segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Review: Arch Enemy – Deceivers (2022)

 


Referência na cena metal há duas décadas, o Arch Enemy soube se reinventar como poucas bandas de sua geração. As idas e vindas de Christopher Amott, motivadas pelas brigas com seu irmão Michael – líder da banda -, chegaram ao fim com a entrada de Jeff Loomis, um dos maiores guitarristas do seu tempo e com passagem brilhante pelo Nevermore. E para o lugar de Angela Gossow, que hoje exerce a função de manager do quinteto, a força da natureza conhecida como Alissa White-Gluz tomou conta. Completam o time o já citado Michael Amott, o espetacular baixista Sharlee D’Angelo e o fenomenal baterista Daniel Erlandsson. Um verdadeiro dream team do metal, convenhamos.

Deceivers, lançado em 12 de agosto, é o terceiro álbum com essa formação e o melhor desde que a banda foi reformulada – a nova fase conta ainda com War Eternal (2014) e Will to Power (2017). Produzido por Jacob Hansen, o disco traz onze faixas e mostra o quanto o Arch Enemy conseguiu se descolar do seu gênero inicial, o death metal melódico, e hoje faz simplesmente um metal agressivo, pesado, técnico e repleto de melodia. Os caras conseguiram desenvolver um estilo próprio, característica que diferencia as grandes bandas.

Há uma surpresa inicial em “Handshake with Hell”, onde Alissa varia o vocal gutural com sua voz natural, alcançando um resultado ótimo e que aponta para um caminho que a banda pode seguir nos próximos anos. O trabalho de composição, como sempre, é primoroso, equilibrando violência sonora com acessibilidade, resultando em um som absolutamente contagiante. As guitarras de Amott e Loomis se revezam em riffs e solos, erguendo muralhas que são solidificadas com o trabalho brilhante de Erlandsson, um dos melhores bateristas do planeta e que é criminosamente menosprezado quando se elencam as referências do instrumento. Alissa merece elogios à parte, pois ela é a cara da banda e o principal ingrediente que renovou o som do Arch Enemy, e segue brilhando de maneira intensa no álbum.

O tracklist é fortíssimo e traz momentos sublimes como a já mencionada “Handshake with Hell”, “Deceiver, Deceiver”, “The Watcher”, “Sunset Over the Empire”, “House of Mirrors”, “Spreading Black Wings” e o fechamento em alto estilo com “Exiled from Earth”.

Deceivers é o documento definitivo da força monolítica do atual Arch Enemy, uma reunião de músicos experientes e talentosos trabalhando juntos para fazer história no heavy metal. Ao final da audição do álbum, fica claro que eles estão conseguindo alcançar seus objetivos.


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