terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Resenha Nuda Álbum de Garybaldi 1972

 

Resenha

Nuda

Álbum de Garybaldi

1972

CD/LP

 Nuda, o primeiro do grupo – se não contarmos o disco autointitulado, Gleemen, que veio antes e a formação da banda era exatamente a mesma, porém, eles tinham outro nome. Apesar de me ter sido apresentado em um site dedicado ao rock progressivo, com certeza o primeiro nome que se vem em mente ao ouvir os primeiros segundos da música encontrada em Nuda, é o de Jimi Hendrix, e mesmo que a inclusão de teclados consiga adicionar um outro tipo de dimensão no som, o que a banda apresenta é mais blues rock e psicodélico do que qualquer outra coisa.  

Você pode deduzir a partir da minha observação acima, que Garybaldi tem um som muito derivado do Jimi Hendrix Experience. O guitarrista Bambi Fossatti toca muito como Hendrix e até modela seu próprio estilo vocal parecido com o do lendário guitarrista estadunidense. E o próprio som do álbum, que embora seja de 1972, tem uma atmosfera muito mais voltada para os anos 60. Mas então a música é simplesmente uma cópia de Jimi Hendrix em italiano? Não, o disco também apresenta sua própria excelência e melodias refinadas tocadas com um nítido entusiasmo.  

Mas onde Nuda realmente me ganha como ouvinte é no seu lado B ou última faixa quando falamos do CD, “. Moretto da Brescia”, um épico bastante versátil e satisfatório de quase 21 minutos, sendo de fato o momento progressivo do disco. Embora Fossati ainda possua os seus momentos, não domina tanto e as teclas de Lio Marchi ganha bem mais espaço. É um grande exemplo do rock progressivo italiano. Aqui passagens ásperas de guitarra se transformam em paisagens sonoras instrumentais etéreas, melodias fortes são apoiadas por soberbas partes de órgão Hammond e guitarras blues são seguidas por temas de piano clássico e vocais muito bons e nenhum pouco genérico.  

Ouvir este álbum, também pode acabar deixando o ouvinte com uma espécie de sentimento misto por causa das músicas diferentes e dos estilos heterogêneos encontrados nele, porém, isso não quer dizer que o disco possa ser considerado chato em alguns dos seus momentos dentro de sua miscelânea. Dependendo de onde reside o seu interesse, você pode gostar mais da primeira ou da segunda parte deste álbum. Se você prefere rock progressivo, certamente a suíte que compõe toda a sua segunda parte, com suas inúmeras paisagens sonoras é o que vai satisfazer você de fato. Mas se você é mais fã daquele som ácido e tipicamente 60’s sem se incomodar com uma influência exagerada em Hendrix cantada em italiano, a primeira metade é onde está o que mais vai agradá-lo.  

No fim, Nuda é um disco que carece de originalidade – acho que nem precisava escrever isso - durante boa parte de sua totalidade, principalmente por conta de Fossatti soar tanto na forma de tocar guitarra, quanto na maneira de cantar extremamente parecido com Jimi Hendrix. Mas ainda assim, há uma entrega musical com muita potência e bastante vigor, e caso você releve esse problema, pode parecer interessante – salvando as devidas proporções - imaginar como seria se Hendrix fosse um italiano e optasse por cantar no seu idioma original. 


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