Foals – Life Is Yours (2022)

 

Depois de se terem estabelecido como banda alternativa nos seis primeiros álbuns, os Foals parecem ter adormecido ligeiramente neste sétimo disco.

Life is Yours, nome do novo trabalho de Foals, é o sétimo álbum de estúdio da banda liderada por Yannis Philippakis e, provavelmente, o mais desinspirado até ao momento.

O disco arranca com a canção que lhe dá nome, “Life Is Yours”, um rock estilo Foals mas mais despido, sem tantos momentos instrumentais experimentais, como se fosse uma versão simplificada das músicas da banda. “Wake Me Up” vai pelo mesmo caminho.

O primeiro momento relativamente interessante surge com “2 A.M”, no que diz respeito ao ritmo, mas o tema e a forma como canta Philippakis retira profundidade à canção. As letras são cada vez mais genéricas, atuais, é certo, mas repletas de banalidades. Passa bem, se não estivermos a prestar atenção às palavras.

Segue-se “2001”, que pode ter um efeito interessante na pista de dança e, mais à frente, “Looking High” traz leveza e boa disposição. “Under the Radar” parece misturar sons eletrónicos de videojogo com a estética habitual dos Foals – e até nem funciona mal, mas parece desenquadrado do álbum como um todo.

“Crest of the Wave” surge em seguida como um dos momentos mais interessantes do disco, fazendo lembrar os álbuns mais antigos de Foals – é provavelmente a melhor faixa do álbum.

A fechar, “Wild Green” aproxima-se de repente da EDM, fechando o disco em tom positivo e com uma nota diferente, mas, novamente, desenquadrada do álbum como um todo.

Ao sétimo álbum de estúdio o que se esperava dos Foals era alguma, pelo menos, coerência com os trabalhos anteriores. O que recebemos é o mesmo género, sim, mas mais desinspirado, das letras ao instrumental. Parece que se perderam aqueles momentos mais experimentais da banda e alguma profundidade nas palavras cantadas por Yannis.

Não podemos dizer que seja um mau disco, sendo um trabalho leve e bem-disposto, sem pretensões de profundidade, mas nada tem de inovador ou diferente e certamente não será recordado nem entrará nas listas de álbum do ano.