quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Rock City Angels, a banda de Johnny Depp

 

Aqui temos uma parada totalmente inédita no mundo da música, uma banda que foi sabotada pela sua própria gravadora, por ter qualidade para ofuscar as bandas top da mesma. Como? Contarei a história deles pra vocês entenderem e tirarem suas próprias conclusões, lembrando que não temos todas as fontes e algumas informações são distorcidas e desencontradas, mais aqui teremos um apanhado das versões mais plausíveis acerca dessa incrível banda do hard rock oitentista.
The Demo Album
O embrião do Rock City Angels nasceu do grupo punk The Abusers, formado pelos amigos Bobby Boundage e Andy Panik, vocalista e baixista respectivamente, depois de assistirem ao documentário “The Decline of Western Civilization”. Mais tarde, começaram a modificar seu visual e som, pegando o bonde do momento e utilizando cada vez mais o visual glam. Eles abusaram da androginia com muito rímel, batom, além do laquê, e inserindo cada vez mais o hard rock em suas composições. A partir daí se mudaram para Los Angeles e começaram a angariar cada vez mais fãs. Foi nessa mesma época que incluiram no line up da banda ninguém menos que Johnny Depp. Sim, ele mesmo, o pirata Jack Sparrow, hoje um dos atores mais bem pagos de Hollywood já foi guitarrista de hard rock, e dos bons.
Young Man’s Blues
Depois de gravarem uma demo tape fantástica, conseguiram um contrato com a pequena gravadora New Renaissance Records, propriedade de Anne Boleyn. Mais tarde ela viria a sofrer constantes ameaças de morte para que rescindisse o contrato com a banda. Ela relutou, mas teve que ceder ao ter seu carro empurrado para fora da estrada. Dizem que essas ameaças eram orquestradas pela gravadora Geffen Records e, se foram eles mesmo, conseguiram, pois logo após a rescisão, eles assinaram um belo contrato de mais de 6 milhões de dólares com a Geffen e isso sem terem sequer um álbum oficial gravado.
Rock City Angels
A partir daí começam os problemas da recém candidata a grande banda. A Geffen começa a mexer no line up exigindo a demissão de Depp, que mais tarde viria a agradecer por isso tornando-se um ícone do cinema norte-americano depois de desistir da música. Mas não parou por aí, depois disso a gravadora os trancou em um estúdio em Memphis por mais de dois anos para a gravação do seu debut. Os boatos que foram gerados na época era de que a fita demo era tão boa que ameaçava atrapalhar a ascenção do Guns N’ Roses e seu Apettite for Destruction,  a então a bola da vez da gravadora e por isso eles teriam sido colocados na geladeira.
Use Once and Destroy
Mesmo com tantos empecilhos, em 1988 a banda lançou, enfim, seu debut intitulado Young Man’s Blues, uma porrada de hard rock blueseiro com muitas músicas melódicas e até mesmo pitadas de southern rock e punk  que realmente fazem jus à cautela que supostamente a gravadora teria tido com relação ao embate com o Guns. Mas como as atenções estavam totalmente voltadas para seus concorrentes de gravadora o álbum foi um fiasco, mesmo com o video de “Deep Inside My Heart” sendo tocado incessantemente na MTV e aberturas de shows para Jimmy Page e Joan Jett.
Midnight Confessions
Depois disso, o que estava ruim ficou ainda pior, pois a banda entregou material novo para seu segundo álbum que acabou nunca sendo lançado. Prontamente rejeitado pelos managers da gravadora, o disco que se chamaria Lost Generation só veio ver a luz do dia em 2010 sob o nome de Midnight Confessions – Last Recordings from 1989 to 1992. Assim a banda simplesmente sumiu do mapa e nunca mais lançou nada pela Geffen Records. Lançaram ainda Rock City Angels, composto por músicas da época da New Renaissance Records, e o novamente inacabado e demorado Use Once and Destroy. Este último foi idealizado em 2001 e lançado somente em 2008 pela CD Baby. Assim encerrou-se definitivamente as atividades de uma de minhas bandas favoritas, com muita criatividade e pouquíssimo material lançado, em grande parte pela má vontade dos tubarões da indústria fonográfica.

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