segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Resenha Legacy Álbum de Hypnos 69 2010

 

Resenha

Legacy

Álbum de Hypnos 69

2010

CD/LP

Hypnos 69 sem dúvida foi um dos grupos mais interessantes e representativos da cena experimental belga do século XXI, onde na primeira década do período lançou alguns bons discos antes de finalizar a sua história em 2012. Legacy, lançado em 2010, não foi apenas o seu último lançamento, mas o seu magnum opus. Uma combinação envolvente de composições psico-progressivas com uma sonoridade vintage dos anos 70 que é natural, dinâmica e que respeita muito bem o som de cada um dos instrumentos, que inclusive, possui uma lista enorme e impressionante, bateria e percussão, baixo, guitarra, efeitos, órgãos, mellotron, saxofone, Hammond entre outros que são muito bem espalhados em seus mais de 72 minutos de duração. 

Legacy de modo geral é um disco bastante divertido, com todos os seus músicos usando de técnicas modernas e instrumentos clássicos. É possível perceber a influência de tantas bandas aqui, nomes como Focus, Nektar, Barclay James Harvest, a primeira fase do King Crimson, Van der Graaf Generator, Pink Floyd, Eloy e até algumas pinceladas de Yes, além de acenos a Frank Zappa. Todas essas influências são misturadas em um bom equilíbrio de faixas mais curtas e épicos.  

Ainda que os épicos que iniciam e finalizam o disco sejam onde se encontram os maiores trunfos de Legacy, cada uma de suas faixas são surpreendentes. Há excelentes passagens instrumentais, riffs cativantes, linhas maravilhosas de guitarras, solos tocantes, belíssimos arpejos, ondas de teclados old school, musicalidade intrincada e complexa que estão sempre se encaixando e fluindo muito bem, seção rítmica rica, dinâmica e criativa, além de uma produção muito boa, crua e fresca. Vale destacar também os humores sombrios e melancólicos que são muito bem trabalhados com as passagens mais cristalinas e silenciosas. Os vocais não ficam pra trás, pois embora não possuam um brilhantismo, estão sempre em perfeito equilíbrio e harmonia em cada uma das 7 faixas do disco.  

Este é um claro exemplo de demonstração em que uma banda não precisa se destacar em originalidade e inovação para que a sua música seja considerada digna de uma grande nota, basta saber forjar com competência as suas influências 70’s para que haja uma viagem no tempo extremamente agradável. Uma pena a banda ter encerrado suas atividades depois do seu maior feito, gostaria muito de ver como a banda lidaria com ela mesma após colocarem mais alto do que nunca o sarrafo que mede a qualidade dos seus discos.  

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