Resenha
Aja
Álbum de Steely Dan
1977
CD/LP
"Aja" teve Becker e Fagen usando os serviços de músicos top de linha do do jazz, jazz-rock e da soul music, incluindo Larry Carlton, o saxofonista Wayne Shorter, os bateristas Steve Gadd, Rick Marota e Bernard "Pretty" Purdie e o baixista Chuck Rainey, além de Denny Dias. "Aja" é considerado o mais requintado álbum da banda e, de fato, um dos melhores discos de todos os tempos. Ironicamente, um disco recheado de jazz tornou-se um clássico do rock. O disco se abre com "Black Cow". Digamos é uma mistura de jazz fusion com blues. Baixo bem destacado que eleva todos os instrumentos. Bateria simples e charmosa. Saxofone e trompetes sofisticados e empolgantes. Guitarra com pouco destaque. Teclado e piano complexos e charmosos. Uma boa musica para se iniciar. Em seguido temos a musica auto-intitulada, "Aja" que se inicia com um marcante piano, com os pratos da bateria leves. Há também a marcante voz de Donald Fagen. A bateria, ao decorrer da composição, vai lembrando muito a bossa nova com elementos de samba e até um jazz fusion com muito rock progressivo. O xilofone lembra muito feito por um sintetizador para lembrar a new wave que estava surgindo na época ou até mesmo, o rock progressivo, que estava mudando, devido ao punk, que estava no inicio de seu declínio. A guitarra de Walter Becker estava muito mais destacada. Saxofone continua sofisticado e charmosa, mas com mais elogio, parecendo mais como o protagonista e rasgado ao mesmo tempo. Uma das minhas favoritas, na verdade, o álbum é incrível. "Deacon Blues" é uma mistura de folk, rock e jazz. A bateria dessa faixa é excelente, oscilando entre o arroz e feijão do jazz e viradas simples. Trompetes e saxofones dando aquela preenchida no fundo e dando um charme a mais. Piano/teclado simples e com pouco destaque. Guitarra mais solta e leve. Violão suave e com acordes simples. Baixo sem muito o que falar, apenas sem graça. "Peg" começa lembrando muito alguma musica de pop brasileiro, mas fora isso, é uma excelente faixa, lembrando muito a disco music. A guitarra é o destaque, mais solta e que dita o ritmo da canção, junto com um baixo mais destacado e com timbre que lembra muito um Fender Jazz Bass. Bateria bem disco music. Teclado simples e tocante. Bateria bem no estilo de rock progressivo com elementos de jazz da década de 1940 ou 1950. "Home At Last" começa com um piano marcante, complexo e impactante. Logo depois vem a bateria, a guitarra e o saxofone. A musica é uma bela surpresa impactante mistura de reggae, rock e jazz. Uma bateria bem solta e com uma boa dose de reggae. Guitarra bem empolgante, principalmente em seu solo. Saxofones e trompetes novamente sofisticados e empolgantes. "I Got The News" tem um inicio com uma ótima virada de bateria, juntamente com um piano simples e glamoroso. Trompetes e saxofones, no inicio, bem tímidos, mas que vão ganhando seu espaço. Guitarra aparece realmente em seus solos, mas só a destacar isso. Baixo novamente tímido. Bateria é o destaque, com suas mini viradas e sua complexidade e até xilofone. O disco se encerra com "Josie". Começa com uma cítara ou uma guitarra de 12 cordas. Mas depois dessa introdução de pouco segundos, a guitarra toca de uma forma para um lado mais new wave e que usa até a distorçaõ em alguns momentos. Bateria glamourosa, principalmente por não usar muito os pratos. Baixo também é um outro destaque, bem timbrado e que dita o ritmo. Saxofone novamente sensacional e sofisticado. Tem até sintetizador na faixa. O mais irônico de "Aja" é um disco de jazz, mas que se tornou um grande clássico (até mesmo atemporal) do rock. Não é toa que por causa dele, todo ano vou fazer uma atualização anual da lista de melhores álbuns de todos os tempos em novembro e que vou me aprofundar mais em jazz fusion e talvez SKA. Um grande clássico.
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