terça-feira, 7 de março de 2023

CRONICA - TEN YEARS AFTER | Ten Years After (1967)

 

No dia 6 de março de 2014, um dos grandes nomes da sexta-corda elétrica, Alvin Lee, então com 68 anos, faleceu. A oportunidade de discutir o início de Ten Years After.

Um dos grandes lendários combos ingleses que foi um dos vencedores do festival de Woodstock e que teve em suas fileiras um dos campeões da guitarra elétrica.

A origem do grupo remonta a 1964 em Nottingham com o encontro do guitarrista/vocalista Alvin Lee e do baixista Leo Lyons. Eles se juntaram mais tarde ao baterista Ric Lee (sem parentesco com o guitarrista) e ao organista/pianista Chick Churchill. Depois de se chamarem The Jaybirds, o quarteto opta por Ten Years After para marcar o 10º aniversário do nascimento do rock'& roll.

O grupo chega em plena febre ao boom do blues britânico encarnado pelos Rolling Stones, John Mayall & Bluesbreakers, pelos Yardbirds… Os músicos, querendo seguir este caminho, vão fazendo uma sólida reputação nos vários clubes do país. Tanto que assinaram em 1967 com a Deram em busca de formações inspiradas no blues. Em outubro do mesmo ano Ten Years After lança um disco homônimo com a produção de Mike Vernom.

Esse álbum nada mais é do que um blues inglês de 33 rpm, como faziam muito na época. Composto por 9 faixas, este LP se divide entre covers e composições assinadas ou co-assinadas por Alvin Lee. Quanto aos covers, deparamo-nos com “I Want to Know” do cantor inglês Paul Jones (ex Manfred Mann) na abertura. Aqui, Ten Years After apresenta uma versão que mescla Chicago blues e rhythm 'n' blues, entre guitarra turbinada e piano boogie. Nada original, mas um bom começo. A continuação parece mais atraente com "Lord I Just Can't Keep From Crying", uma peça tradicional popularizada pelo Blues Project em 1966. Sem hesitar em se aproximar do jazz, o grupo toca de maneira descontraída. É pairando, limítrofe psicodélico até um pouco exótico. A versão de “Spoonful” de mais de 6 min é pesada através de um órgão cavernoso. Mas acima de tudo há os 9 minutos de “Help Me” na conclusão de Sonny Boy Williamson. 9 minutos pesados, sufocantes e nebulosos para um título que cheira a noite quente e suor. Com este órgão rastejante, astuto e vagamente perturbador, repetindo o mesmo motivo com o baixo enquanto a bateria aumenta a pressão, Alvin Lee coloca compromisso na música, mas acima de tudo improvisa um longo e pesado solo de jazz de blues. Inspirado, incisivo, ele finalmente revela seu talento (pelo menos em parte). Alvin Lee coloca comprometimento na música, mas acima de tudo improvisa um longo solo jazzy blues pesado. Inspirado, incisivo, ele finalmente revela seu talento (pelo menos em parte). Alvin Lee coloca comprometimento na música, mas acima de tudo improvisa um longo solo jazzy blues pesado. Inspirado, incisivo, ele finalmente revela seu talento (pelo menos em parte).  

Do lado da composição tem esse instrumental “Aventuras de um órgão jovem”, um jazz que suinga bem. “Losing The Dogs” é uma peça country/boogie onde o cantor assobia. A oscilante "Feel It for Me" está no registro do rhythm 'n' blues. "Love Until I Die" é mais tribal. Até a chegada estrondosa de uma gaita (sem créditos). "Don't Want You Woman" não é nem mais nem menos que um folk/blues.

Em suma, um belo disco, bem em sintonia com os tempos.

Títulos:
1. I Want To Know   
2. I Can’t Keep From Crying Sometimes     
3. Adventures Of A Young Organ    
4. Spoonful    
5. Losing The Dogs   
6. Feel It For Me       
7. Love Until I Die    
8. Don’t Want You Woman  
9. Help Me

Músicos:
Alvin Lee: Guitarra, Vocais
Chuck Churchill: Órgão, Piano
Ric Lee: Bateria
Leo Lyons: Baixo

Produtores: Mike Vernom, Gus Dudgeon


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