O melhor álbum de Bowie (o preferido do cantor) na primeira prensagem brasileira de 1977 pela RCA. Coisa linda (NM). Eu tinha me desfeito de minha cópia em cd – erro quase imperdoável – mas agora me redimo ao adquirir o LP. Isto não é bem uma resenha, mas um bate-papo sobre este grande disco. Me lembro de não “sacar” muito este disco quando o escutei pela primeira vez. Não soava pop, não soava rock, não soava a Bowie. Soava a música de elevador, descartável, difícil. Num certo sentido é isso mesmo, pois gerou um único single. Com o tempo e minha mudança de gosto musical (passei a curtir Kraftwerk, bandas instrumentais [ou quase] do selo 4AD, trilhas) este álbum passa a fazer sentido para os meus ouvidos agora mais ecléticos.
Confesso que o que ajudou a forjar minha simpatia por “Low” foi a íntima relação entre o som e a cortina de ferro que durou até a queda do muro de Berlim em 89. O álbum teve dois locais de concepção: O Château d'Hérouville na França e o Hansa Studios em Berlim - a cidade que dividiu o mundo em dois durante quase 3 décadas (Bowie passou a morar no bairro de Kreuzberg em companhia de Iggy Pop para desintoxicar-se). Tenho uma queda pelo Leste Europeu socialista, escuro, frio, enigmático, sei lá... Uma sensação parecida eu tive quando escutei a discografia do Ultravox - que também me remeteu à mesma concepção. Totalitarismo.
Sem ser fã de Bowie, me identifico com este disco por justamente sair de seu estilo. O disco parece uma bagunça sonora, mas consegue uma identidade pela participação de Brian Eno – que também teve papel fundamental na mudança sonora do U2 -e a ousadia forçada numa fase do cantor mergulhado no vício e buscando se apartar da realidade ocidental. No lado um destaco “Always crashing in the same car” e “A new career in a new town”. O lado dois...bem....é uma coisa. Eu diria que fica entre os 5 lados fundamentais da segunda metade da década, musicalmente em importância. É um marco na música pop, pois quebrou com tudo o que se esperava do Camaleão até aquele ponto de sua carreira. Sua sonoridade abriu as portas para o Techno-pop, o gótico - influenciando bandas como o Joy Division (cujo primeiro nome Warsaw foi retirado da faixa “Warsawa”) e todo o pós-punk.
A capa – sempre um must em se tratando de Bowie, remete ao filme de 1976 “O homem que caiu na Terra”, estrelando o próprio – e que vale a pena ser visto!
Nos últimos anos, duas edições reavivaram este disco: As edições “Low Live” com registros ao vivo das canções e “Low sessions” com as sessões de gravação do mesmo. Também foi editado no Brasil o livro homônimo do escritor Hugo Wilcken pela editora Cobogó (o qual pretendo adquirir) que fala tudo o que se precisa saber sobre a feitura do álbum.
Enfim, um disco para escutar num dia nublado, introspectivo. Para sair deste mundo louco. Bowie vive...
Confesso que o que ajudou a forjar minha simpatia por “Low” foi a íntima relação entre o som e a cortina de ferro que durou até a queda do muro de Berlim em 89. O álbum teve dois locais de concepção: O Château d'Hérouville na França e o Hansa Studios em Berlim - a cidade que dividiu o mundo em dois durante quase 3 décadas (Bowie passou a morar no bairro de Kreuzberg em companhia de Iggy Pop para desintoxicar-se). Tenho uma queda pelo Leste Europeu socialista, escuro, frio, enigmático, sei lá... Uma sensação parecida eu tive quando escutei a discografia do Ultravox - que também me remeteu à mesma concepção. Totalitarismo.
Sem ser fã de Bowie, me identifico com este disco por justamente sair de seu estilo. O disco parece uma bagunça sonora, mas consegue uma identidade pela participação de Brian Eno – que também teve papel fundamental na mudança sonora do U2 -e a ousadia forçada numa fase do cantor mergulhado no vício e buscando se apartar da realidade ocidental. No lado um destaco “Always crashing in the same car” e “A new career in a new town”. O lado dois...bem....é uma coisa. Eu diria que fica entre os 5 lados fundamentais da segunda metade da década, musicalmente em importância. É um marco na música pop, pois quebrou com tudo o que se esperava do Camaleão até aquele ponto de sua carreira. Sua sonoridade abriu as portas para o Techno-pop, o gótico - influenciando bandas como o Joy Division (cujo primeiro nome Warsaw foi retirado da faixa “Warsawa”) e todo o pós-punk.
A capa – sempre um must em se tratando de Bowie, remete ao filme de 1976 “O homem que caiu na Terra”, estrelando o próprio – e que vale a pena ser visto!
Nos últimos anos, duas edições reavivaram este disco: As edições “Low Live” com registros ao vivo das canções e “Low sessions” com as sessões de gravação do mesmo. Também foi editado no Brasil o livro homônimo do escritor Hugo Wilcken pela editora Cobogó (o qual pretendo adquirir) que fala tudo o que se precisa saber sobre a feitura do álbum.
Enfim, um disco para escutar num dia nublado, introspectivo. Para sair deste mundo louco. Bowie vive...
A capa – sempre um must em se tratando de Bowie, remete ao filme de 1976 “O homem que caiu na Terra”, estrelando o próprio – e que vale a pena ser visto!
Nos últimos anos, duas edições reavivaram este disco: As edições “Low Live” com registros ao vivo das canções e “Low sessions” com as sessões de gravação do mesmo. Também foi editado no Brasil o livro homônimo do escritor Hugo Wilcken pela editora Cobogó (o qual pretendo adquirir) que fala tudo o que se precisa saber sobre a feitura do álbum.
Enfim, um disco para escutar num dia nublado, introspectivo. Para sair deste mundo louco. Bowie vive...
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