Papel Principal
Adelaide Ferreira
(letra)
A noite acabou
O jogo acabou
Para mim aqui
Quando acordar
Já te esqueci
O filme acabou
O drama acabou
Acabou-se a dor
Tu sempre foste
Um mau actor
Fizeste de herói
No papel principal
Mas representaste e mentiste tão mal
Quem perdeu
Foste tu só tu e nunca eu
Afinal, hoje o papel principal é meu e só meu
Quem perdeu
Foste tu só tu e nunca eu
Afinal, hoje o papel principal é meu
O filme acabou
O drama acabou
Acabou-se a dor
Tu sempre foste
Um mau actor
Fizeste de herói
No papel principal
Mas representaste e mentiste tão mal
Quem perdeu
Foste tu só tu e nunca eu
Afinal, hoje o papel principal é meu e só meu
Quem perdeu
Foste tu só tu e nunca eu
Afinal, hoje o papel principal é meu
Quem perdeu
Foste tu só tu e nunca eu
Afinal, hoje o papel principal é meu e só meu
E quem perdeu
Foste tu só tu e nunca eu
Afinal, hoje o papel principal é meu
(António José Correia De Brito)
A noite passada
A noite passada acordei com o teu beijo
Descias o Douro e eu fui esperar-te ao
Tejo
Vinhas numa barca que não vi passar
Corri pela margem até à beira do mar
Até que te vi num castelo de areia
Cantavas: “Sou gaivota e fui sereia”
Ri-me de ti: “Então porque não voas?”
E então tu olhaste
Depois sorriste
Abriste a janela e voaste
A noite passada fui passear no mar
A viola irmã cuidou de me arrastar
Chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
Olhei para baixo dormias lá no fundo
Faltou-me o pé senti que me afundava
Por entre as algas teu cabelo boiava
A lua cheia escureceu nas águas
E então falámos
E então dissemos
Aqui vivemos muitos anos
A noite passada um paredão ruiu
Pela fresta aberta o meu peito fugiu
Estavas do outro lado a tricotar janelas
Vias-me em segredo ao debruçar-te nelas
Cheguei-me a ti disse baixinho: “Olá!”
Toquei-te no ombro e a marca ficou lá
O sol inteiro caiu entre os montes
E então olhaste
Depois sorriste
Disseste: “Aínda bem que voltaste!”
(Sérgio de Barros Godinho)
Pedro Abrunhosa
Eu Não Sei Quem Te Perdeu
Quando veio, mostrou-me as mãos vazias
As mãos como os meus dias
Tão leves e banais
E pediu-me que lhe levasse o medo
Eu disse-lhe um segredo
Não partas nunca mais
E dançou
Rodou no chão molhado
Num beijo apertado
De barco contra o cais
E uma asa voa
A cada beijo teu
Esta noite
Sou dono do céu
E eu não sei quem te perdeu
Abraçou-me
Como se abraça o tempo
A vida num momento
Em gestos nunca iguais
E parou
Cantou contra o meu peito
Num beijo imperfeito
Roubado nos umbrais
E partiu
Sem me dizer o nome
Levando-me o perfume
De tantas noites mais
E uma asa voa
A cada beijo teu
Esta noite
Sou dono do céu
E eu não sei quem te perdeu
E uma asa voa
A cada beijo teu
Esta noite
Sou dono do céu
E eu não sei quem te perdeu
E eu não sei quem te perdeu
(Pedro Machado Abrunhosa / João António Ferreira Cavadas Costa)
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