domingo, 20 de novembro de 2022

ALBUNS DE ROCK PROGRESSIVO


E continuamos com o power trio Argento que nos manteve ocupados durante toda a semana, e fazemos isso com o seu melhor álbum (de longe, na minha opinião e no meu gosto) o suficiente para terminar mais uma semana no blog da cabeça em grande estilo. O seu último trabalho discográfico, onde de certa forma renovam o seu som clássico Stoner, onde se baseiam nas mitologias gaúcha e litorânea para se darem mais asas, introduzindo um pouco de sonoridades autóctones que sugerem mais progressão, mais estética, mais elegância nas suas desajeitadamente permitem vislumbrar novos horizontes, com combinações repletas de matizes e tonalidades. Eis o álbum onde esta banda acabou por se posicionar como uma tremenda banda capaz de alcançar momentos de extremo prazer auditivo e com bastante coragem para saltar por cima dos padrões e clichês do género.

Artista: Sutrah
Álbum: What the River Brings
Ano: 2016
Gênero: Rock psicodélico / Stoner rock
Duração: 45:35
Referência: Bandcamp
Nacionalidade: Argentina


Os títulos das músicas já são uma mensagem de intenções; "En el bosque", "Aguas Arriba", "Bajos del Temor", "El Legüero", "Sobre el Durazno" e "La Salamanca" são as seis faixas que dão vida a um álbum sem um segundo perdido, onde o Sutrah empurra -se para os seus limites imaginativos e composicionais, e onde a sua inspiração surge para a ocasião e permite-lhes moldar um trabalho discográfico que merece ser conhecido a torto e a direito.

Não sei em que estado a banda se encontra, se enterrada, hibernando, ou trabalhando na continuação de sua jornada musical que os levou a capturar este sólido registro. Cruzo os dedos para que seja o último e que em breve a banda nos surpreenda com mais força e imaginação, como tem feito até agora, principalmente com este último álbum.

E já falamos o suficiente sobre eles, então agora vamos deixar outra revisão de terceiros, novamente com algo postado no "Quarto 235":
 
Tivemos que esperar muito para ver a continuação de "Camino Hacía El Vacío" (resenha aqui), nosso primeiro contato com a banda argentina Sutrah em 2013, um EP que foi mais do que um trabalho de estúdio no formato reduzido , ao contrário, foi o viaduto que nos deu os primeiros indícios do grande desenvolvimento em suas estruturas que a banda realizou neste tempo, e que depois de tudo semeado, seus frutos florescentes chegam neste 2017 com sua nova e segunda longa duração , “O que o rio traz”.
Desde “La Habitación 235”, fuimos testigos a la hora de propulsar la promoción de este nuevo vástago de la banda argentina con el lanzamiento del primer single del mismo, hace algo más de un año y el posterior “Bajos Del Temor”, a finales de fevereiro. Em ambas as peças, como duas das mais longas do álbum, vê-se aquela evolução do power trio portenho, confrontando toda a sua força naquele stoner com uma certa marca progressiva e onde podemos desfrutar de alguns Sutrahs muito mais maduros, musicalmente falando, que dançam como peixes debaixo d'água por longos segmentos, abrindo-se em campos de verde e psicodelia pesada.
“Lo Que El Río Trae” foi gravado em fitas de 2 polegadas com a mão fina de Patricio Claypole nos estúdios El Attic e masterização final de Justin Weis (San Francisco). Peças importantes dentro deste tabuleiro de xadrez que nos é apresentado por Sutrah, onde enfrentamos um novo e complexo jogo iniciado com peças como "En El Bosque" ou "Aguas Arriba". Detonando esta nova sessão de sonoridades pesadas como a melhor carta de boas vindas nos 20 minutos iniciais de orgia musical. O êxtase propagado pelos argentinos neste prelúdio do álbum divide-se entre momentos que limitam o rock mais pesado, a grande condução de Ariel Barriviera (baixo) e Nico Cabillon (bateria), e aquela explosão que sacode as paredes da sua sala quando o A habilidade de Juan Marcos nas seis cordas entra em jogo.
Mas a verdade é que esta nova oferta de Sutrah vai muito mais longe quando se trata de mostrar uma profundidade profunda em suas composições, e é verdade que a sombra de Los Natas é eterna em muitas das bandas argentinas, mas também acredito que Sutrah é a banda, que sem perder seus princípios, busca novos horizontes que abram portas além das fronteiras de seu país natal. O clímax de “El Leguëro” reflete um dos momentos mais brilhantes da carreira desses músicos. É nesses minutos de inspiração que a banda recarrega as baterias da sua nave para enfrentar a sua última viagem ao cosmos exterior. A quinta “Sobre El Durazno” pode ser a música onde o seu nível composicional mais se abre, onde assistimos a uma nova volta do parafuso que serve de espelho para apreciar o crescimento progressivo da Sutrah,
Dizem que nunca é tarde se a felicidade é boa, e Sutrah dá muita credibilidade a essa frase ao nos dar sua versão mais completa até hoje. "Lo Que El Río Trae" é o passado, presente e futuro da banda. Um abalo de ideias que não cessa no seu desert rock original, implantando novas camadas de harmonias atmosféricas e oceanos de suaves melodias que enchem este pedaço de álbum de grandeza, interiorizadas pelo comportamento de alguns músicos que encontram o curso do “seu” rio , onde vagar por suas estruturas realizadas. Uma desculpa de peso para curtir uma das bandas mais badaladas da animada cena argentina.





Mais uma vez com a arte gráfica de Ramiro Socorro que, tal como a música, dá uma guinada no seu estilo e enquadra a concepção de uma grande obra musical.

Muito, muito recomendado! Ahhh, e ainda por cima, como todo trabalho dele, está disponível para download gratuito no Bandcamp.





Lista de Temas:
1. En el bosque
2. Aguas Arriba
3. Bajos del Temor
4. El Legüero
5. Sobre el Durazno
6. La Salamanca 

 
Formação:
- Juan Marcos / Guitarra e voz
- Nicolás / Bateria
- Facundo / Baixo

Sem comentários:

Enviar um comentário

Destaque

Electric Eye – Dyp Tid (2024)

  Dyp Tid  , o quinto álbum do grupo norueguês de psych-rock Electric Eye, é uma contemplação do desconhecido e do inefável. Criado em uma p...