Uma crônica Vinílica ou escutar Vinil é um novo aprendizado!
Filha: Pai, como se coloca um disco na vitrola?
Pai: Pega o disco, com cuidado, não encoste os dedos no meio do disco, pegando só pelas bordas, coloque no prato e deixe o braço do toca disco encostar bem de leve no vinil.
Filha: Que prato?
Pai: Esse disco redondo com um feltro e um pino! Coloque o disco nele, apoiando-o pelo pino!
Filha: Pai, não tá tocando! O braço não encosta no disco!
Vai o pai, observa o ocorrido e percebe que a filha deixou de soltar o braço pela alavanca, ficando o mesmo a cima do disco…
Outra cena, agora, o pai com o namorado da filha:
Pai: Vira o disco para mim?
O namorado da filha pega o braço com toda a força, quase quebrando-o e passa a agulha pelo disco fazendo aquele barulho que todos conhecem… por um fio não detonou agulha, braço e disco!!!!
É, caro leitor-leitora, essas cenas podem acontecer em qualquer família que tenha tirado seus vinis dos depósitos e passado a usá-los com mais frequência nos últimos tempos.
Manipular o Vinil, a vitrola, o braço, a agulha e até mesmo ligar o aparelho de som (principalmente se for um “vintage”) são experiências que muitos com menos de 25 anos não têm, porém, ao ouvirem o som do vinil passam a gostar desse “novo barato”.
O Vinil atrai curiosidade!!!
Mas, passar a usar o Vinil como uma opção de mídia sonora requer novas instruções e muitos dos que tem mais de 25 já esqueceram, imaginem os que tem menos?
O disco de Vinil e tudo que está no seu universo reivindica atitudes simples, mas, a operacionalização é bem diferente daquilo que muitos estão acostumados hoje em dia! Escutar música a partir dos CDs, pelo streaming, tocadores de MP3 ou no próprio computador é tarefa bastante amigável e os mais novos já foram “alfabetizados” para a manipulação do digital.
Contudo, o que venho observando é que a juventude ao se deparar com o universo do vinil passa a gostar tanto das “bolachonas” quanto das outras mídias e a sonoridade que sai destes disquinhos os agrada muito (eu acredito, numa grande especulação que faço, é que o som mais grave os motiva bastante, pois, nas mídias digitais esta frequência é menos sentida que nas analógicas), entretanto, não trocam seus players MP3 e seus celulares com Deezer, Spotify ou outros, ou seja, essa juventude, os menores de 25 anos, conseguem conviver com o analógico e o digital em matéria de música sem qualquer pudor ou distanciamento e aprendem fácil fácil as questões que envolvem os Vinis.
Minha filha e seu namorado em menos de 10 minutos já aprenderam a usar o toca discos e adoram “escutar um som”! O disquinho de plástico passou a fazer parte da vida deles e, de quebra, estão descobrindo um novo universo musical com artistas e conjuntos que jamais tinham ouvido falar
Que a juventude se sinta bem vinda e aconchegada no universo do Vinil!!!!!
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