Usando a estética de um banquete como forma de destruir poeticamente os papéis do feminino na sociedade, a cantora e compositora Natália Xavier lança o clipe de “Penélope”. A faixa faz parte do álbum de estreia, “Eu Também Sou Teus Rios”, que foi imaginado como um diálogo íntimo e autoral da artista com sua ancestralidade nordestina.
Coco de roda, maracatu, baião e afoxé povoam canções e mobilizam questões de corpo, identidade, feminino, fomes, tempos, caos e reviravoltas. “‘Penélope’ é uma música simbólica e de protesto, tem o congo de ouro como clave guia da sonoridade. Já o clipe traz a busca pelo belo que não se desvincula do desejo ético de habitar um mundo onde todos os corpos sejam verdadeiramente livres”, conta a artista, que realizou o clipe em parceria com Alice Gouveia Barroso, que assinou parte do roteiro e direção junto de toda a filmagem e edição.
Natália faz música brasileira que abarca referências teatrais e poéticas, em um diálogo com suas origens, mas também com suas múltiplas formas de expressão, incorporando sua experiência como artista visual e poeta, além de cantora e compositora. Suas canções se guiam pela palavra poética e pelo potencial de imaginar novos mundos por meio da arte.
Ela é raiz-nordeste. O pai, baiano. A mãe, pernambucana: “O que pulsa no sangue é importante”, diz Natália, também mestranda em Artes pela Unicamp, atriz, escritora e astróloga tradicional. Vinda da poesia e do teatro narrativo, a criação musical de Natália é imensamente guiada pela palavra e por seu potencial imagético. O simbolismo das águas em fricção com a selvageria dos bichos guia o caminho em “Eu Também Sou Teus Rios”. Esse norte surge como acalanto e busca por sentidos em uma parceria com o músico Eder Sandoli, guitarrista conhecido por colaborar com nomes como Itamar Assumpção e Tom Zé e que assina também a direção musical do álbum.
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