IAN disponibiliza esta sexta feira, 28 de outubro, o seu novo álbum de originais “I AM” em todas as plataformas de streaming. Depois de dar a conhecer o single de antecipação “FIGHTER”, já podem ser ouvidas as nove faixas que compõem este novo trabalho de estúdio.
O segundo longa-duração da sua discografia, sucessor de “RaiVera”, é, de acordo com a artista, “uma reflexão dos últimos dois anos e também uma reflexão do que se passa no presente”. Um disco carregado de significado pessoal, orquestrado de forma magistral, com uma narrativa que passa por entre a eletrónica suave à mais saturada, acompanhada sempre pela voz angelical de IAN e claro, com toques da mestria do seu violino. Através da voz da artista russa, que adotou Portugal há mais de 20 anos, chega uma obra carregada de justiça e verdade.
IAN explica, que “este disco começou a ser criado numa pandemia e foi acabado durante uma guerra. Uma das primeiras canções que finalizei foi “Turn off The light”. Nesta letra falo daquela vontade de sair à rua e conviver deixando as redes sociais para trás, preferindo olhares e risos cara a cara. A vontade de dançar também estava eminente e sente-se no beat. Seguiu-se “Melodies”, uma canção que transparece positivismo, vontade de desfrutar a vida. Já “Prelúdio” foi a primeira canção que escrevi em português, quis juntar a tal melancolia que pode existir nas letras em português com a electrónica.
Quanto a “Polaris” foi composto num dia escuro de outono, toda a tristeza foi para a melodia do violino que ao primeiro olhar não o transparece, gravada juntamente com o meu colega de orquestra, o violoncelista Nikolay Gimaletdinov, com o seu input este tema ganhou um corpo e um sentimento ainda maior. Saindo da pandemia e voltando pouco a pouco à normalidade, nunca pensei que passado um par de meses nos iriamos deparar com esta guerra, sentir medo pela segurança dos meus familiares, com um misto de vergonha, lamento e dor pela minha nação.
As canções seguintes vêm em consequência disso. Um dia estava em Madrid e vi uma senhora (avó, com os seus netos), completamente perdida…nisso oiço as crianças a falar em russo, aproximei-me, eram refugiados ucranianos, uma senhora que deixou a sua filha e o genro na Ucrânia e cá estava ela, quase sem dinheiro, sem senso, sem futuro, assustada, envergonhada…só sabia falar russo…chorámos juntas…as restantes canções foram dolorosas de se criar, através delas mostro toda a revolta que sinto. Gostava ainda de destacar a canção “Sinais” que conta com a colaboração da mexicana Jezzy P, uma artista de hip hop independente e figura central no rap feminino no México, que por todo o trabalho que tem desenvolvido sobre os direitos femininos e o posicionamento do seu género artístico no seu país, me fascinou desde sempre. No seguimento do convite que me fizeram para participar no Festival Internacional Cervantino, no qual participei este passado dia 26 de outubro no México, surgiu a possibilidade desta colaboração, que a meu ver, trouxe uma carga única a este tema”.
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