quarta-feira, 19 de outubro de 2022

BIOGRAFIA DE Nuno da Câmara Pereira

Nuno da Câmara Pereira

Nuno Maria de Figueiredo Cabral da Câmara Pereira CMSMA (Lisboa19 de junho de 1951) é um político e fadista português.

Frequentou o curso de regente agrícola na Escola de Regentes Agrícolas de Évora, em Pós-Graduação, licenciou-se em Ciências do Ambiente e posteriormente em Engenharia do Ambiente tudo isto pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa, sendo esta última licenciatura posteriormente anulada, por "graves irregularidades".[1] Exerceu funções profissionais na área agrícola[2] e pecuária no Ministério de Agricultura e em empresas privadas que fundou e foi Director da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Azambuja. Foi Deputado do Parlamento na X Legislatura pelo Partido Popular Monárquico. Foi também pelo MPT (ano 2000) e mais tarde pelo PND, candidato à Câmara Municipal de Sintra nas eleições autárquicas de 2013.[3] Foi também candidato ao Parlamento Europeu e à Câmara Municipal de Vila Viçosa, pelo Partido Popular Monárquico (PPM) do qual foi então seu Presidente, sendo a primeira vez que este Partido conseguiu candidatar-se a todos os círculos eleitorais.

Biografia

Nuno da Câmara Pereira nasceu a 18 de Junho de 1951 em Lisboa, filho de Nuno Maria João Crisóstomo Efigénio Atala de Figueiredo Cabral da Câmara Pereira (Belmonte, Loulé) e de D. Ana Telles da Sylva Pacheco (Tarouca, Bertiandos). É trineto, por parte de pai, do 3.° Conde de Belmonte, D. Vasco António Baltazar da Madre de Deus de Figueiredo Cabral da Câmara e de sua mulher D. Maria do Carmo de Mendoça Rolim de Moura Barreto, filha de Nuno José Severo de Mendoça Rolim de Moura Barreto, 1° Duque de Loulé e de sua mulher a Infanta Sra. D. Ana de Jesus Maria de Bragança, Infanta de Portugal e filha do Rei D. João VI e da Rainha D. Carlota Joaquina, Infanta de Espanha.

Dois anos da sua infância foram passados no Funchal, onde estudou no Externato Nun'Álvares, popularmente conhecido como "Caroço".

Casou a 7 de Julho de 1973 com D. Luísa Maria Patrício de Portugal de Sousa Coutinho (Lisboa, 5 de Outubro de 1952), filha de D. António Luís de Portugal de Sousa Coutinho, 7.° Marquês de Valença, com quem teve:

Nuno Maria de Sousa Coutinho Cabral da Câmara Pereira, n. Lisboa a 26.06.1975;

D. Maria Madalena de Sousa Coutinho Cabral da Câmara Pereira, n. Lisboa a 05.01.1977;

D. Carlota Joaquina de Sousa Coutinho Cabral da Câmara Pereira, n. Lisboa a 16.06.1979.

Licenciatura pela Universidade Lusófona

Matriculou-se na universidade Lusófona e teria assim concluído em 2012, a Licenciatura em Engenharia do Ambiente, tendo já anteriormente frequentado a Universidade para obter a especialização académica em Ciências do Ambiente. Mas, uma auditoria da Inspecção-Geral da Educação e Ciência passou a pente fino os processos de centenas de ex-alunos e detectou várias irregularidades graves na atribuição de créditos feita pela Universidade a Miguel Relvas. Na sequência de uma decisão oficial, Nuno da Câmara Pereira viu a 7 de Abril de 2015, o Reitor da Universidade Lusófona ser obrigado a decidir pela nulidade da sua licenciatura e de mais 150 alunos universitários.[4] O já anteriormente Engenheiro, Nuno da Câmara Pereira, decidiu então recorrer da decisão para as instâncias judiciais, aguardando o desfecho judicial sobre esta matéria que, a seu tempo, irá ter os seus efeitos jurídicos e colaterais.

Cargos exercidos

  • Deputado da nação na X Legislatura da Terceira República Portuguesa (Grupo parlamentar do PSD) - Comissão de Educação Ciência e Cultura; Sub-comissão de Turismo; Sub-comissão da Agricultura; Sub-comissão da Igualdade de Direitos e Família
  • Presidente do Partido Popular Monárquico (P.P.M.)
  • Vice-Presidente do Partido Popular Monárquico
  • Conselheiro do Conselho Superior de Jurisdição da A.N.E.T. (Associação Nacional dos Engenheiros técnicos)
  • Presidente do Colégio Agrário do Sindicato dos Engenheiros
  • Director da Caixa de Crédito Agrícola de Azambuja
  • Director do Sindicato dos Engenheiros Técnicos Agrários (1975)
  • Vice- Presidente da Cruz Vermelha de Sintra (1998)
  • Director do Jornal "Raio de Luz", Sesimbra
  • Assessor de comunicação e imagem da empresa Municipal de Sintra (HPEM)
  • Administrador na Herdade da Janela (600ha), Torrão do Alentejo
  • Sócio-gerente na empresa "Sociedade Agro-Pecuária "O Cerdo, Ldaª", Qta - Alenquer, dedicada à suinicultura intensiva
  • Técnico do Ministério da Agricultura e Pescas, no I.R.A, no Centro de Reforma Agrária de Lisboa e na Direcção Regional de Ribatejo e Oeste
  • Supervisão Técnica em representação do Ministério da Agricultura, nas herdades do Pombal e Vale de Mouro (Vila Nova da Rainha)
  • Sócio-gerente da "Sociedade Hortícola Montcesar", Azambuja, dedicada à horticultura e floricultura intensiva protegida (Estufas)
  • Sócio-gerente na Sociedade "Jardim de Monserrate", Sintra (plantas ornamentais e exóticas)
  • Sócio-gerente no Restaurante "Novital", Lisboa
  • Empresário do Restaurante "O País ", Albufeira (2009/2010) [5]

Cargos que exerce

  • Presidente da Direcção da Associação Socorro e Amparo (I.P.S.S.), em Carnide
  • Director do Sindicato Nacional dos Engenheiros, Engenheiros Técnicos e Arquitectos
  • Secretário Nacional da União Geral de Trabalhadores
  • Vogal-suplente na Assembleia Geral da Ordem dos Engenheiros Técnicos
  • Comendador-Mor da Ordem de São Miguel da Ala
  • Presidente do Conselho de Nobreza
  • Vice-Presidente da Associação de Antigos Alunos da Universidade Lusófona, Humanidades e Tecnologia de Lisboa
  • Presidente-Substituto da Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia de Sintra
  • Grande Protector do Conselho de Notáveis do Sindicato dos Engenheiros, Engenheiros Técnicos e Arquitectos[5]

Carreira como fadista

Proveniente de uma família de fadistas — é sobrinho de Maria Teresa de Noronha e primo de Vicente da CâmaraFrei Hermano da Câmara e Tereza Tarouca — veio a popularizar-se como cantor, tendo realizado a primeira actuação pública em 1977, no Coliseu dos Recreios, durante um espectáculo de variedades. Pouco depois, seria presença habitual em casas de fado e restaurantes típicos da capital.

O seu primeiro álbum, "Fado!", foi editado em 1982. O disco contém novas versões de clássicos e originais entre os quais "Acabou o Arraial" e "Cavalo Ruço""Sonho Menino", em 1983, valeu-lhe o Troféu Revelação do Fado, da revista Nova Gente.

Em 1985, um recital seu esgota a Aula Magna. Atinge o seu maior sucesso de vendas em 1986, com o álbum "Mar Português", que foi dupla platina (mais de 120 000 cópias).

Discografia

  • 1982 - Fado (EMI)
  • 1983 - Sonho Menino (EMI)
  • 1985 - Nuno da Câmara Pereira (EMI)
  • 1986 - Mar Português (EMI)
  • 1987 - A Terra, o Mar e o Céu (EMI)
  • 1989 - Guitarra (EMI)
  • 1992 - Atlântico (EMI)
  • 1993 - Tradição: Fados de Maria Teresa de Noronha com José e Vicente da Camara Pereira.
  • 1995 - Só à Noitinha (EMI)
  • 1997 - Tudo do Melhor (EMI)[6]
  • 2001 - A última noite (Universal)
  • 2002 - O melhor de Nuno da Câmara Pereira
  • 2003 - Jardim de Sonhos (Ovação)
  • 2004 - Fado à Minha Maneira
  • 2006 - Grandes êxitos (EMI)
  • 2009 - Lusitânia[7]

DVD

  • 2003 - Ao vivo no Coliseu

Monarquia

Escudo de Dom Nuno da Câmara Pereira.jpg

Usa os títulos de Marquês de Castelo de Rodrigo, de jure uxoris, Conde de Faro e Conde de Bertiandos.


Defensor da Monarquia, chegou a presidente da Comissão Política do PPM, partido politico pelo qual foi deputado à Assembleia da República (ainda que eleito nas listas do PSD). Pelo PPM, candidatou-se a presidente da Câmara Municipal de Sintra, de Vila Viçosa e a deputado ao Parlamento Europeu.

Como monárquico, põe em causa a validade do Ramo Miguelista da Casa de Bragança, cujo pretendente ao trono é Duarte Pio de Bragança, o que levou alguns militantes do PPM a terem como pretendente o actual representante do título de Duque de Loulé, Pedro Folque de Mendonça. Antes, terá frequentado os círculos monárquicos com Duarte Pio, o qual, a certa altura, afirmou lhe haver negado o direito de usar a dignidade de Dom, fazendo com que Câmara Pereira se voltasse contra o referido pretendente a Duque de Bragança.[8] Em Abril de 2010, demitiu-se de presidente do PPM por motivos pessoais[9] e acabou por desfiliar-se, juntamente com outros militantes.

Ordem de São Miguel da Ala

É refundador e "Comendador-Mor" da Ordem de São Miguel da Ala, desde 8 de Agosto de 1981.

Ordem miticamente fundada em 1143, por El-Rei D. Afonso Henriques, aquando da conquista de Santarém aos mouros e em memória à ajuda Celestial de São Miguel, de quem era seu particular devoto. Após o seu reinado, a sua continuidade é nebulosa e apócrifa a sua existência. Após a sua refundação foi considerado seu Grão Mestre, o Arcanjo São Miguel e convidado para seu protector, Duarte Pio de Bragança que, dez anos mais tarde, se veio a auto-excluir da Ordem, advocando a si o direito de a extinguir, fora do direito e sem convocar o seu Capítulo Geral (Assembleia Geral), ao mesmo tempo recriando irregularmente uma Irmandade ilegal com o mesmo nome, o que motivou um cisma que o levou à barra dos tribunais com acusações graves, daí perdendo em toda a linha jurídica, pois baseando-se no direito nato que reivindicava, considerando até que seu bisavô o Rei D. Miguel a havia restaurado secretamente para perseguir a Maçonaria em Portugal. Em 2007, Nuno da Câmara Pereira, na qualidade de Comendador-Mor da Ordem de São Miguel da Ala, processou Duarte Pio de Bragança sob a acusação de roubo da patente da Ordem de São Miguel da Ala.[10] Em 2009, o Tribunal Cível de Lisboa acabou por dar razão ao lendário líder do Partido Popular Monárquico e obrigou Duarte Pio a desistir do nome registado em 2004.[10] A alegação de Nuno da Câmara Pereira era que, por ter feito o registo cível do nome "Ordem de São Miguel da Ala" em 1981, detém assim os direitos de uso, similar ao tratamento conferido a uma marca ou nome fantasia, tal qual a norma da Lei assim estabelece. Duarte Pio prometeu recorrer. Todavia, independentemente da marca registada ou não, o facto é que é justamente Nuno da Câmara Pereira quem representa a Ordem de São Miguel da Ala, conforme decisão judicial e desígnio de todos os seus Associados ou Cavaleiros, os quais lhe prestaram, sob juramento, fidelidade eterna e total até à morte, o que também foi confirmado em Assembleia Geral, convocada para o efeito e para isso decidido.

Título de Dom

Invoca, tendo-lhe sido negado por decisão do então Conselho de Nobreza, o título ou tratamento de "Dom", que alegou primeiro Manuel Farinha de Noronha de Andrade terem direito todos os descendentes legítimos de Dom Vasco da Gama que mantiveram a raríssima prerrogativa, concedida excepcionalíssimamente, ao direito ao tratamento de “DOM” também por linha feminina, segundo a Carta Régia de Mercê de 10 de Janeiro de 1502 d`El-Rei Dom Manuel I (fls. 204 do livro 1º de "Místicos", in Arquivo Nacional da Torre do Tombo...e bem assim o fazemos a ele Vasco da Gama e por seu respeito isto mesmo queremos e nos praz que Aires da Gama e Teresa da Gama, seus irmãos, sejam de Dom e se possam todos, daqui em diante, chamar de dom, e assim seus filhos e netos e todos aqueles que deles descenderem de juro e herdade, sem embargo de quaisquer leis, ordenações, direitos canónicos e civis, glosas, foros, costumes, opiniões de Doutores e capítulos de Cortes, e coisas que contra isto forem ou adiante possam ser feitas, as quais todas e cada uma delas aqui havemos por expressas e declaradas por de nenhum efeito e vigor. E queremos e mandamos que esta nossa Carta de Doação tenha e valha assim e tão cumpridamente como nela é conteúdo. E prometemos por nós e nossos sucessores que após nós hão de vir, de nunca ir-mos contra ela em parte nem do todo, antes o fazemos sempre cumprir e manter como nela é conteúdo, e assim rogamos e recomendamos aos sucessores por nossa bênção que nunca contra ela vão em parte nem no todo, antes a façam assim cumprir e manter como nela é declarado porquanto assim é nossa mercê).

(vide parecer de Dom Luís de Lencastre e Távora, 11º Marquês de Abrantes, membro do Conselho Director do Instituto Português de Heráldica, e membro da Associação da Nobreza Histórica: "...é parecer que o privilégio do tratamento de "DOM" criado em favor dos descendentes, tanto por linha varonil como por feminina, de Vasco da Gama e de seus irmãos se mantém ainda hoje em vigor, devendo ser seguido por quem de direito, e igualmente ser reconhecido pela entidade a quem compete...").

(vide parecer de Doutor Martim de Albuquerque, Consultor Jurídico do então extinto Conselho da Nobreza e da Associação da Nobreza Histórica de Portugal: "A C.R. de 1502 confere o tratamento de DOM a todos os descendentes de Vasco da Gama, e de seus irmãos Ayres e Teresa, por linha masculina ou por linha feminina.").

Pretensão ao trono

Publicou o livro "O Usurpador - O Poder sem Pudor" no qual alega que o verdadeiro herdeiro da coroa portuguesa seria o seu primo Pedro José Folque de Mendoça Rolim de Moura Barreto, actual representante do título de Duque de Loulé e Conde de Vale de Reis, por ser um descendente de D. Ana de Jesus Maria, a filha mais nova do rei D. João VI de Portugal. Na sua obra, todavia, reconheceu ainda a validade das pretensões de outra descendente real, D. Maria Pia de Saxe-Coburgo Gotha e Bragança, por tratar-se de uma filha do rei D. Carlos I de Portugal.[11] Segundo Câmara Pereira, Duarte Pio é quem não possui quaisquer direitos dinásticos por descender apenas de um ex-infante, D. Miguel, o qual foi perpetuamente banido da sucessão ao trono após a vitória liberal na Guerra Civil Portuguesa.[12] E assim se manteve até à queda da monarquia em 1910 e continuando até 1950, data em que foi revogada tal lei durante o Estado Novo. Foi o próprio António Óscar Carmona e o presidente do Conselho, António de Oliveira Salazar, quem assinaram a anulação da Lei do Banimento e da Lei da Proscrição.[13]

Condecorações e Louvores

  • Medalha de Mérito e Prata da Vila de Sintra e da Cidade de Lisboa
  • Medalha de Mérito e Ouro da Cidade de Lisboa
  • 4 discos de platina, 4 discos de ouro, 3 discos de prata
  • Medalha de Mérito em Prata Maciça do Sindicato Nacional dos Engenheiros, Engenheiros Técnicos e Arquitectos



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