domingo, 15 de janeiro de 2023

Disco Imortal: Bon Jovi – Slippery When Wet (1986)

 Disco Inmortal: Bon Jovi – Slippery When Wet (1986)

Mercury Records / Vertigo Records, 1986

Desde que estourou na cena do hard rock, o Bon Jovi passou por várias fases. Porém, a banda ganhou importância muito cedo e soube trabalhar sua validade até hoje, pois ainda lotam estádios mundo afora com fãs incondicionais que entoam, a plenos pulmões, aquelas canções que iluminaram os anos 80 e que ignore a passagem do tempo. O fenómeno que o Bon Jovi provoca, em pleno século XXI, é um tesouro muito valioso que poucas bandas podem atribuir a si próprias, identificando o aparecimento do seu terceiro álbum como o ponto de partida para uma colheita tão generosa, parâmetro que permitiu eles para aumentar a aposta no meio da cena. Com capa censurada nos Estados Unidos e com faixas repletas de genuíno hard rock, os anos nos deram a perspectiva de apontar que "Slippery When Wet" foi gigante, em um ano de gigantes,

Em "Slippery When Wet" havia uma conjunção que não existia nos álbuns anteriores da banda: a fusão dos talentos de Jon Bon Jovi, Richie Sambora e Desmond Child refinou um estilo que esclareceu suas ideias musicais, o que os faria se destacar do resto. Refrões longos, sentimentalismo impecável, uma estrutura melódica que buscava a progressão por uma essência bem country; esta linha deu um valor acrescentado ao álbum e sublinhou o virtuosismo dos membros, especialmente Richie Sambora, um guitarrista contundente que aplicou tanto sentimento às canções que alcançou a sua própria transcendência.

"Let It Rock" é um ótimo gancho começando com aquela introdução barroca e teclados no estilo Deep Purple que dão lugar a um tema magnífico cheio de hard rock bem americano. E o que dizer de "You Give Love a Bad Name", uma música que sempre nos acompanhou e mostra cada vez mais energia. A sonoridade é marca registrada de Desmond Child, o gênio da época, e que lhe deu uma criatividade ímpar desde o início a capella, para explodir numa onda de loucura. A voz de Jon é implacável, perfeita para o estilo e a música não demorou muito para chegar ao número 1 da Billboard.

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"Vivendo em uma oração" é o estandarte. É aquela música que à primeira melodia traz à mente a imagem dos nova-jersey com seus cabelos compridos, calças de couro, rostos bonitos e seus vídeos de apresentações ao vivo. Radiável ad nauseam, mas nunca cansativo, destacava-se por aquele característico efeito talk-box de Sambora, pelos teclados precisos de Bryan e o baixo de Such, combinação que era sinônimo de solidez rítmica. Child, mais uma vez, fez seu nome ao criar o famoso refrão, que continuamos a cantar até hoje porque se tornou uma das melodias mais conhecidas dos anos 80. "Social Disease" é um disco mais clássico devido aos arranjos de metais, e ganha um certo ar jazzístico graças à colaboração de Tom Keenlyside. Naquela época era sugestivo começar uma música com os gemidos de uma mulher, mas depois dessa contribuição discutível, a faixa se torna pura energia, com um riff e instrumentos de sopro simplesmente luxuosos. É uma das canções mais bem conseguidas e é uma excelente antevisão de um clássico dos clássicos. "Wanted Dead or Alive" é único. Tem uma introdução acústica memorável, com doze cordas, que nos mostra a qualidade instrumental que a banda alcançou. Então eles eram mais do que apenas caras bonitos curtindo? Claro que sim, e esta faixa, como uma canção de estrada, foi a prova disso. Tem passagens bem avassaladoras e tem o melhor trabalho vocal do álbum, já que quase não tem coros. Conseguiu chegar ao topo e chamar a atenção da imprensa especializada. "Wanted Dead or Alive" é único. Tem uma introdução acústica memorável, com doze cordas, que nos mostra a qualidade instrumental que a banda alcançou. Então eles eram mais do que apenas caras bonitos curtindo? Claro que sim, e esta faixa, como uma canção de estrada, foi a prova disso. Tem passagens bem avassaladoras e tem o melhor trabalho vocal do álbum, já que quase não tem coros. Conseguiu chegar ao topo e chamar a atenção da imprensa especializada. "Wanted Dead or Alive" é único. Tem uma introdução acústica memorável, com doze cordas, que nos mostra a qualidade instrumental que a banda alcançou. Então eles eram mais do que apenas caras bonitos curtindo? Claro que sim, e esta faixa, como uma canção de estrada, foi a prova disso. Tem passagens bem avassaladoras e tem o melhor trabalho vocal do álbum, já que quase não tem coros. Conseguiu chegar ao topo e chamar a atenção da imprensa especializada.

"Raise Your Hands" é o típico hino de estádio, digerível e enérgico. «Without Love» é mais linear e até dispensável, enquanto os teclados radiofónicos dão lugar à balada «I'd Die for You», de estrutura simples mas ao gosto dos adolescentes, consumidor relevante da banda. "Never Say Goodbye" continua, uma balada poderosa com a qual eles conseguiram impressionar. O sucesso alcançado por essa música convenceu as gravadoras a apostar nesse formato de balada para chegar às paradas, então um grande número de bandas apostou nesse tipo de música. Por outro lado, "Never Say Goodbye" foi a prova de que Jon e Richie não precisavam de Desmond Child para compor canções que tocassem o coração e que se afastassem do gosto do rock clássico, mas impondo uma sonoridade igualmente impressionante. O encerramento é com «Wild in the Streets»,

A capa de "Slippery When Wet" tem sua história. Havia um original mostrando uma camisa de mulher, devidamente molhada, e com os seios aparecendo na luz. Mas, como fez a Geffen, nos Estados Unidos, com a primeira capa de "Appetite for Destruction", eles "descartaram" o desenho e o substituíram por um vidro que tem o nome do álbum escrito nele, com letras que simulam umidade.

Graças a este álbum, com muito peso e sucessos armados de inteligência e qualidade, o Bon Jovi se consolidou e estabeleceu um padrão no mercado, pois as gravadoras foram à caça de bandas com características como as suas; embora houvesse muitos clones, apenas eles dominaram a década e a tela da MTV até a ascensão do grunge. "Slippery When Wet" vendeu 28 milhões de cópias, das quais 12 milhões correspondem aos Estados Unidos e foi o autêntico trampolim que os catapultou para a validade que gozam até hoje. Deixando de lado os atrativos físicos de Jon e Richie, as canções revelam qualidade musical e composição, excelentes singles, alguns deles avassaladores, e um toque de distinção cortesia de Sambora, que foi totalmente iluminado em seus acordes.

O olhar do tempo nos permitiu analisar a contribuição instrumental em uma era de sexo, MTV e drogas, mas na qual Bon Jovi vestiu suas melhores armas (e cara, eles as tinham) para começar a percorrer um caminho que os levaria a patamares ainda mais criativos, consolidando uma marca indelével nos álbuns essenciais "New Jersey" e "Keep the Faith".

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