Acredito que todos que acompanhamos o mundo da música já por décadas temos aqueles sidemen que sempre nos roubaram a atenção, seja pelo talento, seja pela performance...ou, principalmente, por ambos! No meu caso, tenho vários e, de Mick Ronson e Earl Slick a Jeff 'Skunk' Baxter e Kenny Aronoff posso listar dezenas...
Mas nenhum deles me causou tanto espanto quanto Gail Ann Dorsey ao descobri-la no icônico show 'Going To California/Live At The County Bowl' (1990), da Tears For Fears. Portanto, estamos falando de uma sidewoman. Ali, Gail me ganhou pela beleza de seus fraseados no contrabaixo e por ainda mandar uns backing vocals absolutamente fantásticos, nada burocráticos. Além, é claro da bela postura de palco e carismática figura cênica. E isto, rapidamente, a transformou em uma das mais requisitadas musicistas do planeta, disputada a tapas por figuras do porte de Seal, Bryan Ferry, Boy George, Indigo Girls, Charlie Watts e, claro, seus 'patrões' mais regulares, a ponto de nunca prescindirem de seus serviços, Lenny Kravitz (assisti-a in loco em sua primeira passagem pelo Rio) e David Bowie, com quem atuou por 21 anos, até a morte do 'camaleão' em 2016. E foi, justamente, ao assistir sua performance no DVD 'A Reality Tour' (2004), mais especificamente no dueto de 'Under Pressure', que decidi-me por conhecer melhor esta extraordinária performer norte-americana da Pensilvania, mas radicada em Londres, e correr atrás de sua discografia, cuja existência já conhecia, mas os meios de consegui-la ainda eram um tanto difíceis. Foram mais de 2 anos de uma paciente pescaria por links para seus 3 únicos álbuns. E posso, sem receio algum, afirmar ter valido cada segundo investido.
O mais interessante é que, tendo sido lançados em décadas diversas -'Corporate World' (1988), 'Rude Blue' (1992) e 'I Used To Be...' (2004)-, cada um, à sua maneira, é um fiel retrato musical e comportamental de suas épocas. Não esperem aqui discursos adocicados. Seus trabalhos são quase conceituais. Além de musicalmente inspiradíssimos e executados com perfeição cirúrgica...mas sem jamais perder o groove. E é groove a dar com o pau! E com Gail mostrando toda sua musicalidade em diversos instrumentos, além do baixo. E que voz!!!
Como explicar que tanta música pop de qualidade duvidosíssima, para dizer o mínimo, infeste as playlists de bilhões ao redor do planeta e um talento como o de Gail Ann Dorsey, uma autêntica lenda dos estúdios e palcos e com trabalhos solo de tamanha envergadura, mantenha-se na obscuridade?
O mais interessante é que, tendo sido lançados em décadas diversas -'Corporate World' (1988), 'Rude Blue' (1992) e 'I Used To Be...' (2004)-, cada um, à sua maneira, é um fiel retrato musical e comportamental de suas épocas. Não esperem aqui discursos adocicados. Seus trabalhos são quase conceituais. Além de musicalmente inspiradíssimos e executados com perfeição cirúrgica...mas sem jamais perder o groove. E é groove a dar com o pau! E com Gail mostrando toda sua musicalidade em diversos instrumentos, além do baixo. E que voz!!!
Como explicar que tanta música pop de qualidade duvidosíssima, para dizer o mínimo, infeste as playlists de bilhões ao redor do planeta e um talento como o de Gail Ann Dorsey, uma autêntica lenda dos estúdios e palcos e com trabalhos solo de tamanha envergadura, mantenha-se na obscuridade?
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