segunda-feira, 31 de julho de 2023
KAIPA DA CAPO • Darskapens Monotoni • 2016 • Sweden [Symphonic Prog]
CAPTAIN BEYOND - The Completer - 1971-77
A formação clássica do Captain Beyond de 1971, contava com nomes de peso dos primórdios do progressivo tais como: Rod Evans, a voz principal do Deep Purple até o início de 1970; Lee Dorman e Rhino Reinhardt, baixo e guitarra respectivamente e o baterista/pianista Bobby Caldwell, todos recém saídos do Iron Butterfly após a gravação do álbum Metamorphosis.
Em seu primeiro disco, a banda destilava uma boa pegada de Heavy Prog, entoada por uma forte guitarra com pitadas marcantes de psicodelia. A gravadora que o lançou em 1972 fez uma fraca promoção, resultando em vendas desanimadoras e pouco reconhecimento por parte da crítica. Atualmente, se tornou um disco clássico, raro e muito cultuado pelos adeptos do Rock Progressivo.
No ano seguinte lançam o Sufficiently Breathless, disco mais comercial com elementos mais voltados para o progressivo e sem a presença de Caldwell na bateria. Tempos depois do lançamento, Rod Evans também deixa a banda que fica em hiato até 1976. Em 77 lançam o ótimo Dawn Explosion, com a formação clássica porém, sem a presença de Evans sendo este substituído por Willy Daffern.
Aqui encontramos uma seleção de quatro excelentes bootlegs, divididos em dois discos e gravados entre os anos de 1971 e 1977. São eles:
- Montreaux (debut concert) - 18/09/1971
(Disco I - Faixas 01 a 08)
- Miami - 19/08/1972
(Disco I - Faixas 09 a 18)
- New York - 17/07/1972
(Disco II - Faixas 01 a 08)
- Los Angeles - 25/06/1977
(Disco II - Faixas 09 a 13)
A qualidade do áudio oscila nas respectivas datas mas mesmo assim trata-se um belo e raro registro, altamente recomendado aos fãs do Captain Beyond e apreciadores desse tipo de gravação não-oficial.
TRACKS:
DISCO I:
18/09/1971 - Montreaux (debut concert)
01. I Can't Feel Nothin' (Part 1)
02. As The Moon Speaks (To The Waves Of The Sea)
03. Astral Lady
04. As The Moon Speaks (Return)
05. I Can't Feel Nothin' (Part 2)
06. Dancing Madly Backwards (On A Sea Of Air)
07. Armworth
08. Myopic Void
19/08/1972 - Miami, FL
09. I Can't Feel Nothin' (Part 1)
10. As The Moon Speaks (To The Waves Of The Sea)
11. Astral Lady
12. As The Moon Speaks (Return)
13. I Can't Feel Nothin' (Part 2)
14. Dancing Madly Backwards (On A Sea Of Air)
15. Armworth
16. Myopic Void
17. Thousand Days Of Yesteryear (Intro)
18. Frozen Over
Disco II
17/07/1972 - New York, NY
01. Dancing Madly Backwards (On A Sea Of Air)
02. Armworth
03. Myopic Void
04. Thousand Days Of Yesteredays (Intro)
05. Frozen Over
06. Unknown Song
07. Mesmerization Eclipse (Including Drum Solo)
08. Distant Sun
26/05/1977 - Los Angeles, CA
09. Dancing Madly Backwards (On A Sea Of Air)
10. Armworth
11. Myopic Void
12. Breath Of Fire (Part 1)
13. Breath Of Fire (Part 2)
KIN PING MEH - Concrete - 1976
Um bom exemplo disso foi o Baumstam , que segue mais ou menos a mesma linha dessas bandas já citadas e também pouco conhecida na época. Tocavam apenas em alguns festivais e depois foi esquecida pelo tempo.
Com o Kin Ping Meh, a história é bem diferente. A banda contava com as produções do famoso engenheiro de som Conny Plank em seus discos, Plank lançou grandes nomes do Krautrock onde obtiveram reconhecimento merecido por toda Europa nos anos 70. Alguns bons exemplos são: Neu!, Kraftwerk, Harmonia, Can, dentre outros. Também tocava muito bem guitarra e diversos tipos de teclados e sintetizadores e chegou a tocar em alguns discos do Guru Guru e Cluster.
Aqui encontramos a banda em perfeita harmonia e entrosamento entre seus membros. Guitarras pesadas se entrelaçam ao poderoso Hammond do excelente Chris Klober, um dos melhores tecladistas da cena alemã na minha opinião.
Esse é um dos poucos registros ao vivo em catálogo que posto por aqui por ser um dos melhores já feitos pelo KPM. Pra quem não conhece a banda, esse é um bom começo para se familiarizar pois nesse disco contém uma perfeita seleção com as melhores faixas. Faixas essas pertencentes aos quatro primeiros e essenciais álbuns lançados entre os anos de 1971 e 1974.
A título de curiosidade, o KPM regravou Come Together dos Beatles e lançou no disco de estúdio, intitulado por No.2 em 1972. A versão ao vivo contida no registro em questão pesa uma tonelada e é bem melhor do que o original lançado pelos Fab Four em 69. (Que atirem as pedras!)
O vinil Concrete foi lançado em edição dupla pelo selo independente inglês Nova Records em 1976. Já fim dos anos 90, o selo Second Battle o lançou o cd em versão single.
Em termos de progressivo alemão, esse é um de meus cincos discos favoritos lançados ao vivo nos anos 70 ao qual recomendo sem medo!
TRACKS:
1. Light Entertainment
2. Come Together
3. Too Many People
4. Me and I
5. I Want to Die A Millionaire
6. Night-Time Glider
7. East Winds
8. High Time Whiskey Flyer
9. Blue Horizon
10. Dancing in the Street
11. Don't Force Your Horse
12. Good Time Gracie
13. Rock Is the Way
MUSICA&SOM
URIAH HEEP - Byron´s Lost Poem - 1972
O culpado de toda essa minha convicção atende pelo nome de Ken Hensley que, na minha lista, figura entre os cinco maiores tecladistas de todos os tempos, onde estava sempre munido de um poderoso Hammond, acompanhado de belas harmonias de piano e suntuosos solos de Moog. Hensley também foi responsável pela autoria da grande maioria das composições da fase áurea da banda, além de contribuir com algumas passagens de guitarra e violão.
Nessa publicação, temos a formação 'clássica' do Uriah Heep que contava com a extrema energia do vocal do falecido David Byron, contagiante e muito marcante em todos os momentos, a pesada cozinha baixo e bateria conduzida, pelo também falecido Gary Thain e Lee Kerslake respectivamente, que sempre dão um show a parte seja em estúdio ou ao vivo. Sem contar com os fortes riffs de guitarra do mestre Mick Box mesclados ao poderoso arsenal de Ken Hensley.
Gravado em 03 de Maio de 1972 na cidade alemã de Münster, esse bootleg é constituído por faixas de discos altamente clássicos como Very 'Eavy...Very 'Umble, Salisbury, Look at Yourself, e o "recém lançado" Demons and Wizards, sendo este último um dos melhores e mais importantes álbuns produzidos por uma banda inglesa nos anos 70. Um interessante destaque vem da quinta faixa, que nada mais é que uma bela e pesada improvisação com duração aproximada de 22 minutos.
Tenho a obrigação de informar que trata-se de um BOOTLEG ou seja, um registro não-oficial e um tanto precário, feito por alguém da plateia com um gravador deveras amador.
Adianto que os colecionadores terão em mãos um raro registro ao vivo de uma das maiores bandas de todos os tempos!
TRACKS:
01. I Wanna Be Free
02. Easy Livin
03. July Morning
04. Tears In My Eyes
05. Improvisation
06. Bird Of Prey
07. Rainbow Demon
08. The Wizard
09. Look At Yourself
10. Lady In Black
11. Gipsy
Mike Quatro Jam Band – Paintings (1972/ Evolution)
Michael Quatro nasceu em sua terra natal, Michigan, em um matriarcado cheio de irmãs. Mas enquanto elas, Patti, Suzy e Nancy preferiam rock'n'roll/soul, ele optou pelo clássico. Onde adquiriu formação acadêmica e ingressou na Orquestra Sinfônica de Detroit, como proeminente pianista.
Por outro lado, suas irmãs travessas estragaram tudo com The Pleasure Seekers, depois Cradle. Então Patti entrará na valiosa Fanny. Assim como Suzy terá sucesso no emergente glam rock britânico de meados dos anos 70.
Em 1972 estreou-se a Mike Quatro Jam Band, em pleno êxtase progressivo teresiano. Mike envolve-se com os hulks do momento, como um pioneiro dos chamados "magos do teclado". Terry Mullen é o baterista. Vocal principal de John Finley. Pat e Nancy Quatro nos backing vocals. Imagino a conexão foda, já que eles foram a banda de abertura de Bob Seger e Ted Nugent. Assim, o Detroit Tiger intervém de forma surrealista ao longo deste álbum sympho-prog com denominação de origem.
Temos uma entrada hiper-prog com "Paintings" (8'00) e todo o seu arsenal a arder. O próprio Rick Wakeman admitiu que Mike Quatro o influenciou por suas "Seis Esposas". É dito. Certamente este corte tem aquela linha sinfônica barroca que logo estaria na moda. O clássico em mistura natural com rock de teclado de vanguarda. Essa foi a base de muitas outras descobertas posteriores. Mellotron imperator e Mini-Moogs como guarda pretoriano.
É assim que se serve “Time Spent in Dreams” (4'39), com romantismo europeu digno de Faithful Breath (nos seus primórdios), Novalis, SFF ou o próprio Vangelis.
As duas seguintes são compostas com sua irmã Suzy Quatro. E claro, algo muda. A alma negróide da Motown entra em ação em “Circus” (3'55), sem que os teclados percam destaque. O motor principal será a percussão diabólica e um estilo entre Sly and the Family Stone e Keith Emerson. "Cada dia eu quero mais você" (3'25) retorna ao lado romântico próximo ao prog italiano por seu tratamento vocal rasgado. John Finley brilha no microfone.
De regresso ao rock-soul com "Life" (3'22), numa vibe tipo Billy Preston / Buddy Miles. Enquanto um pacote de teclados ilumina a folia e um contido Nugent acompanha...... até que seu inconfundível feedback matador sobre os Amboy Dukes define sua assinatura.
Em "Rachmaninoff's Prelude" (6'45) imagino um animado Wakeman dizendo... "Isso, isso é o que eu quero fazer!". A pompa progressiva e o esplendor são aqui aquecidos em seu molho picante. Os fãs do ELP ficarão entusiasmados.
Mudança abrupta de direção para "Detroit City Blues" (3'00) com um piano Emersonian barrelhouse cheio de ragtime-boogie, e algumas intenções tímidas de Nugent. O final é grande com uma versão apocalíptica de "In the Court of the Crimson King" (5'26), agora cantada pelo próprio Mike. Mellotronic e majestoso como a ocasião exige. Um daqueles momentos bizarros da história do rock, com Ted Nugent envolvido entre a fiação modular Moog e os mellotronismos saturados de música clássica. Delirante. Sua guitarra adiciona efeitos psicodélicos que contribuem e preenchem uma crítica muito completa e respeitada. Com um acabamento fuzz do tio Ted.
Ambos "Look Deeply into the Mirror" (1973) e "In Collaboration with the Gods" (1975), continuaram nesta linha magnífica. Para "Dancers, Romancers, Dreamers & Schemers" (1976), Michael Quatro (agora com esse nome) vai se desviar para o Pomp rock, (com David Surkamp do Pavlov's Dog como convidado). Um excelente tecladista esquecido demais. Com uma série de álbuns verdadeiramente realizados que valem a pena a sua pesquisa. Ele lançou bases inegáveis para o desenvolvimento do synth-rock.
Leo Gandelman - Made In Rio [1993]
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