terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Resenha New Born Day Álbum de Ruphus 1973

 

Resenha

New Born Day

Álbum de Ruphus

1973

CD/LP

Clássico norueguês perdido que o tempo esqueceu no ano de 1973, mas que, principalmente graças ao advento da internet – e que também aconteceu com milhares de outras bandas - pode emergir para todas as plataformas de streaming e no Youtube, deixando o que é raro, se transformar em algo a disposição de todos com apenas alguns cliques. Uma estreia sólida de uma banda que nunca se tornou realmente conhecida fora de sua terra natal, embora tenham se apresentado na Alemanha e na Suíça. Este álbum em particular, ao longo dos anos foi injustamente apenas comparado a nomes como Uriah Heep e Yes, porém, acima de qualquer comparação, New Born Day também se destaca por si só. Um rock mais pesado do que os das bandas mencionadas acima, com um poderoso emparelhamento vocal masculino/feminino. 

Cada faixa tem seu próprio ritmo cativante, com harmonias vocais, orquestrações de teclado, alguns surtos de guitarra e um trabalho de órgão Hammond extremamente pesado e dominante. A pura energia e dinâmica de New Born Day incluem sugestões clássicas e aspirações jazzísticas que ganhariam destaque conforme a carreira da banda progredia - porém, pra mim, isso acabaria deixando a banda com um som mais pálido e sem a mesma graça. Não faltando destreza, a música do disco se desvia em várias direções e com seções mais melódicas por meio de violões, saxofone e flauta sem que em momento algum venha a perder a sua eficácia. Embora não seja um álbum conceitual propriamente dito, todas as faixas estão vagamente conectadas por temas da guerra fria. 

Se você gosta de um rock progressivo pesado dirigido por órgão, este disco deixa de ser uma dica e conhecê-lo passa a ser uma obrigação. Mas o som do disco vai muito além disso, pois possui uma lista de diferentes instrumentos que vão desde uma guitarra regular, baixo e bateria, além do órgão citado e que é muitas vezes predominante, à vários outros instrumentos como flauta, piano e saxofone. É preciso uma lista grande de talentos para ser capaz de misturar esses instrumentos e ter um resultado grandioso, e o que a que a banda consegue é exatamente isso.  

Considero New Born Day uma peça essencial e uma homenagem bastante crível aos grandes nomes do rock progressivo da época, assim como um exemplar para qualquer curioso que queira ouvir as raízes da cena progressiva escandinava – que nos anos 90 iniciou a 3ª geração do rock progressivo e que seria o retorno da sonoridade retrô no gênero. A maioria das canções contém batidas cativantes e erupções suntuosas. Um elemento forte na música do disco é oferecer uma variedade de atmosferas e instrumentos, encimados por uma abordagem apaixonada. 

Por fim, devo dizer que considero uma pena que a banda seja pouco – ou quase nunca - mencionada quando o assunto é clássico do rock progressivo 70’s, pois New Born Day é uma oferta brilhante de uma banda que conseguiu capturar extremamente bem aquele espírito progressivo do final dos anos 60 e começo dos anos 70, ou seja, um som cheio de paixão, habilidade instrumental e sonoridade aventureira. Sem dúvida, uma verdadeira joia da primeira fase do rock progressivo norueguês.  


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