sábado, 14 de janeiro de 2023

Resenha Night On Bald Mountain Álbum de Fireballet 1975

 

Resenha

Night On Bald Mountain

Álbum de Fireballet

1975

CD/LP

Muitas vezes, ao usarmos a palavra superestimado para definir algum disco, pode soar como se fosse algo pejorativo, mas nem sempre isso é um fato, pois muitas vezes apenas estamos tentando dizer que ele não nos atinge de uma maneira tão eminente quanto parece ter atingido a maioria das pessoas. Night On Bald Mountain é bom exemplo disso, pois apesar de considerá-lo um bom álbum, passa longe da magnificência que já o vi ser colocado. Sinto que os músicos são muito melhores do que a música que eles entregaram, ficando parecendo que apesar de possuírem um grande potencial, tiveram dificuldade em desenvolver uma coleção de peças que viessem a se tornar memoráveis após algumas audições.  

“Les Cathedrales”, música que inicia o álbum, é um número muito bom, repleto de guitarras, órgão e várias boas mudanças de andamento que vão desde um começo pesado a um clima atmosférico que faz com que lembremos de Genesis – embora um pouco demais, pecando na originalidade. Mas apesar disso, considero um começo de disco muito bom. “Centurion (Tales Of Fireball Kids)” direciona o álbum para uma musicalidade mais pomposa, sendo mais influenciada em Emerson, Lake & Palmer e Triumvirat. Possui algumas mudanças de ritmo interessantes. 

“The Fireballet”, dentro da miscelânia de influências da banda, agora é hora de vermos um forte aceno ao Focus em sua introdução. Musicalmente é boa, mas considero os vocais pouco inspirados e vão ficando cada vez mais irritante – uma espécie de Yes com vocais ruins - conforme a peça se desenvolve. “Atmospheres”, a forma como ela começa suave é claramente influenciada no Genesis. Quando a ouvi pela primeira vez, achei que estaria diante de um dos destaques do disco, mas apesar de bonita e ter um solo de flauta legal, no fim das contas, acabou soando muito previsível e caminhando para uma direção musical chata.  

“Night On Bald Mountain” é a faixa título e que por meio dos seus quase 19 minutos encerra o disco. Uma versão da composição clássica de Mussorgsky misturada com ideias próprias da banda. Se existe um momento para chamar de brilhante no disco, certamente é este, com a banda conseguindo cobrir um tema clássico quase sem adições orquestrais e mesmo assim obtendo bastante êxito no resultado final. Mesmo sem muita originalidade, as várias mudanças e referências, além de momentos dramáticos, fazem da peça um exemplar progressivo bastante valioso. Vale mencionar também a vibração meio hard/heavy dos vocais que remete um pouco ao Uriah Heep.  

Apesar de às vezes soar exageradamente derivado, há uma boa exibição de musicalidade principalmente na faixa título, sendo essa sem dúvida o principal motivo de eu dar a este disco nota 3 – que o tira do status de mediano -, onde mesmo não tendo força para ser chamado de clássico absoluto, os amantes mais pertinazes de rock progressivo sinfônico dos anos 70 terão muito com o que se entreter aqui – ao menos por um tempo. 

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