domingo, 26 de março de 2023

FADOS do FADO...letras de fados

 



O quarto

Carminho / Alfredo Duarte *fado pájem*
Repertório de Carminho

Neste quarto tão pequeno
Que eu pensava ser só meu
Infiltra-se um tal veneno
Que é a solidão e eu

Juntos não somos um todo
É sufocante o vazio
E eu já nem sei de que modo
Foi invadido p’lo frio

Agora já somos três
Mas esses não fazem um
Nem ao entrares, tu me vês
Este quarto é de nenhum

Coração que se partiu
Que está sem nada p’ra dar
É este quarto vazio
Onde nem lá cabe o ar



A fabricanta de meias

Letra de Artur Soares Pereira
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível

Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado


És mulher mas não me enleias
Com a tua perna nua
És fabricanta de meias
E andas sem meias na rua


Passas por mim a sorrir / E eu, ao ver-te passar
Medito, fico a pensar / Sem saber o que sentir
Tens graça no teu vestir / Os homens tu não receias
Com um sorriso os rodeias / E a tua graça singela
Porém, a mim, minha bela
És mulher mas não me enleias

Dotado de encantos mil / O teu corpo escultural
faz lembrar um roseiral / Em manhã primaveril
E o teu rosto juvenil / Dá mais graça à graça tua
Tu és mais linda que a lua / Manda a verdade dizer
Mas muito mais, podes crer
Com a tua perna nua

Os teus ares provocadores / Fazem-te ser mais notada
E por isso és adulada / P’los teus admiradores
Com teus modos sedutores / Muitas paixões tu ateias
E os corações incendeias / A quem de ti pensa mal
Julgam-te rica... afinal
És fabricanta de meias

Não compreendo a razão / Que, sendo tu fabricanta
Vistas por forma que encanta / Com tal luxo e presunção
Se lutas pelo teu pão / Se o teu rosto também sua
A verdade é muito crua / Mas tenho que te dizer
Fazes meias p’ra viver
E andas sem meias na rua

Cheguei tarde, mas cheguei

José Fernandes Castro / Joaquim Campos *fado vitória*
Repertório de Júlia Cancela

Cheguei tarde, mas a tempo
De mostrar meu sentimento
Ao som dum verso maior
No meu peito aberto ao fado
Bailam sonhos dum passado
Lembrando o primeiro amor

Cheguei tarde, infelizmente
Mas trago um fado diferente/ Com rimas de felicidade
Trago também um desejo
Quente como um longo beijo / E triste como a saudade

Agora sou como o vento
Que sopra a qualquer momento / Impondo-se como lei
Sou porta voz do amor
Cantando seja onde for / Cheguei tarde... mas cheguei



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