sexta-feira, 31 de maio de 2024

Luciano Simoncini – Storia & Politica (1971, LP, Italy)



Luciano Simoncini Pianista, compositor, arranjador e maestro italiano. Principalmente autor de trilhas sonoras e biblioteca musical, em sua carreira escreveu quase 2.000 músicas que costumavam saltar naturalmente de um gênero musical para outro, fazendo com que tudo parecesse fácil, quase como um jogo. Cavalheiro, irónico, preguiçoso, segundo o piano assegurava a sua exuberante simpatia e, como homem do sul de Itália, cheio de sangue e energia, a sua enorme riqueza interior, brilhante de cores, rica de sons.



Bonga – Angola 72 (LP 1972)

 





Bonga – Angola 72 (LP Morabeza Records – 6802 932 Y, 1972).
Género: Semba, Africano, Folk.

Angola 72“, disco lançado pelo cantor angolano Bonga em 1972, é um dos álbuns mais importantes da história musical angolana. Bonga retrata nesse LP a situação vivida em Angola, levando-o ao exilio. É o primeiro álbum do cantor angolano, onde o ritmo Semba é rei. A sua voz é impressionante pela sua profundidade e carácter. Por razões políticas, Bonga saiu de Portugal e foi para a Holanda. Foi aí que concebeu o seu primeiro LP, em 1972, intitulado "Angola 72", que aqui apresentamos. Após a independência de Angola, Bonga viveu algum tempo em Paris e Angola antes de estabelecer a sua residência principal em Lisboa. Foi então um cantor de sucesso tanto para imigrantes das ex-colónias portuguesas, bem como para portugueses de origem europeia ou africana. Devido à sua história pessoal, a sua música e letras frequentemente expressam o exílio. Todas as letras do disco são, salvo melhor opinião, em quimbundo, a língua bantu mais prevalente em Angola. Este foi um disco tão polémico que Bonga teve de esconder a sua identidade quando o disco foi lançado, acabando por se exilar.


José Adelino Barceló de Carvalho, conhecido artisticamente como Bonga ou Bonga Kuenda (nascido em Kipiri/Bengo, Angola, 5 de Setembro de 1942), é um cantor, compositor, músico e letrista angolano.
O folclore dos musseques (bairros pobres) cedo fascinou o pequeno Bonga e, por isso, começou a frequentar e a participar nas turmas dos bairros típicos de Angola, onde iniciou a sua actividade musical. Foi no bairro do Marçal que fundou o grupo "Kissueia". Barceló resolveu criar o seu próprio estilo musical, afirmando a especificidade da cultura angolana, numa época muito conturbada. Bonga é produto de uma geração aguerrida e marginalizada que resiste à aculturação da sociedade marginal através do respeito pela música tradicional de Angola. Alguns dos seus maiores êxitos são, “Mariquinha”, “Sodade” ou “Mulemba Xangola”, entre muitos outros.
Bonga recebeu no dia 10 de dezembro de 2014 o título de Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras durante uma cerimónia na Residência da França em Angola. Aí, foi distinguido pelo embaixador Jean-Claude Moyret.


Faixas/Tracklist:

A1 - Uengi Diá Ngolá (Bonga)
A2 – Balumukeno (Bonga)
A3 - Ku Tando (Bonga)
A4 - Mona Ki Ngi Xiça (Bonga)
A5 - Kilumba Diá Ngolá (Bonga)
B1 – Muadiakime (Bonga, Landa)
B2 - Luanda Nbolo (Bonga)
B3 - Mu Nhango (Tradicional)
B4 - Paxi Ni Ngongo (Tradicional)
B5 - Muimbo Uá Sabalu (Di Kamba)

Músicos/Musicians:

Voz, Congas [Tumba], Idiofone [Dikanza] – Bonga (Barceló de Carvalho)
Guitarra Solo e Guitarra Baixo - H. Bettencourt
Mbira [Kissange], Guitarra – M. Rui



Duo Ouro Negro – O Melhor do Duo Ouro Negro (LP 1974 / Portugal)

 




Duo Ouro Negro – O Melhor do Duo Ouro Negro (LP EMI – 11C 068 40487, 1974 / Portugal).
Género: Folk, Pop/Rock, Compilação.


 O Melhor do Duo Ouro Negro” é uma excelente compilação que reúne 14 sucessos do Duo Ouro Negro, lançados entre 1959 e 1973. O Duo Ouro Negro, foi um grupo surgido em Angola, em 1956, formado por Raúl Indipwo e Milo MacMahon. A carreira começou a ter grande sucesso quando se mudaram para Portugal e gravaram os seus primeiros discos em 1959, contando com a colaboração do brasileiro Sivuca e seu conjunto. A partir dessa altura, passaram a gravar com mais regularidade e lançaram muitos discos (LPs e 45 rpm), inicialmente sobre o folclore angolano, mas, posteriormente, diversos estilos musicais incluindo o pop/rock. O grupo terminou com a morte de Milo MacMahon em 4 de abril de 1985. O Duo Ouro Negro foi um dos mais expressivos grupos de Angola e Portugal. Esta compilação faz, certamente, uma síntese dos melhores momentos da dupla. Mais informação sobre este excelente grupo, já se encontra inserida neste blog.


Faixas/Tracklist:

A1 - Maria Rita (R. Aires Peres) (1969)
A2 - Au Revoir Silvye (R. Aires Peres) (1966)
A3 - Kurikutela (Trad., arr. por Duo Ouro Negro) (1960)
A4 - Vou Indo Por Aí (Raúl Indipwo) (1973)
A5 - Menino de Braçanã (Arnaldo Passos, Luís Vieira) (1966)
A6 - Trem das Onze (Adoniran Barbosa) (1967)
A7 – Nostalgia (Jerónimo Bragança, Luís Joaquim Gomes) (1961)
B1 - Iliza (Gomara Saiá) (Trad., Raul Aires Peres) (1967)
B2 - Valsa do Vaqueiro (Bob Nelson) (1967)
B3 – Muxima (Popular) (1959)
B4 - Minha Mulata (Raul Indipwo) (1968)
B5 – Garota (José Mário, Raul Indipwo) (1961)
B6 - Cavaleiro Solitário (Monterey) (1964)
B7 - Serenata do Adeus (Jerónimo Bragança, Luís Joaquim Gomes) (1960)




HIGH TIDE - SEA SHANTIES

 




Imagine-se sendo tratado pelo dentista local, enquanto é forçado a ouvir Jimi Hendrix, Family, The Doors e Hawkwind - tudo ao mesmo tempo. Se puder, você terá uma ideia da música tocada por High Tide em seu álbum de estreia Sea Shanties.

O peso do Blue Cheer com um brilho de poder de flor e uma pitada de paganismo ao estilo Amon Duul II. "Death Warmed Up" é o destaque alucinante e - graças à capa - de fato soa como um navio do Velho Mundo tentando heroicamente permanecer flutuando em meio a uma abundância de redemoinhos movidos por violinos.

A estreia de High Tide que é considerada por muitos como um clássico do rock gótico ou melhor, é considerada como: “uma mistura de danças macabras lideradas por um violino que ligava acid rock e hard rock” ; Portanto aqui temos uma manifestação progressiva densa e sombria que é adornada por guitarras "pesadas" e violinos elétricos que de uma forma ou de outra dão ao som da banda um tom Acid Folk que ilumina um caminho em direção à manifestação mais empírica do folk progressivo de natureza HEAVY. , então Sea Shanties mostra-se cheio de força, escuridão, peso e elegância. A sua actuação está ao nível dos grandes da época e consegue produzir o efeito desejado pelo que podemos constatar: mudanças de tempo, passagens híbridas entre hard prog e folk prog - embora isto não assuma uma identidade totalmente folk, mas sim o violino tocar dá um certo sabor – atmosferas sombrias, atmosferas ácidas e arranjos progressivos. High Tide sem dúvida demonstra algo novo por ter um violino em suas fileiras (ele foi um dos primeiros a usar o violino como instrumento de rock); Os duelos guitarra-violino produzem um efeito muito especial então esta se torna uma experiência gratificante, pois aqui temos um som inovador, um Hard Prog com violinos que fazem – como já disse – um híbrido perfeito entre Hard Prog e Folk Prog Resumindo. , um álbum com selo especial que trará mais de uma surpresa em suas melodias.

As minhas impressões são boas, embora deva confessar que na altura (era muito jovem) não lhe dei a importância que merecia e não valorizei o que este trabalho representava, agora com mais anos atrás as minhas impressões mudaram e Sea Shanties é projetado como uma obra à frente de seu tempo e uma ponta de lança para as gerações futuras porque sua performance e sua enorme “maquinação” são néctar para as posições mais acirradas dentro do Prog Metal mais obscuro. Entre seus movimentos, a banda concebeu um álbum muito elaborado e posso dizer até místico. Sua apresentação com as progressões e suas posturas folkie ficam em um mar de revelações. Cada peça do álbum é pura epifania e embora tenha um som amador, é encoberta por um manto de misticismo;  Tem tantos elementos a seu favor que se destaca como uma autêntica manifestação do mais puro CULTO. Na minha opinião o trabalho é temperado sob a túnica da graça metálica e dentro do que o álbum representa tem uma marca peculiar e única. É gótico e parcialmente subliminar, estilizado e pesado, com uma postura voltada para o terreno proto-metal, e porque não dizer que é mais um desses elos para a formação do Doom. Obra coberta por uma auréola misteriosa, uma raridade absoluta imperecível no tempo que penetra profundamente na alma, canções como Walking Down Their Outlook ou DeathWarmed Up são a prova daquela dimensão voraz que a banda teve para criar emblemas imortais, ecos que continuam a reverberar em nossos dias. Até nos vermos novamente.

Minidados:
*A capa foi desenhada por Paul Whitehead.

*Fundada em 1969 - Separou-se em 1970 - Brevemente reformada em 1986, e novamente com uma nova formação entre 1989 e 1990

*Denny Gerrard (da Warm Sounds) produziu Sea Shanties em troca de High Tide atuando como banda de apoio em seu álbum solo Sinister Morning. As sessões de gravação dos dois álbuns se sobrepuseram: Sinister Morning terminou no final de junho de 1969, e Sea Shanties começou no dia 2 daquele mês.

*A formação original era um quarteto composto por um excelente guitarrista cantor, um violinista que às vezes tocava KB e uma boa seção rítmica. Após o lançamento do segundo álbum, o baterista saiu por motivos de saúde, e o HIGH TIDE não lançou outro álbum por cerca de 18 anos, embora aparentemente ainda gravassem com bastante regularidade com uma formação permanente instável com Tomlin, Theaker, House e Pavli. indo e vindo. quase à vontade, sendo o único pilar Tony Hill. Começando em 88, eles lançaram sete álbuns em um período de três anos, assuntos muito confusos com pistas de todos aqueles anos perdidos aparecendo em álbuns diferentes e sem datas de gravação claras. Eles aparentemente tocaram juntos até 1990, e seu último lançamento é outro mix de faixas de todas as épocas lançadas pelo selo Black Widow em 98, mas com as datas de gravação finalmente mencionadas claramente.

01. Futilist's Lament
02. Death Warmed Up
03. Pushed, But Not Forgotten
04. Walking Down Their Outlook
05. Missing Out
06. Nowhere




Kaoll - Ten Years Barbecue [2018]

 






Mais de uma década de atividade! É a marca que o Kaoll atinge em 2018, nesta inusitada jornada musical: desde os primeiros experimentos de Bruno Moscatiello em “Kaoll 04”; a produtiva parceria com o mestre Lanny Gordin, frutificando com a gravação de “Auto-Hipnose”; a conquista de “Odd”, álbum coroado com a presença de Mr. Billy Cox, e importantes músicos da cena roqueira nacional; as mais de 350 apresentações em 17 estados brasileiros, e a turnê Européia no verão de 2014; até seu último trabalho “Sob os Olhos de Eva”, produzido em parceria com o escritor e filósofo Renato Shimmi. Tudo isso pode ser degustado em “Ten Years Barbecue”, coletânea que reapresenta grandes tocatas de seus 4 álbuns de estúdio, além de faixas ao vivo. O encarte virtual disponibilizado pela banda, traz uma retrospectiva dos 10 anos de atividade incluindo fotos históricas e uma seleção especial de flyers ilustrados pelo estúdio Sopa Art Br, contextualizando a saga da banda que vem contribuindo para a consolidação da cena instrumental no país.







Nau - O Álbum Perdido do Nau [2018]





Banda que revelou em 1987 a cantora, compositora e ativista paulistana Vange Leonel (1963 – 2014), morta há quatro anos, a Nau tem lançado um disco gravado em 1988 que ficara perdido há 30 anos.

Para entender a perda, é preciso voltar nos anos 1980. Com a abertura do mercado fonográfico brasileiro para o rock, a partir do estouro da banda carioca Blitz em 1982, era comum grupos recém-surgidos serem contratados por gravadoras multinacionais como apostas dos executivos.

Foi nessa onda que a banda de rock Nau ancorou na gravadora CBS em 1986, um ano após ter sido formada em 1985 na cidade de São Paulo (SP) por Vange Leonel (voz), Zique (guitarra), Beto Birger (baixo) e Mauro Sanchez (bateria).

Em 1987, na sequência da edição das gravações das músicas Madame Oráculo e Sofro na coletânea Não São Paulo II (gravada em 1986, mas lançada em 1987 pelo selo indie Baratos Afins), a banda lançou com toda a pompa e circunstância da CBS o primeiro álbum, Nau, gravado com o toque heavy da guitarra de Zique, a levada funky do baixo de Beto Birger, a voz singular de Vange Leonel e alguma dose de psicodelia.

Só que, embora produzido por Luiz Carlos Maluly (que dera forma aos discos do então massivo RPM) e incensado por boa parte da crítica, o álbum Nau naufragou.

Em 1988, a banda Nau – com Kuki Stolarski no posto de baterista que era de Mauro Sanchez no primeiro álbum – entrou em estúdio para gravar a demo do que seria o segundo álbum do quarteto.

Com músicas letradas sobretudo pela jornalista Cilmara Beldaque, como Blues da felicidade e Cinco sentidos, o disco chegou a ser concluído no paulistano Big Bang Studio, mas a CBS não gostou do que ouviu e, com base no pífio resultado comercial do álbum de 1987, decidiu rescindir o contrato da Nau, precipitando o fim da banda em 1989.

Vange Leonel saiu nos anos 1990 em carreira solo inicialmente bem-sucedida por conta do êxito da música Noite preta (Vange Leonel e Cilmara Beldaque), hit do álbum Vange (1991).

A história teria terminado em 14 de julho de 2014, com a morte da cantora, se Cilmara – viúva de Vange – não tivesse encontrado em 2017 na casa da artista, dentro de caixa, o registro do disco gravado e perdido em 1988.

"A fita estava toda melada e eu não sabia se conseguiria recuperá-la. Levei então para o Carlinhos Freitas, do (estúdio) Classic Master, que havia trabalhado no primeiro álbum da banda. Ele conseguiu limpar, digitalizar e masterizar a fita para que esse disco chegasse ao público", conta Cilmara.

Com capa criada pelo baixista Beto Birger com montagem com fotos, credenciais e ingressos para shows da banda, O álbum perdido do Nau– como foi intitulado – está sendo lançado neste mês de novembro de 2018 somente em edição digital, pela gravadora Deck, 30 anos após ter sido gravado.

Com músicas como Pequenos erros e Lobo mau, gravadas com o peso da banda, O álbum perdido do Nau dá continuidade a uma história que talvez poderia ter sido outra se o disco não tivesse sido desprezado pelo mercado fonográfico da época, embora o repertório ressurja após 30 anos sem potencial pop.


1. Pequenos Erros
2. Lobo Mau
3. Viagem Ao Fundo Do Mar
4. Cinco Sentidos
5. Nas Dobras Do Universo
6. Amor Em Tempo De Guerra
7. Me Pega
8. Blues Da Felicidade
9.Mistérios
10. Séculos & Séculos
11. O Caminho
12. Tua Fúria






N.T Atomic System – N.T. Atomic System (1973)

 

Não há melhor maneira de entrar plenamente em “ISSO” do que com uma obra italiana, e sua “ARTE” tem um charme e tanto, mesmo suas pequenas obras são ótimas experiências sonoras que deixam alguém fascinado por tanta parafernália orquestral e sentimentalismo, NT Atomic Sistem é um claro exemplo do referido por apresentar uma performance ENORME, a banda consegue aqui captar uma opulência bárbara: “Elegância envolta numa folha sonora que nos seduz em abundância”.



Uma música de altura, sofisticação e delicadeza é o que pude sentir neste álbum, seu conceito já tem uma forma definida e aqui cabe bem o "título" de ROCK SINFONICO, pois sinto que esta peça carrega muito dessa vaidade, Os italianos sabiam mover-se muito bem por aqueles rios turbulentos e progressistas e isso, meus amigos, pode ser sentido muito bem, embora deva confessar que não é uma obra tipicamente italiana, a sua actuação inspira-se muito na influência britânica (Sim, King Crimson, Jethro Tull), e para o meu gosto esse detalhe consegue tirar um certo peso do álbum, mas TENHA CUIDADO isso não significa que a percepção da obra mude porque no final sua natureza permanece intacta, a única coisa que varia aqui é que "o sabor" é tão diluído que às vezes se dilui dentro da performance, tirando aquele restolho de identidade nacional, álbuns como Alpha Taurus ou o homônimo do Banco Del Mutuo Soccorso são claramente trabalhos mais PUROS nessas questões de performance, mas bem, minhas opiniões não devem importar muito quando se trata de provar esta jóia.

Voltando ao assunto em questão, devo dizer que ouvir novamente este álbum foi uma experiência muito agradável, não tinha memórias muito vivas dele, mas agora que voltei ao equipamento antigo e sentei-me para ouvi-lo com todo o tempo do mundo I Pareceu um álbum muito bem "construído", cheio de mudanças de tempo, arranjos agudos, passagens orquestrais, sintetizadores, bombásticos e explosões efusivas daquela vaidade progressiva. Como já referi, tem uma performance enorme e aqui cabe bem o “título” de ROCK SINFONICO.” Sem dúvida foi uma viagem bastante agradável, embora às vezes um pouco agitada, devo admitir que houve algumas músicas que foram difíceis para mim (destaque para a faixa Butterfly), mas no final das contas é uma álbum que atende ao objetivo, com isso quero dizer que pode ser bem ouvido, não satura e consegue ser “divertido”. E embora muitos descrevam este trabalho como superestimado, para mim é merecido, de PESO, talvez não tão redondo ou um dos mais reconhecidos como Ys, Io Sono Nato Libero e/ou Per Un Amico. De minha parte, não vejo isso como superestimado, mas sim exagerado ou sobrecarregado de parafernália progressiva, o que não é ruim, mas às vezes tanto "maroma" é pesado, e o produto parece muito "artificial". Na minha opinião, um desperdício menos progressivo teria sido mais adequado para ele. Mas repito “foi uma experiência muito agradável”.

NT Atomic System é um álbum bastante tradicional dentro de linhas progressivas, e um trabalho ambicioso não importa como você olhe para ele, talvez seja menos reconhecido que o lendário Concerto Grosso Per I ou o “Heavy” UT, MAS em última análise, outra dessas joias progressivas que sobreviveram ao tempo e se tornaram CULT



No final de 1972, após a saída do UT, os New Trolls se separaram, sendo o motivo “o próximo passo em frente para a banda”. Vittorio De Scalzi queria apostar no tradicional progressivo italiano, enquanto Nico de Palo queria que a banda se endurecesse e assumisse uma postura mais Hard Rock, esse choque de visões resultou na divisão dos New Trolls, por um lado aparece o NT Atomic System, banda de Vittorio de Scalzi que opta pelo progressivo clássico, e do outro aparece Ibis, banda de Nico de Palo, que se inclina para um som mais apurado.

O álbum nasceu em um momento de mudança, após a chegada de um novo projeto em que ainda se sentia o eco de Los New Trolls, este trabalho nasceu à sombra do que foi THE MITICA BANDA, Vittorio De Scalzi nunca teve o intenção de chamar a banda de NT Atomic System, sempre considerei um erro chamá-la assim, mas por questões de gravadora e direitos autorais, ela foi lançada com esse nome, algo parecido aconteceu com o primeiro lançamento do Ibis, que saiu sob o nome dos 4 integrantes e um grande ponto de interrogação na capa, em 1974 Ibis assumiu o nome, e em 1975 surgiu novamente New Trolls, a banda seria formada por: Vittorio de SCALZI (guitarra, voz), Nico di PALO (guitarra, voz), Ricky BELLONI (guitarra, voz), Frank LAUGELLI (baixo) e Gianni BELLENO (bateria, voz).

Os New Troll foram escolhidos como banda de abertura dos Rolling Stones, nas datas de sua turnê na Itália. Pouco depois, lançariam seu single de estreia, "Sensazioni" (1967).



Temas
A1 La Nuova Predica Di Padre O'Brien 6:40
A2 Ho Visto Poi 7:28
A3 Tornare A Credere 8:30
B1 Ibernazione 5:45
B2 Quando L'Erba Vestiva La Terra 7:15
B3 Butterfly

Destaque

Burt Bacharach & Elvis Costello - "Painted From Memory" (1998)

  “Burt é um gênio. Ele é um compositor de verdade, no sentido tradicional da palavra; em sua música você pode ouvir a linguagem musical, a ...