segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

BIOGRAFIA DE Bob Seger

 

Bob Seger 

Memória afetiva é algo deveras interessante e (certamente) objeto de muito estudo pela psicologia e hoje também pelas ciências mercadológicas. Volta e meia estou aqui neste nosso sagrado espaço a discorrer sobre minhas experiências musicais vinculadas a um período muito interessante na minha vida e decisivo para minha formação. No final dos anos 70 cumpri um programa de intercâmbio em Iowa, nos EUA, durante um ano. Apesar de ainda estar dando meus primeiros passos no mundo do rock, já era um fanático. E, acredite, levei muita informação e ajudei a fazer a cabeça de muito jovem americano (ainda mais no meio rural), levando até eles minhas preferências. Mas também aprendi muito e pude desenvolver lá uma predileção por shows de rock, pois foi onde assisti aos meus primeiros concertos. Nunca mais fui o mesmo em todos os sentidos. 
Gastei o primeiro parágrafo apenas para justificar porque gosto do cantor, compositor e multi instrumentista Bob Seger, um artista de muita repercussão na América do Norte e muitíssimo pouco badalado por essas bandas. Na época ele dominava as paradas de sucesso ianques ao lado de nomes como Bruce Springsteen, Boston, Ted Nugent, The Runaways, entre outros (todos já resenhei aqui com esse viés de meu período como jovem forasteiro no primeiro mundo da era Jimmy Carter). Pois bem, Seger era queridíssimo do público americano e não só de rock. Era presença constante nas rádios (ainda AM). Como era natural de Michigan, estado vizinho a Iowa, era nome forte da música nas bandas onde este humilde escriba se deslumbrava com uma cultura tão diferente. 

Influenciado diretamente por Little Richard e o rei Presley, Bob Seger começou a perambular por diversas bandas ainda no final dos anos 50, a tocar em eventos regionais, escolas, etc. Em 66 gravou seu primeiro álbum a bordo dos teclados grupo The Omens. Já se destacava e logo em seguida cria sua própria banda, Bob Seger & The Last Heard, com quem grava vários singles pela gravadora Cameo. Em 1969, assina com a major Capitol Records e inicia uma carreira de muito sucesso. 

No mesmo ano lança seu primeiro grande êxito em escala nacional, The Ramblin’ Gamblin’ man. Curiosamente, resolve se afastar do meio musical para estudar, mas os apelos para voltar aos palcos vêm de todos os lados, dado ao seu grande talento. Em 1972 retoma a carreira atuando em gravadoras menores, mas sempre fazendo algum sucesso, até que em 1975 retorna à Capitol e desponta de vez. O LP Beatiful Looser é sucesso nacional e Seger passa a ser cotado para inúmeros shows e festivais. Seu cachê ganha uma monstruosa valorização.  A fama passa a ser tamanha que no ano seguinte ele despeja no mercado um energético duplo live que arrebenta nas vendagens. No mesmo ano, Night Moves é lançado e mantém a ótima performance musical, crítica e nas vendas. O ano de 1978 marca sua estreia no topo das paradas com Stranger in Town. 

Multi premiado, famoso, rico, o melhor ainda estava por vir. Against the Wind, de 1980, é seu maior sucesso (meu predileto) e Seger extrapola as fronteiras americanas e passa a despontar no topo das paradas europeias. Dono de uma voz vigorosa, guitarrista e tecladista de mão cheia, seus shows são sold out, seu carisma é gigantesco e sua inspiração parece não ter fim. A nova década ainda reservaria grandes momentos para Seger, que segue (sic) produzindo em alta escala e com sucesso com seu rock and roll melódico com forte influência do country, do blues e com temperos psicodélicos. 

Em seu período no auge, Seger esteve sempre acompanhado da banda Silver Bullet. De 1982 a 1994 sua carreira registra um hiato, mas é retomada com força, embora sem a mesma pegada, e com outros direcionamentos. O sucesso já não é tão estrondoso, os tempos são outros, mas o cara continuava com moral. Recebe prêmios, participa de trilhas sonoras, enfim, se mantém no metiê. Ele segue gravando discos regularmente de maior ou menor inspiração e continua cotado para shows, especialmente no forte mercado do meio oeste americano. Seu último lançamento é Ride Out, de 2014. Ano passado ele completou 72 anos e continuava firme nos palcos, demonstrando energia e alegria digna dos grandes artistas. Precisou cancelar boa parte da turnê nacional por problemas de coluna, mas as notícias são de que está recuperado e pronto para voltar à ativa. Um típico herói americano. 




Ultimate Hits: Rock Аnd Roll Never Forgets (Coletânea 2011)

CD 1.

01. Old Time Rock And Roll (3:16)
02. Hollywood Nights (5:03)
03. Night Moves (5:26)
04. Mainstreet (3:44)
05. Roll Me Away (4:41)
06. Turn The Page (5:14)
07. Her Strut (3:54)
08. Still The Same (3:25)
09. You'll Accomp'ny Me (4:01)
10. We've Got Tonight (3:41)
11. Like A Rock (5:58)
12. Fire Lake (3:34)
13. Tryin' to Live My Life Without You (4:09)

CD 2.

01. Rock And Roll Never Forgets (3:54)
02. Against The Wind (5:34)
03. Ramblin' Gamblin' Man (2:30)
04. The Fire Down Below (4:28)
05. Travelin' Man (Live) (5:00)
06. Beautiful Loser (Live) (3:42)
07. Shakedown (4:03)
08. Shame On The Moon (4:56)
09. Katmandu (5:00)
10. Little Drummer Boy (3:31)
11. Wait For Me (3:43)
12. Hey Hey Hey Hey (Going Back to Birmingham) (2:07)
13. Downtown Train (4:00)


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