sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Alfabeto do Rock: Letra A

 

Alfabeto do Rock: Letra A

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A proposta desta série de artigos é trazer sempre uma banda conhecida e outra obscura seguindo as letras do alfabeto. Confira e divirta-se.

Aerosmith

Se você perguntar a quem não curte rock o motivo pelo qual não gosta, provavelmente irão dizer que é muito barulho, entre outras coisas. Pois o Aerosmith, com o lema "Se faz barulho, use", moldou seu som calcado no Blues do delta do Mississipi e nos primórdios do Hard Rock, como Led Zeppelin e Rolling Stones. Com discos espetaculares nos anos 70, um declínio criativo devido aos inúmeros abusos de drogas no começo dos anos 80 e seu posterior renascimento no fim dos anos 80 e início dos 90, o Aerosmith é definitivamente a representação do rock n' roll na sua essência. Abaixo farei uma breve análise de cada disco para que aqueles que ainda não tiveram a chance de ouvir a obra dos caras.
1973 - Aerosmith Esse álbum já mostrava que o grupo não estava pra brincadeiras. músicas como Make It, Write Me A Letter e One Way Street são belos cartões de visitas, ao passo que Dream On foi a música que mostrou ao mundo a capacidade vocal de Steven Tyler.
1974 - Get Your Wings Apesar de não emplacar nenhum single nas paradas, esse disco foi certificado com platina tripla. Destaque para Train Kept a Rollin' e a sensual Same Old Song And Dance, ambas presentes até hoje no show dos caras. Seasons Of Wither, uma queridinha dos fãs apesar de pouco tocada ao vivo segue como uma das mais belas baladas do Aerosmith até hoje.
1975 - Toys In The Attic Depois de 2 álbuns o Aerosmith ganhou o respeito da crítica e a tranquilidade necessária para lançar essa obra-prima. Impulsionados pela sexy Sweet Emotion e pela sacolejante Walk This Way, a banda explodiu de vez no cenário e se firmou como um dos maiores nomes do rock na época. O disco ainda traz as pérolas No More No More e Adam's Apple que também são bastante admiradas por fãs da banda.
1976 - Rocks Tido como disco preferido por celebridades como Slash, esse disco elevou o patamar da banda após o magnífico disco anterior. Com um repertório impecável como a enigmática Back In The Saddle e a dificílima Last Chils, esse disco representa o auge criativo da banda nos anos 70, ao passo que os integrantes se afundavam cada vez mais nas drogas. A música transparecia raiva, angústia e alegria por tocar rock n' roll, o tronando um dos discos indispensáveis dos anos 70.
1977 - Draw The Line Apesar de ser um disco espetacular, as drogas já tomavam conta das decisões da banda, minando a criatividade e o relacionamento entre os integrantes, o que não impediu a banda de lançar outro disco sensacional. Kings And Queens e a faixa título seguem como grandes trunfos do álbum, que envelheceu bem e até hoje é um clássico do grupo.
1979 - Night In The Ruts O disco lançado no olho do furacão, com Steven Tyler não conseguindo completar letras e melodias, esse disco é o que mais representa o som de uma banda se desintegrando. O Aerosmith elevaria ao máximo o clichê sexo drogas e rock n' roll, tornando-se refém daquilo que pregava e vendo os abusos e excessos cobrarem seu preço. Um disco pouco inspirado, que prenunciava a nuvem negra que se instauraria na banda nos anos seguintes.
1982 - Rock in a Hard Place O fundo do poço chegou e o Aerosmith fez o impensável: Um disco sem Joe Perry. O resultado foi um disco sem inspiração e de quebra sem Brad Whitford, a espinha dorsal racional que segurava a onda apesar de ser outro doidão. Os fãs até tentam, mas o fato é que esse disco não faz nenhuma falta na discografia dos caras e eles fazem muito bem em ignorá-lo até hoje.
1985 - Done With Mirrors Nem mesmo o retorno de Joe e Brad salvaram esse disco de ser uma completa bomba. Sem inspiração, com timbres xoxos e musicalidade apagada, a única coisa boa que se pode dizer aqui é que esse disco foi importante para que a banda recuperasse o norte e recolocasse sua carreira nos trilhos. Passe longe disso aqui se quiser ouvir boa música.
1987 - Permanent Vacation O renascimento do grupo não seria possível sem esse espetacular álbum. Impulsionado pelos hits Rag Doll, Angel e Dude (Looks Like A Lady), a banda se aproveitou do boom da MTV para emplacar clipes e chamar atenção do público mais jovem. Além disso, ao chamar Desmond Child e Jim Vallance para compor alguns temas, a banda tinha garantia de hits radiofônicos perfeitos para a juventude da época, que acabava de descobrir Guns n' Roses e Mötley Crüe. Álbum necessário e imprescindível para amantes dos anos 80.
1989 - Pump Seguindo a onda do disco anterior e investindo pesado no acento pop, Pump marca uma crescente do Aerosmith e o firma como uma força musical do momento. Certificado com platina, o disco teve hits indiscutíveis, como Monkey On My Back, Love in An Elevator e a maravilhosa balada What It Takes, presente até hoje nos shows da banda, com maravilhosa performance de Steven Tyler. Aqui o Aerosmith se tornava novamente uma das maiores bandas do mundo.
1993 - Get A Grip Após o renascimento iniciado com Permanent Vacation e firmado com Pump o grupo lançou seu maior sucesso comercial chamado Get A Grip. Com uma capa polêmica, mostrando um piercing na teta de uma vaca e gerando algumas polêmicas com os ativistas (não seria a primeira), o Aerosmith lançou o disco que representou o auge de seu renascimento comercial. Com Cryin', Crazy, Amazing, Livin' On The Edge, Shut Up And Dance, a banda desfilava hits atrás de hits, mostrando shows cada vez mais interessantes e repletos de rock n' roll.
1997 - Nine Lives No ano maldito para o hard rock, o Aerosmith até que sobreviveu bem. Nine Lives está longe de ser um disco ruim, no máximo é diferente dos demais. Com uma boa produção, trouxe uma sonoridade até então inexplorada pela banda como em Taste Of India, e baladas mais açucaradas como Hole In My Soul. Destaque também para músicas como Full Circle e a deliciosamente estranha Pink. Vale a audição.
2001 - Just Push Play Esse disco, apesar de bons momentos, mostrou que o poder criativo dos caras já estava dando sinais de esgotamento apesar de algumas boas canções como a bela balada Fly Away From Here. Mesmo assim, esse disco obteve certo sucesso comercial, especialmente por causa da música Jaded, o maior hit do álbum.
2004 - Honkin' On Bobo Vários covers de blues antigos para suprir os fãs da banda e nada mais. Assim pode ser definido esse disco que não acrescentam nada na carreira da banda.
2012 - Music From Another Dimension Após 11 anos do último disco de inéditas o Aerosmith aparece novamente com um disco sem inspiração, apenas pra cumprir tabela, já que ao vivo ninguém saber de nenhuma canção daqui. Talvez Could Have Been Love ficasse bacana ao vivo, mas tenho lá minhas dúvidas, pois está claro que a inspiração já se foi.

Alien

Capitaneado pelo guitarrista Tony Borg e o tecladista e vocalista Jim Jidhed (principal compositor do grupo), o Alien obteve certo sucesso gravando um cover dos Marbles e posteriormente uma música para o filme The Blob, no Brasil chamado de A Bolha Assassina. Mas vamos aos discos. O primeiro disco da banda, oriunda da Suécia traz 2 canções indispensáveis para os amantes do aor: Brave New Love e Tears Don't Put Out The Fire, radiofônicas ao extremo e musicalmente muito bem construídas. A primeira estourou ao ao aparecer nos créditos finais do filme The Blob, o que fez muita gente se apaixonar pelo estilo e imediatamente o associar aos filmes da época, como uma espécie de característica da época. A partir daí o poder criativo do grupo seria diluído em poucas canções de destaque recebendo pouca ou nenhuma atenção da mídia especializada.

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