sábado, 14 de janeiro de 2023

Resenha: Banda Do Sol – Tempo



Disco: Tempo
Ano: 2010
Selo: Independente
Tipo: Estúdio

Faixas:
1. Som Do Sol – 3’50
2. Voar – 7’35
3. Quem Eu Sou? – 3’59
4. Yer Blues – 4’13
5. Praça Da Paz – 4’04
6. Tempo – 10’02
7. Fabito – 4’24
8. Maya – 6’39
9. Sinal Da Liberdade – 7’41
10. Janavatar – 1’33
11. Prana (Bônus) – 3’30
12. Mahavishnu (Bônus) – 4’14

Formação:
Moacir Jr – voz, violão, flauta e guitarra
Fran Simi – guitarras
Cesinha Rodrigues – baixo
Fabio Fernandes – bateria
Allex Bessa – teclados
Músicos convidados:
Jimmy Junoi – harmonio, cimbalos e tampura (9)
Johnny Murata (Lumina) – cítara (9)
Marcos Trinca – tabla (9)
João Lopes – teclados (1,6,10,11 e 12)
Billy Sherrwood (Yes, Circa, Yoso) – guitarra (7 e 9)

Resenha:
A Banda Do Sol não é nenhuma novata, apesar de Tempo (2010) ser uma espécie de primeiro disco pra banda, eles já estiveram juntos, inclusive com um disco gravado no começo dos ano 80, e todos os seus músicos tem uma longa lista de contribuição pra música brasileira.
Em 2006 o grupo retomou atividades e o resultado foi este Tempo (2010) que resenho abaixo e que foi mixado por Billy Sheerwood (Yes, Circa, Yoso).
1. Som Do Sol
Antes de mais nada uma coisa precisa ser dita, Moacir Jr, o Moa (voz, violão, guitarra e flauta), principal compositor do grupo é um ótimo compositor e um grande vocalista.
A faixa que abre o disco é calma e a melodia é o mais importante, mas sabiamente o arranjo foi elaborado na parte final, dessa maneira temos uma boa variante.

2. Voar
Início arrasador, riff cheio de convenções, guitarra esperta de Fran Simi.
Após a introdução a música acalma e surge o vocal. Allex Bessa faz um bom trabalho com os sintetizadores e teclados, sabendo que timbres usar. Depois do primeiro verso uma parte instrumental pesada e tudo muda pro próximo verso.
Gosto do timbre de baixo de Cesinha Rodrigues, é o meu timbre preferido no Rock Progressivo e é ele que segura sabiamente a base pra viagem final da música.

3. Quem Eu Sou?
A 3ª faixa de Tempo (2010) traz  explicitamente a influência de George Harrison e sua espiritualidade em forma musical no som da Banda Do Sol e de Moa Jr, incluindo a guitarra slide marca do guitarrista.
Mais uma vez Bessa se mostra competente, ao invés de aparecer ele sabiamente sabe escolher os melhores timbres de teclados pra cada parte da música, em cada uma das canções. Ponto pra ele!

4. Yer Blues
As letras existencialistas e positivas de Moacir caem bem com o título da 4ª faixa.
Não chega a ser um Blues autentico, o que é bom, mas a influência está presente, sim! Após a letra Cesinha inicia um ótimo riff, o grupo tem bons riffs por sinal, em vários momentos do disco. Desaba em um solo de guitarra.

5. Praça Da Paz
Emendada em ‘Yes Blues’ o piano de Allex faz a transição entre as duas faixas. Acho que teria sido uma ótima ideia se as duas faixas tivessem sido unidas em uma só, uma pequena duíte.

6. Tempo
A faixa central do disco é também a mais longa (10:03) e a única parceria do álbum, escrita por Moacir Jr e o baterista Fabio Fernandes, também integrante do trio de Jazz/Fusion Lumina. Ótima linha de baixo e aos 2 minutos um riff intrincado que deságua em outro riff, mais pesado que o anterior.
Os temas existencialistas com muitos momentos de reflexivos são uma constante, uma clara influência da espiritualidade indiana por toda parte, nas letras, no encarte do CD e mais na frente, na música também.
Grande solo de guitarra de Fran nessa faixa, atmosférica e inebriante.

7. Fabito
1ª das 3 faixas instrumentais do disco. Têm um balanço quase Soul, uma cadência Funk, mas com várias mudanças melódicas e riffs, sem contar o baixo ‘insistente’ (de forma positiva) de Cesinha, como já disse, gosto do timbre que ele usa.
Allex traz novos ares com um ótimo piano e logo após o próprio Billy Sheerwood participa do disco com um rápido solo de guitarra.

8. Maya
Faixa com ritmo pulsante, eu poderia dizer que é alegre, mas não é bem o caso. Especialmente com a chegada da letra. Acho que um pouco do Yes dos anos 80 pode ser ouvido aqui nessa faixa.
‘Ainda tenho sonhos/Ainda é tempo’, canta Moacir, provavelmente ligado ao sonho musical e depois de tantos anos sendo continuado com o lançamento desse disco.

9. Sinal Da Liberdade
Aqui sim temos a mencionada anteriormente influência indiana na música do grupo que até então era só um ‘namoro’. Incluindo as participações de Johnny Murata (parceiro de Fabio no Lumina) na cítara, Marcos Trinca na tabla e Jimmy Junoi nas percussões. Billy também confirma presença na faixa cheia de participações em alguns solos de guitarra.
Ótima parte instrumental no meio de ‘Sinal Da Liberdade’.

10. Janavatar
A 2ª faixa instrumental do disco é curta ‘Janavatar’, uma bonita peça ao teclado. Seria o fim perfeito para o disco, e um bom fim.

11. Prana (Bônus)
No entanto, a banda decidiu adicionar duas faixas bônus ao disco, ‘Prana’ é a primeira delas. Mesmo sendo uma faixa bônus é uma faixa inédita. E mesmo que não pareçam, as músicas bônus foram gravadas ao vivo.
De qualquer maneira, é uma bela faixa, poderia tranquilamente ter entrado no disco.

12. Mahavishnu (Bônus)
Pra completar os bônus de Tempo (2010) mais uma influência indiana. Fato que norteia o disco como um todo.
Também a última das 3 faixas instrumentais.

Ao meu ver Tempo (2010) é um disco cheio de méritos e um dos melhores lançamentos nacionais do gênero, mas isso é baseado nos arranjos da banda e nas composições de Moacir.
A mixagem final do disco deixou a desejar. Reverb demais foi adicionado em quase tudo e o som da Banda Do Sol foi diminuído e comprimido, deixando o disco com um timbre grave demais que ele não merecia. O disco poderia levar facilmente um 5, não leva por isso.


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