segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

CRONICA - WENTUS BLUES BAND | Wentus Blues Band (1989)

WENTUS BLUES BAND não é a banda mais conhecida da Finlândia, mas sua perseverança na indústria impõe respeito. Este grupo da cidade de Kokkola foi de facto formado em 1986 e, desde então, nunca mais deixou de espalhar a boa palavra do Blues-Rock, abreviado de Blues. Porque é neste tipo de nicho musical que o WENTUS BLUES BAND evolui e, é preciso admitir, as formações finlandesas que trabalham em Blues ou Blues-Rock não batem à porta.

Já que os holofotes estão, nas circunstâncias, na WENTUS BLUES BAND, é bom saber que esta formação articulada em torno de 5 músicos desbravou o underground e assinou contrato com uma gravadora independente chamada WWB, por falta de melhor. Foi em 1989 que o WENTUS BLUES BAND lançou seu primeiro álbum, ainda sem título.

Este primeiro álbum é composto quase inteiramente por covers. Para a ocasião, o grupo de Kokkola optou por usar velhos padrões dos anos 50, ou mesmo dos anos 30. A escolha das capas mostra que esses músicos demonstram bom gosto. Assim, a WENTUS BLUES BAND dividiu uma agradável versão de "Hallelujah (I Love Her So)" de Ray CHARLES (que data de 1957), ofereceu uma interpretação de "Evil Is Goin' On" (título de Howlin' WOLF escrito por Willie DIXON em 1954), uma versão colorida e brilhante de "Don't Start Me To Talkin'" (de Sonny Boy WILLIAMSON II e datada de 1955) graças à presença de uma gaita e um saxofone, trouxe "The Walk" (um antigo título de Jimmy McCRACKLIN de 1958) atualizado, dando-lhe uma versão elétrica, balançando com um solo de guitarra encantador e palmas que trazem um excesso de alegria ao todo, finalmente rendeu uma bela homenagem a Otis RUSH com "Violent Love", cuja origem se situa no final dos anos 50, com guitarras secas que dão tem um lado rústico apreciável e um saxofone que traz um toque jazzístico. A WENTUS BLUES BAND ainda voltou no tempo aos anos 30 com "Love In Vain", uma tradicional canção de Robert JOHNSON que data de 1937 que o grupo atualizou com os violões que iniciam as hostilidades e depois são retransmitidos por guitarras elétricas e o fato de o grupo tocá-lo em um ritmo lento facilita saboreá-lo. E há aquele padrão atemporal de 1935 que é "Baby, Please Don't Go" de Big Joe WILLIAMS: a banda finlandesa fez uma versão mid-tempo dela com guitarras assustadoras, mas para ser completamente honesto com você, eu prefiro muito mais as versões AC/DC e AEROSMITH. A WENTUS BLUES BAND também revisitou os anos 60 com a famosa "When A Man Loves A Woman" de Percy SLEDGE (um clássico de 1966) e provou ser fiel, respeitando o original enquanto dividia um belo solo de sax. "Think Twice Before You Go" (1968), de John Lee HOOKER, também está no cardápio, marcada por uma gaita onipresente, e faz você bater os pés. Um desvio para os anos 70 também é feito com a presença de "The Blues Had A Baby And They Named It Rock N' Roll", um cover lúdico e cintilante de Muddy WATERS no qual o grupo divide um solo de guitarra que exala joie de vivre . Finalmente, há uma composição pessoal neste álbum; é “Total Abstainer Boogie”, um Blues-Rock mid-tempo que te faz bater os pés, cabe na veia ROLLING STONES/GEORGIA SATELLITES com suas suculentas guitarras e acaba sendo muito agradável, bem montado.

Este primeiro álbum homónimo dos WENTUS BLUES BAND pode muito bem ser um disco de covers, mas tirou o pó de alguns standards dos anos 50, até dos anos 30, e é uma óptima forma de conhecer os artistas e os clássicos da época. O Chicago Blues também está bem representado. Este disco é agradável, impõe-se mesmo como um bom remédio, um bom antídoto contra a modernidade opressora. O que é, até mesmo a composição original atual é bem feita. Este começo é promissor para a WENTUS BLUES BAND que queria especialmente se divertir.

Tracklist:
1. Hallelujah (I Love Her So)
2. Evil Is Goin’ On
3. Baby, Please Don’t Go
4. Total Abstainer Boogie
5. When A Man Loves A Woman
6. Don’t Start Me To Talkin’
7. The Walk
8. Think Twice Before You Go
9. Love In Vain
10. The Blues Had A Baby And They Named It Rock N’ Roll
11. Violent Love

Formação :
Anders “Antti” Sjöberg (vocal)
Kim Wikman (guitarra)
Niklas Riippa (guitarra)
Robert “Robban” Hagnäs (baixo)
Mikael Axelqvist (bateria)



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