quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Top 10: Ótimas Músicas em Álbuns Medianos

Inspirado por alguns canais de música do Youtube, iniciarei uma pequena série de matérias tecendo alguns comentários sobre músicas em específico em álbuns conhecidos. Como o conceito de Top 10 já é bastante explorado principalmente em vídeos, não pretendo ficar preso apenas às bandas consideradas como “clássicas” mas sim em discos de alguma relevância em bandas conhecidas para que não fique tudo igual aos trocentos vídeos que existem sobre esses temas. Logo, pode aparecer aí algumas bandas inesperadas. Tentarei dividir um pouco entre as mais clássicas e as bandas importantes de nicho.

Sei que é bem difícil mensurar o que é um disco “mediano”, pois aquilo que considero médio pode ser excepcional ou horrível para ti. Por isso, tentarei usar como base as opiniões internet afora para conceituar o que, na opinião da maioria, seria um álbum “médio” e daí pescar ótimas canções que as vezes passam despercebidas nestes álbuns não tão conhecidos mesmo pelos fãs de determinada banda. Dito isso, vamos a lista!


David Bowie – Fall Dog Bombs the Moon (Reality – 2003)

Assim como a maioria, também considero Reality como um disco mediano da enorme e excelente carreira de Bowie. Mas esta canção é um destaque a parte. Letra crítica fazendo referências a grandes corporações que lucram com a guerra (na época a do Iraque), e um instrumental excelente levado principalmente pelo baixo. Bowie usa um tom mais baixo e grave de voz soando como se estivesse refletindo. As duas guitarras (uma base e outra solo) são outro destaque principalmente com a solo fazendo três linhas (na intro, no meio e mais um no fim da canção). É aquela coisa, no estilo musical que Bowie pretende gravar sempre sai alguma coisa boa. E este é um exemplo.


Blue Öyster Cult – Eye of the Hurricane (Curse of the Hidden Mirror – 2001)


O disco não compromete mas esteve longe de causar algum impacto na cena rockeira da época. Tanto é que foram depois dispensados pela gravadora Sanctuary e até hoje vivem apenas de apresentações ao vivo. Mas essa ótima faixa heavy metal surgiu neste disco. Apesar da letra um tanto complicada de entender por parte de John Shirley, temos o BÖC relembrando seus melhores momentos do início da década de 70 com um instrumental mais pesado, muito teclado, Eric Bloom cantando com mais garra e as guitarras seguindo com um riff simples mas bem feito. Dentro de um disco que joga seguro, “Eye of the Hurricane” faz bonito até.


Judas Priest – Run of the Mill (Rocka Rolla – 1974)

O primeiro do Priest é bem pouco citado entre os fãs, embora dificilmente seja considerado um disco muito bom ou muito ruim. E considero “Run of the Mill” a maior pérola do disco com seu jeito de rock clássico setentista com um tantinho de blues, muito diferente da velocidade e peso pelo qual o Judas ficaria famoso. Com letras falando de alguém que fez tudo pela sociedade mas que depois foi esquecida por ela, temos ao final da canção uma bela surpresa com aqueles agudos insanos pelos quais Rob Halford ficaria famoso no decorrer de sua carreira. Jeito de balada clássica com um final incrível, para mim, merecido estar nesta lista.


Deep Purple – Loosen’ My Strings (Purpendicular – 1996)

Com a segunda saída de Blackmore, a banda novamente fica em uma situação delicada. Mas conseguiram encontrar no ótimo Steve Morse, senão um guitarrista ao mesmo nível do conhecido mal humorado mais adorado do rock, ao menos conseguindo segurar as pontas de uma banda cujo fãs sempre exigiram bastante. Apesar de Purpendicular ser considerado melhor que os quatro anteriores desde o retorno da banda nos anos 80, ainda assim não chega próximo ao patamar estabelecido por eles mesmos na década de 70. Mas julgo “Loosen’ My Strings” a melhor canção desta época e uma das melhores do Purple dos anos 90 até hoje. Roger Glover, que nunca foi um baixista que me encheu os olhos, faz uma linha aqui excelente. O inesquecível Lord também abrilhanta a canção com seus teclados e a guitarra de Morse faz nos lembrar dos melhores momentos daquele Purple sacana das décadas anteriores. Convenhamos, esta música é muito boa, não?


Led Zeppelin – In the Evening (In Through the Out Door – 1979)

Tem gente que pode querer o meu couro nos comentários. Mas eu tenho que concordar com muitos que dizem que este disco do Zeppelin é bem menos do que os anteriores. Daqui, gosto muito da tecladeira de “In the Evening” e dos riffs sempre cortantes de Jimmy Page. É uma canção até um tanto psicodélica para os padrões zeppelianos, porém, tenho a impressão que seguiriam algo nessa linha caso continuassem sua carreira nos anos 80. Uma sonoridade que o Rush fez, talvez eles fizessem também. Uma pena que o disco acaba depois seguindo de forma muito irregular. Entretanto, não são poucos que consideram esta canção como uma das melhores da carreira do Led.


Mötley Crüe – White Trash Circus (Saints of Los Angeles – 2009)

O riff principal e a bateria de Tommy Lee me ganham imediatamente nesta música. Peso, aquelas letras venenosas do Crüe e uma energia fodida estão nesta canção cujo álbum nada mais fez do que apenas apagar uma imagem negativa dos três discos anteriores. Já ao contrário das opiniões, vi muita gente não curtindo esta canção. Mas não tem jeito, eu gosto muito desse hard/glam de pegada quase heavy metal que é o caso desta “White Thrash Circus”.


Rush – Limbo (Test for Echo – 1996)

Aqui uma instrumental para dar uma variada. Eu vou ser sincero e nunca gostei muito de Test for Echo, mas está na matéria por eu ser minoria quanto a este disco. O que gosto em “Limbo” é o fato de que esta é a faixa que acho que resume muito bem toda a carreira e toda a evolução musical do Rush até aquele momento. Tem partes progs, hard rocks, algumas progressões pops e outras que lembram a fase do teclado dos anos 80. Sim, eu concordo que “YYZ” é muito boa e eu considero “La Villa Strangiato” a melhor instrumental do Rush, mas esta aqui também é boa, vai?


Megadeth – Blackmail the Universe (The System Has Failed – 2004)

Esse álbum cai um pouco no meu conceito pelo fato de, tirando Chris Poland de volta a guitarra (e só para esse disco), os outros dois sequer são considerados como membros oficiais que passaram pelo Megadeth. Também tem o fato de ser o disco de retorno de Mustaine após ter encerrado a banda em 2002 devido aos seus muitos problemas pessoais. E ainda assim, Mustaine soltou este petardo como faixa de abertura. Aquele riff ali depois do 1 minuto é de arrebentar. Com um disco e esta faixa com aquelas temáticas de guerra e política da qual Mustaine sempre soltou ao longo de sua carreira, aqui temos Mustaine imaginando novamente mais um cenário de ataque político-terrorista aos Estados Unidos e suas possíveis consequências. Este é um exemplo de canção que poderia estar em qualquer um dos discos clássicos da banda.


Nirvana – Negative Creep (Bleach – 1989)

Quando se fala de Nirvana, pouco se fala de Bleach. E se você quiser ouvir uma canção pesada, com um vocal irreconhecível de Cobain, uma mistura do thrash com o grunge que se focariam pouco tempo depois, tá aqui esta porrada que não entendo porque diabos tanta gente ignora. Sem muito o que comentar, muito melhor mesmo é ouvir.


Uriah Heep – Footprints in the Snow (High and Mighty – 1976)

No último disco com o eterno David Byron nos vocais, a crítica da época (e os fãs até hoje) não engolem muito o direcionamento mais mainstream da banda em relação as composições deste trabalho. Porém, “Footprints in the Snow” é a faixa que mais brilha aos meus olhos com seu início calmo e refrão ardido com Wetton e Hensley cantando em harmonia a Byron. Aliás, este baixo de Wetton é nada menos do que excelente. Não é uma música longa, não é daquelas composições bem trabalhadas do Heep dos primeiros discos, mas este final meio destemperado da canção me agrada e muito.

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