sexta-feira, 25 de novembro de 2022

CRONICA - KEEF HARTLEY BAND | Halfbreed (1969)

A Keef Hartley Band é uma figura do boom do blues britânico, movimento que surgiu no início dos anos 60 com Alexis Korner, Graham Bond Organization, Yardbirds mas sobretudo com os Rolling Stones e John Mayall. Liderados pelo baterista homônimo, Keef Hartley, este último nascido em abril de 1944 em Plungington, noroeste de Preston, iniciou sua carreira musical em Liverpool substituindo Ringo Starr na bateria, que havia saído para ingressar nos Beatles, dentro do Rory Storm e os furacões. Depois de uma passagem pelo The Artwoods (cantor Art Wood) e alguns singles na Decca (onde conheceu um certo Jon Lord, futuro Deep Purple), ele se viu atrás da bateria de John Mayall and his Bluesbreakers onde gravou entre 1967 e 1968 os álbuns Crusade , The Blues Alonee alguns vivem. No início de 1968, ele decidiu começar sua própria banda com o guitarrista/cantor Miller Anderson, o baixista neozelandês Gary Thain, o organista Dino Dines, o guitarrista Spit James (nome real Ian Cruickshank), os trompetistas Harry Beckett e Henry Lowther, bem como os saxofonistas Lyn Dobson. e Cris Mercer. No final do ano os músicos entram em estúdio para gravar um LP pela Deram, Halfbreed lançado em março de 1969 com a participação de John Mayall nos vocais em alguns títulos.

Mestiçoonde observamos em ilustração nosso amigo líder vestido de índio norte americano é um excelente álbum de blues com aromas de psique e prog pela duração de certos títulos, pelas mudanças de andamentos e climas. Composto por 7 faixas (10 dependendo das edições por sequências entre as peças), inicia-se com a instrumental "Sacked, apresentando Hearts And Flowers Confusion Theme" de quase 8 minutos em três tempos. Começa com uma conversa telefônica onde John Mayall anuncia que Keef Hartley foi demitido dos Bluesbreakers, rufes de bateria que vestem arpejos sob ácido. Depois o grupo instala-nos num rhythm & blues muito simpático um pouco exótico conduzido por um órgão cavernoso com bombardeamentos de metais e solos de guitarra bem cinzelados. Vem "Nascido Para Morrer", uma bela balada de blues de 10 minutos, completamente chapada, ao mesmo tempo pesada e desesperada, onde Miller Anderson, além de um guitarrista inspirado, se mostra um excelente crooner. Provavelmente o melhor deste disco. O resto são peças mais curtas que oscilam entre 5 e 6 minutos. Depois de um começo vagamente perturbador em um fundo de tambores rolantes, o grupo em "Sinnin' For You" parte para um rhythm & blues galopante com bons metais tornando-se sonhadores quando acompanham uma bela flauta. O cover do sonolento John Estes, “Leavin' Trunk”, flerta com o hard rock. Despreocupado, "Just To Cry" cheira a grandes espaços abertos onde se pode desfrutar de um trompete com melodias jazzísticas e sedutoras. Retorne à desesperada balada de blues com “Too Much Thinking” e seu violino melancólico (fornecido por Henry Lowther).

Em suma, Keef Hartley Band ofereceu um bom disco que lhe permitiu sair em turnê incluindo uma cena em Woodstock em agosto de 1969. Uma passagem que ficou nas gavetas por muito tempo. De fato, tendo o empresário do grupo exigido o pagamento antecipado, os direitos de gravação não foram explorados até 2019 por ocasião do quinquagésimo aniversário do lendário festival.

Títulos:
1. Sacked (Introducing)        
2. Hearts And Flowers          
3. Confusion Theme  
4. The Halfbreed       
5. Born To Die          
6. Sinnin’ For You     
7. Leavin’ Trunk        
8. Just To Cry
9. Too Much Thinking          
10. Think It Over        
11. Too Much To Take

Músicos:
Miller Anderson: Vocais, Guitarra
Peter Dines: Órgão
“Spit James” (Ian Cruickshank): Guitarra
Gary Thain: Baixo
Keef Hartley: Bateria
Henry Lowther: Trompete, Violino
Harry Beckett: Trompete
Lyn Dobson: Saxofone
Chris Mercer: Saxofone
John Mayall : Voz

Produção: Neil Slaven

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