Críticas da AARDVARK

 

Tuntematon Sotilas
Aardvark' Crossover Prog

 Hoje é um grande dia de celebração nacional na Finlândia, o dia da nossa independência. Uma de suas tradições (que eu pessoalmente não me importo) é assistir pela TV o clássico filme em preto e branco Tuntematon sotilas (=O Soldado Desconhecido) dirigido por Edwin Laine. É baseado no famoso romance de guerra de Väinö Linna, obra fictícia sobre soldados finlandeses lutando contra os russos na Segunda Guerra Mundial. E este álbum também é uma homenagem a esse livro.

A banda de 5 integrantes AARDVARK' - que estreou em 2000 com um álbum que eu nunca vi em lugar nenhum - foi bastante obscura durante sua existência, nem os nomes dos membros são familiares para mim por outras conexões. A música é majoritariamente instrumental, e tem um som retrô com órgão e guitarras elétricas + acústicas, e muitas vezes um baixo bem gostoso como aponta o Evolver. Alguém poderia ser enganado ao acreditar que este foi lançado em meados dos anos 70, quando bandas como TABULA RASA, FANTASIA, NOVA, NIMBUS e KAAMOS carregavam a tocha que morria lentamente do rock progressivo finlandês. Se fosse, provavelmente seria considerado um álbum clássico do Finn-prog hoje em dia.

O som é sólido e brilhante, e as composições têm muitos compassos complexos direto do guia não escrito de composição progressiva, sem se tornar muito épico/sinfônico. Estruturas melódicas repetitivas às vezes me lembram CAMEL (do início a meados dos anos 70), mas em um formato de rock pesado. A letra está em finlandês. Os vocais fortes, masculinos e talvez um pouco rígidos de Timo Arteli também soam retrô de alguma forma. É uma sorte que o álbum seja instrumentalmente orientado, eu certamente prefiro as faixas instrumentais; especialmente os 10 minutos e meio com sabor de jazz 'Ei taivahassa oo kuolonvaaraa, ei kyyneleitä, ei yötäkään' é lindo.

Com certeza não é a banda mais original, mas vergonhosamente esquecida e obscura que ainda merece ser ouvida. 3½ estrelas.