sábado, 11 de março de 2023

CRONICA - KALEIDOSCOPE | Side Trips (1967)

Membro do El Rayo X, prestou seus serviços a Jackson Browne, Rod Stewart, Linda Ronstadt, Crosby & Nash… Mas antes disso foi membro fundador do Kaleidoscope, um combo psicológico de Los Angeles. O multi-instrumentista David Lindley faleceu em 3 de março aos 78 anos. Oportunidade de evocar os primórdios do Caleidoscópio.

Uma das figuras do rock psicodélico americano estabelecido em Los Angeles. Precursor da world music, Kaleidoscope não teve a mesma fama que os Doors ou outros Iron Butterfly mas continua a ser uma das formações de culto do final dos anos sessenta.

Tudo começou no início dos anos 1960, quando David Lindley, um beatnik de San Marino, na Califórnia, especialista em instrumentos de corda (guitarra, banjo, bouzouki, violino, oud, etc.) ganhou várias vezes o Topanga Canyon Banjo Contest. Em uma escola secundária em Pasadena, ele montou seu primeiro grupo, que se apresentava com bastante frequência em Los Angeles. Foi lá que conheceu o multi-instrumentista (baixo, gaita, bandolim, clarinete…) de Dakota Chris Darrow. Juntos, eles formam uma dupla acústica. Mas sua carreira musical diverge. Apenas uma vez. Porque eles se reencontram, acompanhados por outros músicos pau para toda obra: David Solomon Feldthouse (bouzouki, violão de 12 cordas, violino, dulcimer…), Fenrus Epp (órgão, violino, piano, autoharp…) e John Vidican(bateria, percussão).

O quinteto rapidamente assinou com a Epic, permitindo-lhes lançar um single, "Please" em 1966, seguido pelo Lp Side Trips no ano seguinte. Um disco de pouco mais de 26 minutos, que permite descobrir instrumentos até então desconhecidos no mundo do rock. Composto por 10 músicas, esta primeira tentativa é um belo álbum de folk étnico psicodélico.

Abre com “Jardins Egípcios”. Como o próprio nome sugere, aqui estamos imersos em pleno folclore egípcio. Mas a força dessa faixa é mesclar esse sabor de outros lugares com o country e o bluegrass. Reencontramos esta bela mistura entre o Oriente e as grandes planícies do Oeste americano com "Why Try" um tom mais pop e "Keep Your Mind Open" mais evasiva.

Quanto ao resto, "Pulsating Dream" e "If the Night" estão perto dos Byrds com suas belas harmonias vocais e solos de guitarra ácidos. “Please” é uma balada suave de ritmo médio que cheira a descuido e euforia. O grupo também oferece covers que nos remetem ao início do século com "Hesitation Blues" (Charlie Poole) entre jug band e blues, a sombria e desesperada "O Death" (Dock Boggs) assim como o jazzy ragtime "Minnie the Moocher" (Cab Calloway) em conclusão.

Claramente o grupo mostra audácia e inventividade, mas Side Trips está longe de ser um sucesso. Ausência de acerto, voz anasalada que se desfaz pegajosa porém com o tipo rústico que solta essa galette e pode ser um ecletismo muito grande ao qual o público não está acostumado. Seja como for, para Kaleidoscope a aventura está apenas começando.

Títulos:
1. Egyptian Gardens
2. If The Night
3. Hesitation Blues
4. Please
5.  Your Mind Open
6. Pulsating Dream
7. Oh Death
8. Come On In
9. Why Try
10. Minnie The Moocher

Músicos:
David Lindley

Chris Darrow
John Vidican
Fenrus Epp
David Solomon Feldthouse

Produção: Barry Friedman

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