratuais sob diversas condições. Em primeiro lugar, Morrison deveria escrever e apresentar Web IV Music, o editorial musical de Berns, três composições novas ao longo do mês durante o curso de um ano. O músico cumpriu a obrigação de gravar 36 músicas «sem sentido» em uma única sessão. ano a partir de 12 de setembro de 1968.​ Sin embargo, essa demanda não foi transmitido desde que a Warner Bros. não publicou nenhum sencilho promocional de Astral Weeks. No terceiro e último lugar, Morrison tuvo que incluiu as novas composições abaixo do controle de Web IV em seu próximo álbum, o qual cumpliou com «Madame George» e «Beside You». 1968 foi o mesmo ano que viu diferentes maravilhas como The Beatles ("White Album"), Odessey And Oracle, Beggars Banquet, In-A-Gadda-Da-Vida, The Hurdy Gurdy Man, Electric Ladyland, A Saucerful Of Secrets ou o primeiro álbum de The Doors. No entanto, esta peça fundamental da música foi subestimada durante décadas e, ao dizer de todos, talvez não existisse. Morrison se interpôs de maneira semelhante durante a escrita e gravação de seu álbum, mas de alguma forma as estrelas se alinharam e após três sessões de longas sessões de Tomás nasceu em Astral Weeks.



Cara A: In the Beggining
1. «Astral Weeks»-7:00
2. «Beside You»-5:10
3. «Sweet Thing»-4:10
4. «Cyprus Avenue»-6:50

Cara B: Afterwards
5. «The Way Young Lovers Do»-3:10
6. «Madame George»-9:25
7. «Ballerina»-7:00
8. «Slim Slow Slider»-3:20

Bonus Remastered 2015
9. «Beside You (Take 1)»-5:57
10. «Madame George (Take 4)»-8:24
11. «Ballerina (Long Version)»-8:01
12. «Slim Slow Slider (Long Version)»-4:53

Van Morrison: voz e guitarra rítmica.
Jay Berliner: guitarra.
Richard Davis: contrabaixo.
Larry Fallon: clave (em «Avenida Chipre»).
Connie Kay: bateria.
Barry Kornfeld: guitarra (em «The Way Young Lovers Do»).
John Payne: flauta (em «Astral Weeks» e saxofón soprano (em «Slim Slow Slider»).
Warren Smith Jr.: percussão e vibração.



Destaque

Annie Lennox – A Christmas Cornucopia (2010)

Sabemos que é uma espécie de tradição rara que artistas de vários países e estilos musicais publiquem, em algum momento de suas carreiras, u...