sábado, 13 de agosto de 2022

POEMAS CANTADOS POR RUI VELOSO

Rui Veloso

Querida Jezebel

Rui Veloso

 

Tu és marioneta presa a um cordel

Artista completa cumprindo um papel

Em guião escrito a tinta cruel

Inferno bendito querida Jezebel


Tu és a conta certa divisão e soma

Meretriz e santa dentro da redoma

Dessas cujo olhar rasga e paralisa

E a poesia canta estuda e analisa


Ai de quem te chega

Chora sangra e cega

Com a naifa do desdém

Parece que ajustas

Contas com alguém

Querida Jezebel


Eu fui o eleito só para te dizer

É muito mal feito o que andas a fazer

Colher corações com o mínimo esforço

E pisá-los no chão sem sombra de remorso


Questão de confiança

Rui Veloso


Quanto vale o teu sorriso

Teu siso

Juízo da vida

Essa coisa escondida

Que me faz viajar


Quanto vale o teu consolo

Teu colo

Descolo prà lua

Essa coisa só tua

Para me azucrinar


Quanto vale a tua voz

Todos nós

Somos sós de paixão

Até ver o clarão

O mistério do dia


Quanto vale o teu afecto

Directo

Alfabeto do ser

E depois sem querer

Ter o dom da alegria


Dá-me luta, dá-me alento

Qualquer coisa pra lembrar


Dá-me o braço, o antebraço

E se eu puder abusar

Desse teu olhar fatal

Dá-me a honra desta dança

Põe-me tonto

Estou em ponto

Quase pronto, por sinal

Porque sabes, afinal

Sou de confiança


Quanto vale a visita

Bonita

Interdita de azar

E tornar a voltar

Só por satisfação


Quanto vale o teu sorriso

Teu siso

Preciso de ver

Acho que vai valer

Todo o meu coração


Recado A Rosana Arquete

Rui Veloso


Quando forem ao cinema

Não se esqueçam de reparar

No andar da rosana arquete

Vejam bem quem faz lembrar


Vejam como ela se esforça

Por imitar o meu amor

Vejam como não disfarça

Nem o mínimo pudor


Vou acusar-te de plágio

Vou-te meter um processo

O andar do meu amor paga direitos de autor


O meu amor quando anda

Reflecte a luz duma estrela

É o estilo que a comanda

Cada passo tem chancela


Por muito que ela cultive

Essas poses e esses ares

É visível não lhe chega

Nem sequer aos calcanhares


(refrão)


Quando ouvires a claquete

Não esqueças rosana arquete

Cada passo no plateau

Foi o meu amor que inventou


É bom que pares o embuste

Senão a coisa acaba mal

Por muito que isso me custe

Vemo-nos em tribunal


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