quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Resenha - Antonius Rex – Zora

 


Banda: Antonius Rex
Disco: Zora
Ano: 1977
Selo: Tickle
Tipo: Estúdio

Faixas:
1. The Gnome – 6′16
2. Necromancer – 6′30
3. Spiritualist Seance – 10′07
4. Zora – 7′42
5. Morte Al Potere – 6′12

Formação:
Antonio Bartoccetti – voz e guitarras
Doris Norton – teclados e vocais
Albert Goodman – bateria


Resenha:
1. The Gnome
Espacial, um sintetizador fazendo o vento, uma bateria quase ‘dance’ (risos) e um baixo numa linha bem legal. O vocal de Antonio é simples e melódico.
Cheio de melodias nos teclados e um ‘vento’ que passeia o tempo todo. Lá pelos 3 minutos solos de violão dobrados fazem um melodia bem diferente.
O tema tem sua estrutura pesada, não no sentido Rock, e sim no sentido dark.
Depois de uma longa parte instrumental que hora faz menção a Disco Music ora ao gótico dark e sombrio, interessante mistura.

2. Necromancer
O Progressivo italiano tem uma característica básica, o vocal, em muitos momentos nas bandas italianos vocais como esse inicial são usados. Uma narrativa, normalmente em tom melancólico, triste ou pesaroso.
Depois dessa pequena introdução, os teclados é que mandam, muitas síncopas com paradas estratégicas e uma guitarra invocada também.
Daí pra frente é quase um free-jazz ferrado, num solo de piano e teclado longo, e depois ainda temos a guitarra solando também, num timbre quase limpo, na verdade duas guitarras também. Até o fim é o que se escuta, com uma linha de baixo e bateria excelentes segurando toda a música.
Destaque para Doris Norton pelos teclados.

3. Spiritualist Seance
Mais uma vez a maluquice impera, aqui a coisa complica, além dos vocais narrativos, passos e sons de (o que eu imagino ser) um castelo.
O que se segue é a melodia de órgão mais bonita que eu já vi, digna de figurar em qualquer filme sobre religiosidade (se bem que… ah deixa pra lá).
Numa seqüência melódica pra lá de mágica Doris construiu um belíssimo tema épico.
Perto dos 6 minutos e meio uma vocalização feminino encarna outro personagem, deixando a faixa com um clima ainda mais pesado.
Como se fosse o povo reclamando os direitos na rua, ainda mais quando mais vocais se juntam a voz inicial.
A coisa quase volta com a guitarra alucinada de Antonio, mas tudo já tinha sido traçado. E como gostinho de quero mais no finalzinho o órgão volta…. e em seguida para (risos).

4. Zora
Dessa vez temos um progressivo ‘convencional’ com tempo diferente, melodias rebuscadas, e muita quebradeira.


Depois da introdução um quase típico vocal italiano, daqueles melódicos e bonitos.
A melodia que segue é bonita, um violão dedilhado, o teclado sempre presente, e uma interessante linha de baixo. No solo seguinte muita maluquice em linhas de guitarras interessantes.
Na parte final o vocal volta a ativa em sua melodia inicial cheia de efeitos. Este seria o fim do (curto) disco numa melodia mais Progressiva novamente (com a excelente bateria de Albert Goodman) mas essa versão tem um som extra.

5. Morte Al Potere
Por aqui a guitarra pega pra valer em variados solos e com um vocal feminino.
A temática é obscura como no resto do disco, com melodias acessíveis, mas sempre com caídas para a melancolia ou tema dark.
Os teclados enveredam pelos órgãos, que são perfeitos pro clima que eles precisavam. Soturno!
E doido até o fim! (Especialmente no fim).

Raro? Provavelmente! Nem mesmo o projeto mais ‘conhecido’ de Antonio, o Jacula é fácil de encontrar. No entanto raro não significa bom.


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