Aamunkoite Symphonic Prog
A formação desta nova banda finlandesa de rock progressivo tem como pano de fundo uma banda tributo ao URIAH HEEP. Portanto, não é muito inesperado ouvir influências de heavy rock/prog vintage, além do prog sinfônico de, por exemplo, Focus, Kansas e os clássicos finlandeses do prog, como Wigwam, Tabula Rasa e Fantasia. Aamunkoite foi fundada em 2020 com o objetivo de executar as composições originais do tecladista Tomi Korpela. O nome da banda é uma forma poética de "o amanhecer". A maioria dos vocais é cantada pela baixista Pia Korpela. O guitarrista Jukka Suominen faz vocais masculinos aqui e ali, e o baterista Juha Hämäläinen adiciona alguns backing vocals. A estreia de 35 minutos contém apenas quatro faixas de duração variada.
'Lasinen laulu' (poderia ser traduzido como A Song Made of Glass) é uma canção bastante direta com sabor de blues com letras sobre um alcoólatra. A protagonista feminina dá conselhos duros para este homem: ou ele deve encontrar uma saída para seu vício ou uma sepultura precoce o espera. A música tem raízes no heavy rock old-school, mas o som da banda tem um toque de blues levemente jazzístico, finalizado por um delicioso solo de sintetizador no meio.
Na minha opinião, a melhor peça é 'Varjot' (= Sombras) de 10 minutos. O órgão solitário no início, acompanhado logo pelo resto da banda e os vocais de Pia, dão fortes associações ao já mencionado vintage prog finlandês. Também NOVA e NIMBUS podem ser referidos. A melodia melancólica tem uma paixão impressionante, e a seção intermediária instrumental com um sintetizador que lembra uma flauta soa muito bem.
Além da recitação em alemão, 'Tabernakel' é um rock instrumental apertado, estrelado por Uriah Heepish Hammond. A voz dramaticamente profunda e tratada sublinha a natureza irónica desta composição que irá divertir os ouvintes do heavy rock vintage dominado pelo órgão.
E, finalmente, a peça mais longa do álbum, aproximadamente 13 minutos 'Turhaan' (= In Vain). É o outro destaque prog óbvio além de 'Varjot'. Desta vez, Pia e Jukka compartilham os vocais em um dueto. A atmosfera muda da melancolia do rock pesado para uma breve seção elegante com os vocais femininos solitários, seguida por uma seção mais esotérica e psicodélica que mostra Pia citando um poema influenciado pelo Kalevala de Eino Leino. A parte final da peça retorna ao poderoso prog pesado dominado pelo órgão. Pessoalmente prefiro 'Varjot' como composição, por ter um impacto emocional mais sincero.
Este é um álbum de estreia muito promissor do final vintage do espectro do prog, e estou feliz em recomendá-lo para qualquer um que esteja mais aprofundado no prog finlandês dos anos 70 e também goste de sons vintage de heavy rock. Esperançosamente, será um benefício para a música se o grupo tiver mais variedade nos créditos de composição em seus álbuns futuros.
Bela arte da capa de Soile Vilponen!
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