domingo, 12 de fevereiro de 2023

Disco Imortal: Def Leppard – Hysteria (1987)

 

Disco Inmortal: Def Leppard – Hysteria (1987)

Phonogram / Mercury Records, 1987

Para alguns, é o ponto alto da carreira. Para outros, mais um lançamento apoiado por emissoras de rádio e vídeos chamativos que passam o tempo todo na MTV. Em todo o caso, falar de “Hysteria” é referir-se a um disco essencial de hard rock que só tem vindo a ser cada vez mais reconhecido ao longo dos anos. Para entender esse sucesso, temos que colocá-lo em perspectiva. Foi em 1987, quando o hard rock estava no auge, então a banda decidiu se concentrar em gerar canções mais radiofáveis ​​e estender o que havia conseguido com o álbum anterior (o bom "Pyromanía"). Isso foi o suficiente para quebrar todos os recordes: nada menos que sete singles no topo das paradas.

A sonoridade de “Hysteria” é adocicada e comercial, mas é amparada por bons refrões, uma produção marcante e uma alegria transbordante no palco, apesar de ter que superar a desgraça do baterista Rick Allen, que perdeu um braço em um acidente, sem que diminuindo seu desejo de continuar jogando. É disso que é feito “Hysteria”, um álbum trabalhado, analisado, com quatro anos de diferença em relação ao seu antecessor, que claramente valeu a pena.

Talvez fosse arriscado começar como "Mulheres"; musicalmente é bom, o início é chamativo, pulsante, as guitarras são suaves, mas estamos sempre esperando que mais decolem; por outro lado, o refrão não é muito original, embora seja preciso reconhecer essa mistura baixo/bateria e como eles mantêm o ritmo. "Rocket" também tem letras excelentes, o que soa como uma grande homenagem às suas influências (Queen, Bowie, Slade). A energia das guitarras sobe e faz pausas interessantes, enquanto o refrão e a voz de Elliot sobem e descem de intensidade. “Animal” é a música que mais demorou para ser desenvolvida, levando quase 3 anos para conhecê-la como ela é. O melhor são os refrões e a ponte (tenho que sentir no sangue…), uma das melhores do disco sem dúvida, com aquela mistura de potência e bom gosto. Reitero que o refrão deve ser um dos melhores do hard rock e não cansa, mesmo que você ouça 1000 vezes. Qualidade que eles chamam.

Uma das rainhas das Power Ballads dos anos 80 é “Love Bites”. Tem uma introdução estranha e pouco promissora, mas a partir daí é pura reprovação sentimental, imprópria para quem é sensível. Esse tipo de música abundava em bandas pesadas e a maioria delas eram cansativas, porém, Elliot atinge notas altas que cheiram a desgosto e sofrimento, e depois desce e termina cada refrão recuperando energia. Há sempre um bom equilíbrio entre a bateria e as guitarras. Com o passar dos anos, essa balada se tornou muito forte, mas naquela época era uma parada obrigatória para os jovens. É por causa dela que o álbum destruiu as paradas de popularidade, mas não vamos diminuir isso para “Pour Some Sugar on Me”. Liricamente não é um prodígio, mas as pessoas correram para comprá-lo como se nada importasse. Com um soco poderoso e uma exibição especial de bateria, é feito para ser curtido ao vivo porque as guitarras se destacam, enquanto a bateria de Allen assume um papel estrondoso, do começo ao fim. Música que te faz amar rock.

Joe Elliot sempre enfatizou que eles são uma boa banda porque escrevem boas músicas, fato que é demonstrado com "Armageddon It". A melodia é muito bem estruturada, com aquele violão que sempre acompanha com dedilhadas suaves, enquanto o refrão e pré-refrão são os melhores. E o solo que entrega o grande e desvalorizado Steve Clark, um herói que é estrela absoluta de outra grande composição, como “Gods of War”. O tema tem tudo; um início soberbo de baixo e bateria alerta que esta é uma criação fantástica, bons refrões e riffs mágicos. Longa e muito cuidada, com samples de qualidade a cada minuto, um refrão fabuloso e refrões fabulosos. Excelente.

“Don't Shoot Shotgun” é mais rock, há muito punch desde o início e guitarras desafiadoras, quase tanto quanto em “Run Riot”, onde a voz aguda de Joe Elliot se destaca enormemente. A faixa-título do álbum também tem ótimos refrões e aqueles contrapontos “oh, você pode sentir, pode acreditar?”; eles são enormes!

Todo o álbum tem um cuidado especial com as vozes, tanto de Elliot quanto dos coros. Lange consegue efeitos muito futuristas e inovadores. Clark e Collen, superlativos e ao vivo, prodígios do rock. Com o tempo, teríamos desejado que o Def Leppard tivesse gravado solos mais complexos para este álbum, já que os riffs são grandes contribuições para o álbum, que há muito está guardado como um dos registros dessa loucura chamada hard rock. Fazendo jus ao nome, pois em determinado momento só falavam deles, o Def Leppard tinha o mundo a seus pés, dono de uma histeria que não acaba nem com o passar dos anos.

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