Jazz Sabbath era um grupo inglês fundado em Birmingham, no ano de 1968 e era considerada uma das melhores bandas do novo movimento de Jazz na Inglaterra. O disco de estreia estava planejado para ser lançado em 13 de fevereiro de 1970, mas um dia antes da data, seu fundador, Milton Keanes, teve um repentino ataque cardíaco e foi hospitalizado, causando um atraso significativo no lançamento do álbum. Ao sair do hospital, Milton notou que uma banda também de Birmingham chamada “Black Sabbath”, estava ganhando imenso sucesso, e percebeu que suas músicas eram apenas versões de Heavy Metal de suas próprias composições. Além disso, todas as gravações, bootlegs e performances ao vivo do Jazz Sabbath queimaram em um incêndio que ocorreu no armazém em que a banda realizava suas gravações, e basicamente, toda a existência do Jazz Sabbath foi apagada.
Incrivelmente 50 anos depois, as fitas contendo o álbum que pensavam ter se perdido no fogo, foram encontradas, provando que a lendária Black Sabbath não passavam de impostores. Uma boa história, certo? Seria ainda melhor se fosse tudo verdade. Bem, na realidade, Milton Keanes é o alter ego de Adam Wakeman, músico consolidado por ser o tecladista do Ozzy Osborne e também do próprio Black Sabbath, além de ser filho de Rick Wakeman, o lendário mestre das teclas de um dos maiores pilares da história do Rock Progressivo, o Yes. Obviamente, para descobrir que isso é uma piada, demorei algum tempo, embora eu imediatamente suspeitasse, mas foi quando vi o ótimo documentário disponibilizado no YouTube sobre essa história, que percebi que tudo isso não passava de uma ótima piada e uma excelente e divertida estratégia de marketing.
O repertório contém alguns dos maiores clássicos do Black Sabbath lançados entre 1970 e 1972, em belíssimas releituras em formatos de Jazz. Não há vocais neste registro, e o melhor é que não se perde nada com isso nas versões do Jazz Sabbath, pois em nenhum momento há a excessiva preocupação em simplesmente copiar as originais, é claro que, os elementos irreconhecíveis e clássicos estão presentes, mas ao mesmo tempo, foi adicionado de forma brilhante e eficaz, toda a liberdade de improvisação que só um gênero tão livre como o Jazz pode proporcionar.
O disco Jazz Sabbath tira o peso dos riffs de guitarra e da cozinha do Heavy Metal, e no lugar, coloca solos de guitarra limpos e belos, o groove, a beleza candura, o toque elegante e a liberdade de improviso do Jazz, fazendo canções icônicas de Rock, soarem como excelentes jams sessions de trios ou quartetos de Jazz. Adam Wakeman é um verdadeiro virtuoso do piano, e ao lado de uma banda fantástica, realiza uma estupenda execução de Jazz, numa performance extremamente convincente e fascinante!
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