Apesar de ser uma das pioneiras do hard rock, com álbuns fundamentais no currículo como a dobradinha Cactus (1970) e One Way ... or Another (1971) – para se ter ideia do impacto da banda, a Rolling Stone definiu os caras como “o Led Zeppelin norte-americano” -, o Cactus construiu uma carreira bissexta, com pouco álbuns lançados em mais de cinquenta anos na estrada. Muito disso se deve a Carmine Appice, baterista do grupo e um dos mais lendários nomes do instrumento, que fez parte de diversas formações lendárias como Beck Bogert & Appice, Blue Murder e dezenas de bandas, além de tocar com Rod Stewart por vários anos. O Cactus ficou sempre em segundo plano.
Desde meados da década de 2000, no entanto, Carmine retomou o grupo e desde então lançou três novos discos – Cactus V (2006), Black Dawn (2016) e Tightrope (2021). O mais recente trabalho do grupo foi lançado no Brasil em uma versão digipack, incluindo um pôster, pela Hellion Records.
Ao lado de Carmine Appice estão Jimmy Kunes (vocal, ex-Savoy Brown), Paul Warren (guitarra e piano, fez parte das bandas de Rod Stewart e Richard Marx e músico de estúdio da gravadora Motown por um longo período), Randy Pratt (harmônica) e Jimmy Caputo (baixo). Um time experiente, e que demonstra isso em Tightrope.
Produzido pela dupla Warren e Appice, o álbum surpreende pela alta qualidade apresentada. Suas dozes faixas são ótimas e trilham o caminho do classic rock e do blues rock, sempre com a bateria de Carmine e a voz de Kunes em destaque (aliás, que vocalista incrível!). A abertura com a ótima música que batiza o disco, a sensacional versão para a clássica “Papa Was a Rolling Stone” (primeira gravação de Warren como session man da Motown, na banda de apoio dos Temptations), o blues “Poison in Paradise”, “Shake That Thing” e outras grandes composições montam um tracklist pra lá de agradável e que faz de Tightrope um CD pra lá de recomendável.
Se você gosta de rock, tá aí um álbum que ficará muito bem na sua coleção.
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