Resenha
Over And Out
Álbum de Collage
2022
CD/LP
Após 27 anos sem lançar nenhum material inédito, os poloneses do Collage, uma das maiores bandas de neo progressivo dos anos 90, retorna com um álbum só de canções inéditas. Da formação clássica, estão o baterista, letrista e líder Wojtek Szadkowski, o baixista Piotr Mintay Witkowski e o tecladista Krzysztof Palczewski. A ausência do vocalista Robert Amirian e Mirek Gil me deixaram preocupado, afinal, ambos foram essenciais para a consolidação do estilo criado pelo grupo. Mas para seus lugares vieram respectivamente Bartosz Kossowicz e Michał Kirmuć, músicos experientes do cenário musical polonês, que tiveram a dura missão de substituir a dupla dissidente e cumpriram seu papel com louvor. O novo álbum possui cinco canções todas com o rock progressivo característico da banda, que ao que parece trabalhou duro para manter sua clássica sonoridade intacta, sem grandes surpresas. Está tudo ali: A bateria técnica e rebuscada, o baixo preciso e camadas de teclados dividindo a base com a guitarra sinfônica e oportuna. O álbum abre com a faixa título, uma suíte passional com mais de vinte minutos, trazendo várias mudanças de andamento. A voz aveludada de Bartosz surpreende positivamente o ouvinte, assim como a guitarra ao fundo que nos remete amplamente ao estilo do ex-guitarrista Mirek Gil. Ao final da canção, novas surpresas: Kossowicz traz vocais mais rasgados e agressivos no ápice da faixa, trazendo algo de diferente no estilo do grupo; “What About the Pain?” segue mantendo a sonoridade apresentada, com variações estruturais, um belo solo de moog, base segura e o vocal arrebatando o tema; “One Empty Hand” é uma canção mais curta e urgente. Os tambores fazem um contraponto com a guitarra no melhor estilo Steve Hackett; “A Moment, a Feeling” com mais de treze minutos é lenta, soturna, com boa base de guitarras. O tema vai crescendo e alternando passagens mais tranquilas com outras mais rápidas e agressivas. Neste sentido Bartosz se mostra um vocalista maduro, que sabe soar pesado quando necessário; Por fim, temos “Man in the Middle” uma canção midi tempo que encerra o disco trazendo ninguém menos que Steve Rothery (Marillion) nas guitarras. Arrisco dizer que Rothery apresenta um dos solos mais bonitos de toda sua carreira, encerrando o álbum de forma arrebatadora. “Over and Out” apresenta o Collage de sempre, com seu neo prog extremamente sinfônico e técnico. Após 27 anos de hiato o grupo não traz nada de novo em sua sonoridade progressiva. Ainda bem, pois considero “Over and Out” um dos melhores lançamentos de 2022.
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