sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Os 25 melhores discos do universo progressivo de 2022. Parte 2

 

Os 25 melhores discos do universo progressivo de 2022. Parte 2

Segue a publicação com os 13 discos restantes.

13. Klaus Schulze - Deus Arrakis Dentro do que é conhecido como progressivo eletrônico, é fato que Klaus Schulze é uma das mentes mais brilhantes do gênero - ou mesmo A mais brilhante de todas elas. Infelizmente, o músico faleceu em abril de 2022, porém, não antes de deixar mais um disco em sua vasta discografia. É belíssimo e etéreo a maneira com que é entregue as suas paisagens sonoras, além de possuir texturas maravilhosas, enriquecida com encanto e formosura celestial, sensações enigmáticas e ótimas vibrações.
12. Ben Craven - Monsters From The Id Assim como havia feito em três dos seus quatro discos anteriores, Ben Craven decidiu produzir e tocar todos os instrumentos de seu mais novo álbum, porém, ele nunca havia acertado tão em cheio como em Monsters From The Id. Ao mesmo tempo em que encontramos bastante frescor e modernidade, nota-se uma música muito bem ambientada na estética da música progressiva dos anos 70, onde em meio a tantas influências, o Yes é a principal delas. Um disco cheio de belíssimos arranjos orquestrais cinematográficos modernos pontuados por cantos e sequencias instrumentais emocionantes muito bem estruturadas e criativas.
11. RanestRane - Apocalypse Now É impressionante como a RanestRane deu uma segunda vida a esse grande clássico dos cinemas, conseguiram reviver perfeitamente a imagem musical da guerra, emoções humanas e caos que se arrasta como um ladrão na mente de um homem manchado pelo toque da morte e da crueldade. Justapuseram as cores pastel da melancolia com uma imagem ardente de uma guerra cheia de dor, brutalidade e amargura. Todas as nove composições são brilhantes e integram um quebra cabeça, que quando pronto, ilustram com maestria a visualização sonora das mudanças que ocorrem nos corações e mentes dos soldados condenados ao exílio em uma selva ardendo em combate.
10. Aliante - Destinazioni Oblique O que foi um trio em seus dois ótimos primeiros discos, agora é um quarteto, porém, sem a presença do tecladista e fundador da banda, Enrico Filippi, que deu lugar para os dois novos membros, Davide Capitanio (guitarra e violão, instrumentos que são novidades na banda) e Michele Lenzi (teclado, oboé, flauta e violão). Baixo e bateria seguem nas mãos de Alfonso Capasso e Jacopo Giusti, respectivamente. Devido a suas influências, o sabor sinfônico e neo-progressivo já é esperado, mas a banda entrega também algo além, e por meio de ingredientes ambiental e psicodélicos adequados, o resultado é um disco delicioso de ouvir do começo ao fim. São quase 80 minutos divididos em 10 faixas brilhantes, indicado a qualquer amante de rock progressivo clássico, mas que também goste de bandas que tem a capacidade de trazê-lo para um contexto moderno e pessoal.
9. Daal - Daedalus Então que o talentosíssimo duo italiano formado por Davide Guidoni e Alfo Costa está de volta. Daedalus é indicado a qualquer pessoa que goste de um rock progressivo instrumental moderno, mas que faz referência aos anos 70 do gênero, porém, mais indicado ainda para fãs de bandas como Goblin e King Crimson, além de rock progressivo sinfônico em geral. Daal segue firme com sua fórmula vencedora, entregando mais um material sonoro produzido com grande maestria e profissionalismo.
8. Karfagen - Land Of Green And Gold Karfagen é sem dúvida o principal projeto do multi-instrumentista ucraniano, produtor e compositor, Antony Kalugin, sendo Land of Green and Gold o décimo terceiro álbum da banda. A música de Kalugin quase sempre soa positiva e otimista, sendo que em Land of Green and Gold não é diferente, todos os elementos característicos da banda estão em toda parte, as melodias alegres e divertidas, o toque virtuoso dos músicos, os interlúdios acústicos e a improvisação jazzística. As mudanças de ritmo e humor são bastante naturais e muito fáceis de ouvir, além de uma entrega de melodias edificantes e uma musicalidade excelente.
7. Black Midi - Hellfire Quando falamos de Black Midi, estamos falando de uma banda brilhante, uma das mais incríveis surgida no século 21. Novamente eles fazem com que mergulhemos de cabeça em seu mundo mágico, selvagem e lunático, onde a mistura de post punk, avant-garde, experimental, jazz e música progressiva criam algo único e perfeitamente equilibrado. Hellfire é um disco em que há uma paisagem sonora fractal diferente de quase tudo que você já possa ter visto antes, além de peças intrincadas que são em muitas vezes quase impossíveis de descrever. A banda sintetizou elementos de seus álbuns anteriores em um todo coeso e, a partir daí, explodiu em novas fronteiras e dinâmicas.
6. Philosophobia – Philosophobia Com toda certeza o melhor disco de metal progressivo do ano. Philosophobia é um supergrupo que demorou cerca de 15 anos para enfim se firmar e lançar este que é o seu primeiro disco. Antes de ouvirmos a primeira música do disco, já temos em mente um fato, se trata de uma banda formada por músicos de um elevado tecnicismo, além de engenhosos na arte de criar músicas muito bem desenvolvidas e prolongadas com sonoridade requintada. Mas vale mencionar também outra coisa valiosa, apesar de músicos experientes, a banda não entrega somente um metal progressivo complexo e cativante, mas jovem e moderno.
5. Returned To The Earth - Fall Of The Watcher Músicas melancólicas carregadas de melodia e cantadas de uma forma soberba – como uma espécie de versão mais leve de Peter Nicholls -, de uma maneira simples e direta é exatamente isso que você vai encontrar em Fall of the Watcher, disco mais novo dos ingleses da Returned to the Earth. Um disco bonito, melancólico, expressivo e de grande carga emocional, onde suas músicas aparentemente simples necessitam de uma escuta profunda para que sejam compreendidas e absorvidas como devem ser. Um registro brilhante onde suas ricas melodias são muito bem entrelaçadas em uma incrível tapeçaria de som espaçada dentro da medida certa.
4. Haven Of Echoes - The Indifferent Stars Disco de estreia do projeto alemão de rock progressivo fundado por Paul Sadler (ex-Spires) e Andreas Hack (ex-Frequency Drift). O som que temos aqui é de uma melancolia progressiva cinematográfica incrível. Tudo em The Indifferent Stars foi profundamente bem pensado para garantir ao ouvinte uma experiência musical incrível e coesa em todos os sentidos. Todas as músicas brilham com uma enorme intensidade e que apenas aumenta conforme o ouvinte vai se vendo mais atento a tudo o que acontece. O clima do álbum é bastante original e combina muito bem tendências clássicas do rock progressivo com opções musicais mais orgânicas e até mesmo uma pitada mais ocasional de música gótica de vanguarda.
3. Big Big Train - Welcome To The Planet Difícil um fã da banda ouvir esse disco e ficar indiferente, afinal, trata-se da última gravação de David Longdon com a banda antes do seu falecimento precoce em 21/11/2021. Welcome to the Planet foi composto por meio das contribuições de escrita de vários de seus membros. Podemos perceber a banda mantendo as suas raízes progressivas, mas também se ramificando de maneira criativa, ao mesmo tempo em que abraça com toda a força as suas influências em vários outros gêneros, criando assim, um disco que é magnífico por si só, não requerendo elevação artificial dadas as circunstâncias. Mais uma vez, a banda entrega a sua musicalidade tipicamente impecável e arranjos deslumbrantes. A produção, sempre muito cristalina, enquanto violino, guitarra, flauta, mellotron e Hammond brilham em uma mistura já conhecida por qualquer um que acompanhe a banda.
2. Collage – Over and Out Desde Safe, lançado em 1995, passaram-se 27 anos e muita coisa aconteceu, para então, um novo disco dos poloneses da Collage ver a luz do dia. Um disco que ao mesmo tempo em que foi criado dentro da zona de conforto da banda, também conseguiu incluir alguns toques de inovação suficiente para entrar facilmente nas posições mais altas de melhores do ano no universo progressivo. Todas as virtudes conhecidas da banda estão presentes, como, excelente interação guitarra e teclado, lindas melodias e uma vasta composição em escala, sendo tudo feito em uma enorme consistência, além de aliado a um senso impecável de fluxo geral.
1. The Tangent - Songs from the Hard Shoulder O rock progressivo já me acompanha há bastante tempo, e digo com propriedade que não são muitas as bandas que conseguem ter mais de uma dezena de discos sem que nunca tenha produzido algo de qualidade aquém, caso que acontece com a The Tangent. Todos os seus discos dão dignos de serem ouvidos na íntegra. Em Songs from the Hard Shoulder não seria diferente. Ter a capacidade de entrelaçar com coesão passagens e misturas atmosféricas contrastantes faz parte do DNA da The Tangent. Se hoje eu posso considerar o presente do rock progressiva algo espetacular e acreditar em um futuro brilhante em relação ao gênero, certamente a banda me ajudou para que eu pensasse assim. Songs from the Hard Shoulder reúne várias das melhores passagens já criadas pela The Tangent em épicos incríveis que vão encantar qualquer entusiasta de músicas desafiadoras.

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