Se o Valter Lobo é um dos segredos mais bem guardados da música portuguesa, o seu terceiro disco, Primeira Parte de Um Assalto é a prova que, mesmo quando escondida, a boa música vem à tona.
Depois de Inverno, em 2012, e volvidos quase 7 anos de Mediterrâneo, Primeira Parte de Um Assalto é a afirmação do músico como um dos mais brilhantes cantautores portugueses.
O disco, gravado na Casa do Vento, em Torres Vedras, num moinho centenário transformado em estúdio de gravação, tem a participação de Jorge Moura e Luís Nunes, mais conhecido por Benjamim, que participa ao piano na canção “Para T”. Produzido e gravado por Pedro Sousa Moreira, com a mistura de Nelson Carvalho e masterização de Mário Barreiros.
As canções deste álbum são mais que “uma banda sonora de um encontro de melancólicos”. E não será uma inverdade dizer que as canções têm, na sua maioria, um “semblante” triste e pesaroso, num ambiente musical taciturno a que o Valter Lobo já nos habituou, no entanto acredito que este disco é o mais optimista de toda a sua discografia.
Muitas das canções transmitem mensagens de esperança, como por exemplo, “O que o sol guardou”, a primeira canção do álbum, e a minha favorita. O início faz lembrar uma canção da Britpop, mas que se mostra mais do que uma simples melodia com tais parecenças, pode-se dizer que passa uma mensagem épica. “Brilha na vida” está também no meu top 3 de canções deste disco, uma espécie de testamento em jeito de carta de advertências para aqueles que amamos não se esqueçam do que realmente importa. A medalha de bronze neste meu pódio é “Uma melodia”, a canção mais dançável do álbum e talvez de todas as suas canções.
Nem sempre os artistas mais populares, se pensarmos na definição da palavra como a “exposição mediática”, são os que têm uma maior aceitação pelo público. O Valter tem alguns dos fãs mais dedicados. Isso ficou em visível no concerto de apresentação do disco, no Teatro da Trindade, em Lisboa, onde as quase 500 pessoas presentes cantaram todas canções em uníssono, incluindo as deste novo álbum. Se isso não é amor pelo artista, não sei o que será.
Este mês conta uma digressão internacional, onde o Valter Lobo terá algumas datas no Brasil e na Argentina. O que só vem reforçar o dito anteriormente, os seus fãs são os mais dedicados, aqui ou na América Latina.
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