Resenha
Halo
Álbum de Amorphis
2022
CD/LP
A essa altura do ano já não é mais novidade que o AMORPHIS lançou outro disco, atingindo a respeitável marca de quatorze discos de estúdio no currículo. “Halo” (2022), seu último lançamento, é outro bom disco lançado pela maior referência finlandesa no metal. Já se vão mais de 30 anos de carreira, consideráveis vendagens, idolatria nacional, reconhecimento mundial como um dos maiores grupos de death/prog/folk metal e uma discografia marcada pela permanente qualidade. “Halo” (2022) marca o fim da trinca iniciada em “Under The Red Cloud" (2015) e seguida por "Queen Of Time" (2018). Há sim semelhanças entre eles: as músicas mantêm uma certa relação de continuidade, apesar de mais peso agora em relação as passadas. Até a capa, novamente obra do artista francês Valnoir Metastazis, conservou a proposta dos desenhos espirais e simétricos dos dois citados discos anteriores. Ainda assim, “Halo” (2022) não deve ser encarado como uma cópia do passado. Há quem diga que a banda achou um confortável nicho e que ali se acomodou, sem se arriscar muito, apenas seguindo ano após ano. Em parte, pode até ser verdade, mas é fato que, o que o sexteto finlandês faz, faz bem feito, como poucas bandas conseguem fazer e mantendo suas raízes. Falando em raízes, o AMORPHIS continua inspirado pela cultura nórdica. Todo o disco foi baseado na Kalevala, epopeia que aglomerou contos e canções populares finlandeses em forma de narrativa sobre vários heróis míticos, a mesma já mencionada no disco “Tuonela” (1999). Todas as letras foram escritas, mais uma vez, por Pekka Kainulainen, artista finlandês que produz pinturas, desenhos, esculturas, estórias, etc. e que vem escrevendo para a banda desde “Silent Waters” (2007). A produção do disco é impecável, outro excelente trabalho de Jens Bogren (AMON AMARTH, ANGRA, BELPHEGOR, HAMMERFALL, KREATOR e mais uma lista enorme de bandas). Além de produtor, ele também foi o responsável em peneirar, de um lote de trinta músicas recebidas, as onze selecionadas - ou seja, a trilogia poderia ter se tornado facilmente outra epopeia finlandesa. Os vocais de Tomi Joutsen estão cada vez melhores, tranquilamente uma das vozes mais dinâmicas no metal, sem falar do ótimo trabalho da dupla de guitarristas Esa Holopainen e Tomi Koivusaari. A vocalista sueca Petronella Nettermalm (PAATOS), apesar de ter sua participação destacada na faixa “My Name Is Night”, ao meu ver acabou tendo sendo ofuscada pela belíssima Noa Gruman (SCARDUST), também vocalista, nas faixas “A New Land” e na faixa-título. Como dito no começo, temos novamente um registro de qualidade do AMORPHIS. Meus destaques ficam para as faixas “Northwards”, com direito a tudo que é esperado da banda, como peso, vocais guturais, passagens limpas e teclados ao fundo; “On The Dark Waters” com trechos mais cadenciados, apesar do peso; “Windmane” tem um balanço incrível entre os vocais rosnados nos versos e suaves no refrão; “When The Gods Came” traz piano e órgão contrabalanceando e “War”, não por acaso, a faixa mais pesada do disco, é um verdadeiro hino de guerra. “Halo” (2022) foi lançado no Brasil através da Shinigami Records em parceria com a gravadora alemã Atomic Fire Records. Essa resenha é dedicada a pequena Isabela Ferrara Brant :) Confira o vídeo para “On The Dark Waters”:
Formação: Tomi Joutsen: vocais Esa Holopainen: guitarra Tomi Koivusaari: guitarra, backing vocals Olli-Pekka Laine: baixo Santeri Kallio: teclados Jan Rechberger: bateria Faixas: 01 Northwards 02 On The Dark Waters 03 The Moon 04 Windmane 05 A New Land 06 When The Gods Came 07 Seven Roads Come Together 08 War 09 Halo 10 The Wolf 11 My Name Is Night
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