segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

GRAVETOS & BERLOQUES (MORGAN JAMES )



Finalmente, uma das divas prediletas desta birosca brenfoetílicomusical tem sua discografia atualizada.
E com 3 álbuns! Dois destes, 'Blue'(2016) e 'The White Album' (2018), belos e personalíssimos tributos a obras icônicas do universo pop, o primeiro, uma obra irretocável de Joni Mitchell; o segundo, o clássico dos Fab4. Restando o confuso, mas com excelentes momentos, 'Reckless Abandon' (2017) como representante do trabalho autoral desta talentosíssima filha das Rocky Mountains
Há alguns meses, o divertido vídeo de um cover para 'All About That Bass', sucesso pegajoso de Megan Trainor, executado pelo projeto Postmodern Jukebox, liderado por Scott Bradlee, viralizou nas redes sociais. E foi desta maneira que o mundo tomou conhecimento da existência de uma linda cantora de expressivos olhos verdes e uma voz, apesar de transparecendo um profundo conhecimento musical e muito treinamento, encharcada de soul e drives perfeitos. E destacar-se em meio a tantos jovens talentos naquele vídeo, entre integrantes fixos e convidados, pode ser considerado um feito e tanto.
Mas isto não aconteceu da noite para o dia para esta nativa do Idaho de 33 anos. Filha de artistas e incentivada desde a mais tenra idade a seguir a carreira musical, preparou-se com aulas de canto e piano por toda sua vida, resultando no ingresso como bolsista na prestigiada Juilliard School, em NY, conseguindo o bacharelado em canto, com honras, em 2003. Como tantos candidatos ao estrelato na cidade que nunca dorme, passou pelo périplo de subempregos, pequenos papéis em clipes e seriados, trabalhos como backing vocal em estúdios e palcos, residências em jazz clubs, alguns papéis de destaque (outros, nem tanto) na Broadwayetcéteraetal, até que resolvesse por viabilizar o antigo projeto de um tributo intimista à sua grande paixão musical, Nina Simone. E assim nascia, em 2012, o espetáculo criticamente saudado 'Live From Dizzy's Club: A Celebration Of Nina Simone'. Com um repertório imbuído ao máximo em fugir do óbvio mas sem deixar alguns poucos temas emblemáticos na carreira da cantora, compositora, pianista e ativista norte-americana de fora, Morgan James construiu um belo trabalho, digno do destaque recebido na imprensa e responsável por torná-la conhecida em um meio tradicionalmente exigente, até mesmo ranzinza.
Com a gravadora, a Epic, satisfeita com o resultado modesto em vendas mas prestigioso criticamente de sua estreia, o próximo passo seria o lançamento de um álbum de estúdio de inéditas. E assim, teve início a gestação de 'Hunter'. Em meio a este processo, James resolveu investir em diversos projetos voltados à sua exposição nessa ainda engatinhando mídia cibernética e o retorno foi imediato, enchendo sua agenda com shows os mais diversos, de gêneros os mais variados. Acredito que, diante do bom trabalho desenvolvido em 'Hunter', com foco no r&b old schoolsouljazz e um discreto toque contemporâneo, lançado em finais de dezembro/2014, e com seus divertidos projetos sempre bombando nas mídias sociais -e um tantinho de ajuda de sua estonteante gostosura, por que não?-, tenha chegado a hora de brilhar a sua estrela. Até porque ela deixa claro ter muito ainda a ser revelado.

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