A estreia dos Baleia Piloto, Corta Vento, é um disco perfeito para o Verão: pop fresca e soalheira, como um calippo de limão.
Ao fim de cinco anos de existência, os Baleia Piloto lançam Corta Vento, o aguardado álbum de estreia.
E o que fizeram durante este período Antero Assane (bateria), David Matos (baixo, teclados, sintetizadores e voz) e Nuno Lopes (guitarra e voz)? Foram, sobretudo, contemplando o mar. Apanhando as memórias e composições que iam dando à costa. Tocando ao vivo quando a maré lhes permitia (entre confinamentos sociais e a atrofia do meio musical). E pescando dois grandes singles: “Contramão” e “Pé de Chumbo”, ambos a rodar nas rádios nacionais.
É fácil de entrar em Corta Vento. As melodias orelhudas, as palavras sentidas e o ritmo contagiante escancaram-nos a porta e recebem-nos de braços abertos. Uma coleção de oito canções que sintetiza os sons e memórias do passado com a sensibilidade do presente, indo dos ambientes calmos do sonho adolescente de “Norte” às correrias quase desenfreadas pelos “Canaviais”, com passagem pelo apelo dançante de “Pé de Chumbo” e pelas paisagens etéreas de “Irmão do Meio”.
O condão deste disco é, no entanto, apontar-nos para o sofá onde, através de audições contínuas, podemos descobrir os pequenos tesouros mal escondidos nas composições, como o break a abrir o refrão de “Samurai”, o gancho de guitarra setentista de “Lúcifer” ou toda a progressão afrodélica do final de “Bombito”.
A porta está aberta. Entrem!
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