sábado, 19 de novembro de 2022

Disco Imortal: Angra – Holy Land (1996)


Disco Inmortal: Angra – Holy Land (1996)

Gravadora Eldorado, 1996 

Angra é uma banda sul-americana de metal “estilo alemão”. E como em toda a história musical, eles também têm um álbum que lhes marcou o caminho. Surgiram na cena como um grupo atípico para o que é o metal brasileiro, porém já são definitivamente importantes dentro desse catálogo impressionante e podem se dar ao luxo de estar bem próximos do Sepultura. Enquanto "Angels Cry" foi um álbum de power metal com alguns elementos progressivos, "Holy Land" se mostrou um produto muito mais progressivo e com certos elementos de power metal, passagens orquestrais e instrumentos exóticos, uma equação que alcançou uma poderosa experiência musical.

Em “Holy Land” as peças funcionaram na perfeição e atingiram um som de grande qualidade, numa altura em que as grandes glórias daquela corrente europeia estavam em baixa; daí a sonoridade proposta por este álbum de 1996 soar muito próximo do que o Helloween ou o primeiro Queensrÿche produziram, mas com uma aura muito mais fresca e não com aqueles ares cansados ​​que surgiam no horizonte do metal clássico.

“Crossing” é um grande começo. Nascida de coros masculinos e femininos, revela magia na sua simplicidade melódica e não se encolhe perante outra grande obra, como “Nothing to Say”. Aos poucos vai aumentando de intensidade, prepara-se para explodir em guitarras velozes, há um teclado que lhe confere um carácter carioca e uma voz maravilhosa como a de André, um dos melhores vocalistas deste estilo e infelizmente pouco reconhecido. Som brilhante, onda de metal progressivo, técnica e paixão. Tema magnífico. “Holy Land” suaviza o percurso mas proporciona um bom desfile de ritmos dançantes e mais uma vez permite a Matos brilhar. “Carolina IV” é outro rótulo e é recheado de percussão brasileira em tom carnavalesco; a banda traz seu talento composicional combinando seções progressivas de alta qualidade com ritmos de suas terras; o corolário é um toque de música clássica que completa o quadro da história deste famoso navio. fantástico.

"The Shaman", muito ao estilo Queensrÿche, "Make Believe" extremamente elevado na sua emotividade, "ZITO" e as suas guitarras excepcionais, e o encerramento com "Lullaby for Lucifer", o poema lindamente construído baseado em voz e acústica, deixar um resultado de bom nível. O Angra não foi fácil.

A capa é muito cuidadosa, assim como a produção. A ideia principal é colocar o Brasil no centro do conceito de um álbum que literalmente navegue e nos proporcione toda uma viagem à terra santa, venerando-a, sentindo-se orgulhosa e fazendo dela parte da proposta musical.

Angra tem sido alunos aplicados ao longo de sua história. Muitos fatores em seu som vieram da Europa, mas foram praticados, repetidamente, até serem masterizados e moldados da maneira mais brasileira possível. Foi um esforço para encontrar a sua própria personalidade e nesta “Terra Santa” encarnaram uma excelente combinação de black music e metal, o que os tornou pioneiros na definição de um novo rumo para a sua proposta.

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