sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Bloc Party – Alpha Games (2022)


O primeiro trabalho de estúdio dos Bloc Party em sete anos é um regresso ao indie-rock que tão bem sabem fazer, com ecos do início dos anos 2000.

Os Bloc Party estão de volta com Alpha Games, o sexto trabalho de estúdio da banda britânica e que nos transporta de novo para o início dos anos 2000 e para os primeiros discos do grupo.

Os Bloc Party não lançavam um novo disco desde Hyms, de 2016, um disco que ficou muito aquém das expectativas. Agora, com este Alpha Games, a banda de Kele Okereke regressa ao que faz melhor: o indie-rock a que a banda tão bem nos habituou. E percebe-se de onde vem a inspiração: foi composto em 2018 e 2019, durante a digressão de Silent Alarm e vai buscar muito a estes primeiros trabalhos.

Este é também o primeiro disco que a nova formação da banda grava: aos membros fundadores Okereke e Russel Lissack juntam-se o baixista Justin Harris e a baterista Louise Bartle.

Voltam as guitarras rápidas e o baixo poderoso que ouvimos em Silent Alarm ou Weekend In The City e este regresso às origens é bem visível logo na primeira faixa do disco, “Day Drinker”. Segue-se uma bateria potente acompanha de uma guitarra densa em “Traps”, o excelente primeiro single que saiu deste novo trabalho, tudo bem marcado com a voz característica de Kele e que traz ecos de 2007. “In Situ” é outra faixa que podia ter saído de Silent Alarm e é bastante dançável.

Além das guitarras características do indie-rock dos Bloc Party há também inspiração synthpop em “The Girls Are Fighting” e em “Sex Magik”, os outros dois temas que saíram antes do disco.

Ao contrário do que encontramos habitualmente na banda existem algumas faixas mais politizadas, nomeadamente “Callum is a snake” ou “Rough Justice”. E depois temos a habitual balada, a ternurenta “If We Get Caught”, que também saiu antes do disco e que faz lembrar Silent Alarm novamente, assim como “Of Things yet to Come”, sobretudo a excelente “So Here We Are”, onde a letra mostra verdadeira vulnerabilidade, à semelhança do que Okereke nos habituou em “Silent Alarm”.

A fechar, o tema “The Peace Offering”, mais spoken word do que cantado, é interessante mas parece desligada do resto do disco, muito mais dançável.

Este disco de Bloc Party é um excelente recordatório dos bons trabalhos que a banda lançou no início dos anos 2000 e que a tornaram um dos maiores exemplos do indie-rock britânico da altura. Mas é também onde peca: um indie-rock tão puro e duro, em 2022, parece um pouco preguiçoso, sem sinais de nostalgia, mas também sem grande inovação. Bom para fãs, aborrecido para os demais.


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